Capítulo 2 - Debaixo de toda a lama.

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- Macarena? - disse ela entrando na clínica.

- Sim, Inês?

- Não aguento mais o Henrique no meu pé, pedindo pra que voltemos!... Quer saber? Pode confirmar aquela história das "férias"! Eu aceito!

- Sério, amiga?! - disse Macarena toda contente. - Vou ligar pra minha tia agora mesmo. Você pode ficar na pensão dela.

- Mas eu não quero incomodar a sua tia, Macarena. Eu posso ir pra um hotel. - disse Inês.

- De maneira alguma! Se eu for com uma conversa dessa pra minha tia, ela vai ficar super ofendida! Você não a conhece!

***

Tudo foi combinado. E, finalmente, chegara o dia de Inês viajar.

- Tem certeza que está tudo certo com sua tia Rosa, não é, Macarena? - pergunta Inês.

- Tudo certíssimo, Inesita! Você chega na cidade e pergunta onde fica a pensão da dona Rosa. Todo mundo a conhece por lá! - disse Macarena.

- Tudo bem... Preciso que me faça um favor. - disse Inês.

- O que quiser, amiga.

- Só você sabe pra onde estou indo, e por motivo algum eu quero que o Henrique saiba disso!

- Que é isso, amiga! Acha que eu vou contar pro Henrique?! Ficou louca?! - exclamou Macarena.

- Por mais cara de coitado que ele faça, não conte nada a ele!

- Nem se preocupe com isso. Agora é melhor você ir.

E Inês pega a estrada. No início, ela estava até empolgada com a possibilidade de trabalhar em um lugar novo.

- Vai ser uma experiência interessante! Vou aprender coisas novas, conhecer gente nova!... É. Vai ser legal! - disse Inês enquanto dirigia.

***

Um pouco mais tarde, a empolgação já não estava assim tão aparente. Principalmente, porque caia um verdadeiro temporal.

- Mas onde é que eu estava com a cabeça quando aceitei que Macarena me botasse numa dessa!... Povoado de El Paso! Onde fica esse lugar, afinal, meu Deus?! - exclamava Inês.

Essa é uma daquelas situações onde você pensa que nada mais de ruim pode acontecer. Porém, acontece. No caso de Inês, o carro começa a falhar.

- Ah, não!... Não! Não! Não!... Vamos rapaz, não faça isso comigo!

Os apelos não serviram. O carro morre no meio da estrada. Inês sai para ver se consegue ajuda. De repente, ela vê uma caminhonete se aproximando, ela começa a dar sinal pedindo ajuda.

- Tem uma mulher precisando de ajuda, senhor. Não deveriamos parar? - perguntou o empregado.

- Não temos tempo pra isso! - disse o homem. - E eu não vou ficar todo ensopado só porque uma mulher foi se meter em dirigir! Toque esse carro Benito!

O empregado até que queria parar e ajudar, mas ele estava cumprindo ordens então não tinha o que fazer. Porém, tentando desviar de um buraco ele acaba por dar um banho de lama em Inês.

- Seu infeliz! Quem você pensa que é?! - ela esbraveja enquanto a caminhote se afasta.

Perdida, com o carro enguiçado, e toda suja de lama. Inês levantou a cabeça e olhou para o céu como se pedisse uma ajuda divina.

- O que é que a "Dona" tanto olha pra cima? - perguntou um senhor já de certa idade que dirigia um trator.

- Oh!... Olá! - surpreende-se Inês.

- O que a "Dona" faz aqui parada num temporal desse? - pergunta o senhor.

- Meu carro enguiçou. Será que o senhor pode me ajudar? - ela pergunta.

- Pra onde a "Dona" vai?

- Para El Paso. - ela responde.

- Ah, mas a senhora tá com muita sorte! Está bem perto! - disse ele sorrindo.

- Sério?!... Mas como vou chegar até lá com o carro assim?

- Ah, isso é vai ser moleza, "Dona"!

O senhor pegou uma corda amarrou no carro de Inês e o rebocou até a cidade.

***

Rosa cuidava de seus afazeres, quando escuta o barulho do trator na frente de sua pensão. Ela pega o guarda-chuva e vai ver do que se trata.

- Jacinto! Você não tem um pingo de juízo, não é?!... Andar com esse trator por aí, num tempo desse! - disse Rosa. - E ainda mais rebocando um carro!

- Ora, Rosa! Se eu não faço isso como é que eu ia trazer a moça?! - disse Jacinto.

- Por favor, não brigue com ele. - disse Inês. - Ele só estava me ajudando.

- Minha Nossa!... - surpreende-se Rosa ao ver Inês toda suja de lama. - Quem é a senhora?

- Me chamo Inês Huerta. Sou a nova veterinária da cidade.

- Você é a amiga da Macarena? A outra doutora que ela falou?

- Sim, senhora. Sei que não parece por causa dessa lama toda... - disse Inês sorrindo. - ... Mas sou eu sim.

Finalmente, Inês chegara à El Paso. O que o destino estaria lhe reservando, agora que estava naquela cidade?

Um Encontro Do DestinoWhere stories live. Discover now