Capítulo 8 - A escolha do nome.

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- Sim. Deixou claríssimo! - disse Victoriano tendo que engolir mais esse sapo. - Bem... Nesse caso... Boa noite, Dra. Inês! - disse ele entrando no carro.

- Boa noite, Sr. Victoriano. - disse Inês.

Inês entra e encontra Rosa cochilando no sofá da sala.

- Rosa?... Rosa? - ela a chama.

- Hum?... Inês, querida. - disse Rosa despertando.

- Você ficou me esperando, Rosa, não precisava fazer isso. Dormindo aí nesse sofá, que não me parece muito confortável. - disse Inês.

- É que eu queria saber se deu tudo certo lá na fazenda do Sr. Santos. Com a egua dele.

- Foi um parto difícil, mas tudo correu bem, graças à Deus. - respondeu Inês se sentando ao lado de Rosa.

- Graças à Deus e a nova veterinária de El Paso, Dra. Inês Huerta! - disse Rosa toda contente.

- Ah, Rosa!

As duas se abraçam.

***

Dia seguinte.

Inês estava tomando café da manhã, dessa vez estavam todos os inquilinos juntos na mesa. Javier, o estagiário do fórum; Gardenia a mocinha que trabalhava na cooperativa da cidade; e Jacinto, o senhor simpático que ajudou Inês com o seu carro quando esta chegara na cidade.

- Quer dizer que a Doutora é durona mesmo? - disse Jacinto.

- Por que diz isso, Jacinto? - perguntou Inês.

- Não é só ele, Doutora. - disse Javier. - A cidade toda está comentando.

- E o que é que estão comentando? - pergunta Inês.

- Que a senhora conseguiu calar Victoriano Santos! - disse Gardenia toda empolgada.

- Gente, por favor... As coisas não foram bem assim. - disse Inês sem graça.

- Inês tem razão. - disse Rosa surgindo com o bule de café. - Não liga não, querida. O povo dessa cidade gosta de fazer muita fofoca. ... O que aconteceu foi que Inês só expôs o seu ponto de vista para o Sr. Santos. Só isso.

- Mas foi muito nobre da sua parte em ajudá-lo depois dele ter lhe tratado mal na clínica. Foi um gesto admirável. - disse Javier.

- Obrigada, Javier. Mas só fiz minha obrigação como veterinária, e como ser humano também. - disse Inês. - Bom, o papo tá ótimo, mas eu preciso ir. Jacinto?

- Sim, Doutora?

- Você conseguiu consertar o meu carro? - pergunta Inês.

- Tá nos "trinks" Doutora! - disse Jacinto todo orgulhoso.

- Ai, muito obrigada! Quando eu voltar nos acertamos! Tchau pra todos!

- Tchau querida, bom trabalho! - disse Rosa.

- Definitivamente, essa Doutora veio pra causar, né Javier?

- Sim. Com certeza. - disse Javier com um sorriso bobo.

Como combinado, Inês cuidou de todos os seus compromissos na clínica, pulou a hora do almoço e foi direto para a fazenda de Victoriano. Ao chegar, foi recebida por Benito.

- Boa tarde, Doutora.

- Boa tarde, Benito. Como vai?

- Muito bem, senhora.

- E como amanheceram os meus pacientes hoje? - pergunta Inês.

- Estão ótimos, a meu ver. Mas a especialista aqui é a senhora.

Inês dá risada.

- Está bem. Então vamos ver como eles estão.

Quando chegam a baia. Inês se depara com Catarina e Ana. As duas observavam todas bobas o potrinho que nascera.

- Olá, meninas. - cumprimenta Inês.

- Doutora Inês! - disse Catarina.

- Oi Doutora. - disse Ana.

- Pensamos que a senhora não vinha mais! - disse Catarina.

- O pai de vocês não disse que eu viria à tarde?

- Não. Acho que ele esqueceu. - disse Ana.

- Com a competição da Diana chegando, ele fica esquecido, às vezes. - disse Catarina.

- Competição? - disse Inês curiosa.

- Sim. A Diana pratica equitação.

- Sim, Doutora. Ela salta por cima de uns obstáculos engraçados. - disse Ana.

Inês achava as meninas encantadoras.

- Bom... Eu já vou examinar a Jasmin e o potrinho, querem ser minhas assistentes não-oficiais? - pergunta Inês com um sorriso.

- Sério? - disse Catarina. - Claro!

- Eu também topo! - disse a pequena Ana.

As três se divertiram muito enquanto examinavam a egua e o potrinho.

- E então? Ja escolheram um nome pra ele? - pergunta Inês.

- Ainda não. - disse Ana.

- Ana, por que não deixamos a Doutora escolher? Afinal, ela foi quem ajudou ele a nascer. - disse Catarina.

- É, pode ser. - disse a pequena. - Então Doutora? Qual vai ser o nome dele?

- Querem que eu escolha?... Nossa! Que honra! - disse Inês sorrindo. - Mas só faço com uma condição.

- Qual? - pergunta Catarina.

- Se vocês duas me chamarem de Inês. Que tal? Assim, todo mundo se trata pelo nome.

- Tá fechado, Inês. - disse Catarina.

- E você, Ana? - pergunta Inês.

- Pra mim também, Inês.

- Certo, vamos lá. Um nome pra esse potrinho... Que tal Valente? Afinal, ele foi muito valente ontem à noite.

- Valente! Gostei! - disse Catarina. - E você, Ana?

- Também!

- Bom... - disse Inês. - Eu preciso ir.

- Não. Espera, Inês. - disse Ana. - Temos que contar pro papai.

- A Ana tem razão. Vem com a gente. Vamos contar pro papai. - disse Catarina.

- Meninas, eu acho melhor não, eu...

- Vamos, Inês. Vem. - disse Ana.

As duas meninas, praticamente, arrastam Inês.

Victoriano estava treinando Diana.

- Vamos lá, Diana. Precisamos melhorar o seu tempo.

Ele escuta uma de suas filhas chamar por ele. Quando ele se vira, vê Inês chegando de mãos dadas com suas filhas.
As meninas sorriam, pareciam felizes. Mas o que mais chamou a atenção de Victoriano foi o sorriso de Inês. Um sorriso que ele ainda não tinha visto desde que se conheceram, e do qual agora, dificilmente esqueceria.

Um Encontro Do DestinoWhere stories live. Discover now