capítulo 11

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   Armando ai como um louco
   para a mata caminhou
   chegando na cova de Rosa
   a terra fora jogou
   e ficou mais surpreso
   já quando nada encontrou.
 
   Sem chorar refez a cova
   consigo mesmo a dizer:
   aqui existe um mistério
   e se Deus me favorecer
   haverei de desvenda-lo
   pois é este o meu dever.

   Noutro dia disse ao pai:
   meu pai me faça um pedido
   de vender seu sítio agora
   pois eu estou resolvido
   ir morar no Piauí
   visto Rosa ter morrido.

   Armando foi até Tiago
   vendeu, o sítio e saiu
   e Armando de Tiago
   tristonho se despediu
   fingindo chorar por Rosa
   Tiago oculto sorriu.
 
   Armando no Piauí
   disse ao pai: meu pai, agora
   vou dizer-lhe um segredo
   que o senhor ignora
   olhe, Rosa não morreu
   o certo que ela está fora.

   O pai em minha ausência
   preparou uma cilada
   pois cavei a cova dela
   dentro não encontrei nada;
   Amaral sabendo disso
   teve uma raiva danada.

   Porém Armando lhe disse
   meu pai, não tenha vexame
   pois Rosa aonde estiver
   talvez que ainda me ame
   portanto, o senhor escreva
   uma carta aquele infame.

   Essa carta irá tarjada
   lhe dizendo que morri
   com um mês e oito dias
   que cheguei no Piauí
   e ele acreditará
   sem mandar ninguém aqui.

   Como de fato, Amaral
   para Tiago escreveu
   uma carta que mostrava
   ser sincero amigo seu
   narrando a morte de Armando
   como melhor entendeu.

   Oito meses já faziam
   que Rosa tinha saído
   e que Armando se mudara
   ela não tinha sabido
   como também da cilada
   da onça haver lhe comido.

Literatura de CordelWhere stories live. Discover now