- Sim. Deixou claríssimo! - disse Victoriano tendo que engolir mais esse sapo. - Bem... Nesse caso... Boa noite, Dra. Inês! - disse ele entrando no carro.
- Boa noite, Sr. Victoriano. - disse Inês.
Inês entra e encontra Rosa cochilando no sofá da sala.
- Rosa?... Rosa? - ela a chama.
- Hum?... Inês, querida. - disse Rosa despertando.
- Você ficou me esperando, Rosa, não precisava fazer isso. Dormindo aí nesse sofá, que não me parece muito confortável. - disse Inês.
- É que eu queria saber se deu tudo certo lá na fazenda do Sr. Santos. Com a egua dele.
- Foi um parto difícil, mas tudo correu bem, graças à Deus. - respondeu Inês se sentando ao lado de Rosa.
- Graças à Deus e a nova veterinária de El Paso, Dra. Inês Huerta! - disse Rosa toda contente.
- Ah, Rosa!
As duas se abraçam.
***
Dia seguinte.
Inês estava tomando café da manhã, dessa vez estavam todos os inquilinos juntos na mesa. Javier, o estagiário do fórum; Gardenia a mocinha que trabalhava na cooperativa da cidade; e Jacinto, o senhor simpático que ajudou Inês com o seu carro quando esta chegara na cidade.
- Quer dizer que a Doutora é durona mesmo? - disse Jacinto.
- Por que diz isso, Jacinto? - perguntou Inês.
- Não é só ele, Doutora. - disse Javier. - A cidade toda está comentando.
- E o que é que estão comentando? - pergunta Inês.
- Que a senhora conseguiu calar Victoriano Santos! - disse Gardenia toda empolgada.
- Gente, por favor... As coisas não foram bem assim. - disse Inês sem graça.
- Inês tem razão. - disse Rosa surgindo com o bule de café. - Não liga não, querida. O povo dessa cidade gosta de fazer muita fofoca. ... O que aconteceu foi que Inês só expôs o seu ponto de vista para o Sr. Santos. Só isso.
- Mas foi muito nobre da sua parte em ajudá-lo depois dele ter lhe tratado mal na clínica. Foi um gesto admirável. - disse Javier.
- Obrigada, Javier. Mas só fiz minha obrigação como veterinária, e como ser humano também. - disse Inês. - Bom, o papo tá ótimo, mas eu preciso ir. Jacinto?
- Sim, Doutora?
- Você conseguiu consertar o meu carro? - pergunta Inês.
- Tá nos "trinks" Doutora! - disse Jacinto todo orgulhoso.
- Ai, muito obrigada! Quando eu voltar nos acertamos! Tchau pra todos!
- Tchau querida, bom trabalho! - disse Rosa.
- Definitivamente, essa Doutora veio pra causar, né Javier?
- Sim. Com certeza. - disse Javier com um sorriso bobo.
Como combinado, Inês cuidou de todos os seus compromissos na clínica, pulou a hora do almoço e foi direto para a fazenda de Victoriano. Ao chegar, foi recebida por Benito.
- Boa tarde, Doutora.
- Boa tarde, Benito. Como vai?
- Muito bem, senhora.
- E como amanheceram os meus pacientes hoje? - pergunta Inês.
- Estão ótimos, a meu ver. Mas a especialista aqui é a senhora.
Inês dá risada.
- Está bem. Então vamos ver como eles estão.
Quando chegam a baia. Inês se depara com Catarina e Ana. As duas observavam todas bobas o potrinho que nascera.
- Olá, meninas. - cumprimenta Inês.
- Doutora Inês! - disse Catarina.
- Oi Doutora. - disse Ana.
- Pensamos que a senhora não vinha mais! - disse Catarina.
- O pai de vocês não disse que eu viria à tarde?
- Não. Acho que ele esqueceu. - disse Ana.
- Com a competição da Diana chegando, ele fica esquecido, às vezes. - disse Catarina.
- Competição? - disse Inês curiosa.
- Sim. A Diana pratica equitação.
- Sim, Doutora. Ela salta por cima de uns obstáculos engraçados. - disse Ana.
Inês achava as meninas encantadoras.
- Bom... Eu já vou examinar a Jasmin e o potrinho, querem ser minhas assistentes não-oficiais? - pergunta Inês com um sorriso.
- Sério? - disse Catarina. - Claro!
- Eu também topo! - disse a pequena Ana.
As três se divertiram muito enquanto examinavam a egua e o potrinho.
- E então? Ja escolheram um nome pra ele? - pergunta Inês.
- Ainda não. - disse Ana.
- Ana, por que não deixamos a Doutora escolher? Afinal, ela foi quem ajudou ele a nascer. - disse Catarina.
- É, pode ser. - disse a pequena. - Então Doutora? Qual vai ser o nome dele?
- Querem que eu escolha?... Nossa! Que honra! - disse Inês sorrindo. - Mas só faço com uma condição.
- Qual? - pergunta Catarina.
- Se vocês duas me chamarem de Inês. Que tal? Assim, todo mundo se trata pelo nome.
- Tá fechado, Inês. - disse Catarina.
- E você, Ana? - pergunta Inês.
- Pra mim também, Inês.
- Certo, vamos lá. Um nome pra esse potrinho... Que tal Valente? Afinal, ele foi muito valente ontem à noite.
- Valente! Gostei! - disse Catarina. - E você, Ana?
- Também!
- Bom... - disse Inês. - Eu preciso ir.
- Não. Espera, Inês. - disse Ana. - Temos que contar pro papai.
- A Ana tem razão. Vem com a gente. Vamos contar pro papai. - disse Catarina.
- Meninas, eu acho melhor não, eu...
- Vamos, Inês. Vem. - disse Ana.
As duas meninas, praticamente, arrastam Inês.
Victoriano estava treinando Diana.
- Vamos lá, Diana. Precisamos melhorar o seu tempo.
Ele escuta uma de suas filhas chamar por ele. Quando ele se vira, vê Inês chegando de mãos dadas com suas filhas.
As meninas sorriam, pareciam felizes. Mas o que mais chamou a atenção de Victoriano foi o sorriso de Inês. Um sorriso que ele ainda não tinha visto desde que se conheceram, e do qual agora, dificilmente esqueceria.
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Um Encontro Do Destino
FanfictionInês Huerta é uma veterinária muito competente. Tinha uma vida quase perfeita. Uma clínica na capital, uma casa confortável, um casamento feliz. Era isso o que ela pensava. Depois de uma grande decepção, ela resolve passar uns dias em uma cidade pe...
Capítulo 8 - A escolha do nome.
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