Cristina(versão Cristina)

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Eu não te peço muita coisa,só uma chance!
Pus no meu quarto seu retrato na estante
Quem sabe um dia vou te ter meu alcance
Ah! Como ia ser bom se você deixasse!

Eu desarrumava minhas caixas com pequenos objetos que eu dispunha na estante ao som de Paralamas do sucesso e pensava em Rafael,meu tão estranho ex-vizinho.
Mal sabia ele que era o único motivo da minha tão drástica mudança. Eu estava apaixonada por ele! Mas paixão era uma coisa que não cabia na minha vida!
As vezes eu me sentia uma covarde por fugir assim,mas só eu sabia o quanto eu já tinha sofrido por amor,ao longo dos meus parcos 27 anos,o meu coração já havia enfrentado decepções para uma vida inteira. Podiam me intitular como quisessem,mas eu precisava me preservar. Eu tinha que proteger o meu coração.
Rafael era tão doce,tão puro,tão bom! Que aquilo não poderia ser real.
De certo modo,Rafael me lembrava Francisco,meu primeiro e maior amor.
Tão grande era o amor,maior foi a decepção.
Pra não tornar isso aqui uma enorme e massante história de como Francisco me abandonou grávida e foi morar com a minha melhor amiga,eu vou resumir dizendo que eu perdi o bebe,a capacidade de amar e de confiar nas pessoas.
Depois de Francisco eu não conseguia mais entrar de cabeça em uma relaçao,também não conseguia firmar grandes amizades com ninguém.
Até conhecer Rafael,eu menosprezava todos,mas ele era tão diferente.
Centrado,sério e atencioso!
Tornou-se meu melhor ouvinte e confidente.
Apesar de nunca ter dito nada a respeito,eu percebia que ele tinha algum interesse em mim,pelo modo como ele me olhava e como a expressão no seu rosto mudava quando eu lhe contava minhas transas eventuais. E era óbvio,que meu corpo pedia por Rafael,mas eu buscava me manter distante e já que ele nunca investia ou tentava nada,acabava sendo mais fácil não me aproximar dele.
As vezes eu não o procurava por semanas,numa tentativa frustrada de me esquivar daquele sentimento tão perturbador,mas bastava vê-lo no portão de casa,ou encontrá-lo ocasionalmente em qualquer lugar da rua para sentir meu coração bater descompassado e aquela vontade incontrolável de beijá-lo se apossando do meu corpo. Percebi que só havia uma solução ;fugir!
A mais tola e mais covarde de todas as soluções, ainda assim a única certeza de que eu não me partiria em mil pedaços outra vez.
Organizei tudo e ganhei o caminho do mundo.
Não resisti ao ímpeto de dar a Rafael um beijo de despedida.
Um beijo caloroso e cheio de sentimentos que quase me fez desistir de ir embora. Então interrompi aquele beijo com o pensamento de que não poderia me envolver.
Despedi-me de Rafael com a certeza de que jamais poderia voltar a procurá-lo e na expectativa de que um dia eu consiga esquecê-lo.

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