shaking the wings of their terrible youths...

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Quem observava Louis caminhando pelas ruas, poderia claramente pensar que o mesmo estava sob efeitos de entorpecentes. Suas pupilas estavam dilatadas enquanto visava um ponto fixo, fazendo tudo á seu redor estar desfocado e seus passos eram lentos e demorados, um tanto quanto desengonçados. Mas Louis não havia tragado nada além de seus costumeiros cigarros.

Louis estava entorpecido. Mas não era por qualquer alucinógeno que afeta seu psicológico, e sim por seus pensamentos que insistiam em permanecer no garoto de cachos. Ele não conseguira parar de pensar um minuto sequer no menino desde o momento em que pôs os olhos nele. Louis saiu da igreja e tudo que conseguia enxergar era um borrão verde esmeralda que coloria a sua imaginação por inteiro. Aqueles olhos! Louis podia jurar que nunca vira olhos tão lindos em toda a sua vida. Era de um verde extremamente belo e raro, exatamente como duas esmeraldas. Verde como as folhas das árvores, o verde que enfeita as flores, o tipo de olhar que remete à alma, ao profundo e ao puro. Louis sabia também que estava parecendo um adolescente que acabou de entrar na puberdade. Lembrava de sua médica explicando suas mudanças fisiológicas e psicológicas quando atingiu a faixa de seus doze anos. Seus hormônios pareciam estar indo a loucura, o garoto conseguiu lhe causar uma libertação de adrenalina e emoção, seu coração parecia estimular-se a cada lembrança de suas curvas. Seus pensamentos lhe causavam êxtase e seu desejo pulsante parece florescer como as pétalas de rosas floresciam na primavera. Ele nunca se sentiu dessa forma apenas por olhar alguém.

Quando estava na igreja, ele observou cada mísero detalhe do garoto desde que o pastor proferiu a saudação e o último amém, quando as pessoas começaram a deixar o local. Ele estava paralisado com tamanha beleza, doçura, fragilidade! O menino parecia retribuir o olhar, porém um olhar assustado e ligeiramente desconfiado, tanto que em certo momento, escondeu-se atrás de uma mulher de cabelos escuros e olhos verdes. Talvez fosse a mãe, pois tinham traços faciais muito parecidos. Louis se deu conta de que o culto havia tido seu término quando o menino começou a evitar a olhar em direção a ele, e quando olhava, mostrava com clareza desconforto em seu semblante. Infelizmente, ele não podia ficar venerando o garoto como se o mesmo fosse uma obra de arte em exposição, e obrigou-se a ir embora. Mas seu pensamento não deixara em momento algum o menino.

E ao pisar fora do local sagrado, Louis só sentia seus demônios aplaudindo excitados a decisão do garoto de ter ido àquela igreja. Ah, aquilo não seria o fim, disso Louis tinha absoluta certeza. Ele veria aquele garoto novamente, pois estava decidido a encontra-lo. Sim, ele voltaria. Não importa de que jeito, mas ele o veria de novo, nem que tivesse que ouvir mil pregações e curvar o seu corpo não para fazer um boquete, mas sim para fazer uma oração.

Louis agora retornava para a casa de seus pais. Ele já sequer falava que voltava para sua casa, pois não se sentia em casa. Aquilo não era mais seu lar, deixou de ser a muito tempo. O garoto pensou no sermão que teria de escutar de seus pais a semana inteira, e decidiu que definitivamente não queria isso. Ele desbloqueou seu celular e rolou a lista de contatos; Zayn. A mãe do garoto sempre lhe aceitou e ajudou, dessa vez, as coisas não seriam diferentes. Zayn era o melhor amigo de Louis, e ele sabia que nunca negaria um pedido desses à ele; pois o moreno sabia o que Louis passava em casa todos os dias. Isso já havia acontecido inúmeras vezes, quando Louis por alguma razão não podia ficar mais em sua casa, telefonava para seu amigo. Logo que a mãe de Zayn ficou ciente de tudo que ocorria na casa do amigo de seu filho, o acolheu de imediato. Às vezes, Louis passava uma semana inteira na casa de seu amigo. É claro que fora preciso muitas conversas com seus pais para isso acontecer, mas agora, era rotineiro. A mãe de Zayn conhecia Jay desde que eram pequenas, as famílias eram próximas no passado, e isso apenas contribuiu para a situação; principalmente pela mãe de Zayn que considerava Louis uma espécime de segundo filho, e Zayn que considerava Louis um irmão.

This is Heaven ✞ [lwt & hes] Where stories live. Discover now