capítulo 7

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   Mas mando logo uma carta
   por vocês neste momento
   onde meu filho verá
   que em grande tormento
   por saber que minha nora
   está nesse sofrimento.

   Quando a carta estava feita
   Rosa estava preparada
   e acompanhava o mano
   partiu em marcha apressada
   pretendendo tomar a barca
   às quatro da madrugada.
  
   Assim que os dois embarcaram
   o remador que sabia
   remou para Mamanguape
   com prazer e alegria
   aonde chegaram em paz
   na manhã do outro dia.
  
   Quando no ponto saltaram
   Rosa com o irmão dela
   encontraram dois cavalos
   um pro Mano e outro pra ela
   e um para o bagageiro
   com cangalha e não com sela.
  
   O irmão montando Rosa
   ela disse: eu entendia
   que por porto a Mamanguape
   meia légua não seria!
   lhe disse o irmão: é longe...
   e montou sem mais porfia.
 
   A cavalo em Mamanguape
   chegaram ligeiramente
   disse o irmão para Rosa:
   isso aqui e S. Vicente
   o bagageiro afirmou
   e logo tomou a frente.
  
   Da cidade Mamanguape
   Rosa nada conhecia
   e por isso acreditou
   no que o irmão lhe dizia
   e açoitando o cavalo
   caminhou com alegria.

   Às dez horas se serviram
   de doce com queijo e vinho
   e ao pôr do sol, o irmão
   a Rosa disse baixinho
   Rosa, alviçares, chegamos
   na casa de teu padrinho!

   Rosa bastante espantada
   lhe respondeu: é mentira
   meu padrinho aqui não mora
   e se mora me admira
   eu ter vindo à Mamanguape
   e me achar em Guarabira.

   Mas logo no mesmo instante
   ouviu a voz do padrinho
   que dizia duma porta:
   viva! Chegou meu sobrinho
   trazendo minha afilhada
   pra sossego de agostinho!

Literatura de CordelWhere stories live. Discover now