Capítulo 8 - Parte dois

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"É mais claro que o sol, que Deus criou a mulher para domar o homem." - Voltaire

Bruno

Antes de sair, olho-me no espelho e percebo que estou um pouco acabado. Dormir tarde e acordar cedo todos os dias, só para conseguir fazer tudo dentro do plano preestabelecido tem se tornado mais cansativo do que pensei.

Ao menos não estou mais magro. Meus músculos continuam acentuados e minha barriga continua definida, exatamente do jeito que eu gosto. Mas separar um horário todos os dias para malhar tem sido um verdadeiro sacrifício, pois quando estou malhando, não consigo parar de pensar nos projetos, nas leis, na história, na mudança que posso fazer, inovando o que já foi criado. Ideias surgem o tempo todo, e assim, quase tenho cogitado a possibilidade de limitar os dias de treino. Agora entendo porque tantos caras desapegam da academia quando casam ou quando trabalham demais. Sempre aleguei com convicção que "nunca abdicaria dos meus treinos por nada". Aprendi na prática a nunca dizer nunca

Nunca ficar sem transar.

Nunca enganar a garota para transar.

Nunca me apaixonar.

São muitos "nuncas" para um homem só. 

Logo na primeira semana de trabalho,  a primeira lei de ter sempre alguém esquentando minha cama, falhou. Me peguei planejando ser o cara perfeito para uma garota com a finalidade de transar. E o último e também o mais difícil de admitir, de nunca me apaixonar. Para falar a verdade, ainda penso não se tratar de paixão, senão somente o desejo arcaico de pegar especificamente aquela garota. Não é assim quando alguém almeja muito uma coisa, ela não foca somente no seu alvo? Então, esse sou. Não estou fora desse padrão. Mas uma pequena parcela da minha consciência deseja descobrir se é ou não paixão.

Eu nunca gostei de mulheres certinhas. A única vez que desvirginei uma garota foi aos quinze anos, com a Camila. Foi a transa mais sem graça que eu tive; com muitos "não me toques", muitas interrupções e também muito entediante.

As devassas sempre me despertaram a atenção. Mulheres poderosas que sabem o poder que exercem sobre o sexo masculino são as que me atraem; representam um desafio para mim. Mulheres inteligentes, gostosas e, principalmente, fogosas. 

O que eu não entendo, é como e por que fui tomado por essa atração irresistível pela a garota mais certinha que eu já conheci em toda a minha vida. E por que não consigo tirá-la dos meus pensamentos. 

Pensando bem, Laura tem qualidades que me atraem muito. Não, pensando bem mesmo, tudo nela me atrai. Que porra!

Talvez a diferença de Laura para as outras é sua transparência, sua convicção moralista, sua beleza exótica e sua maneira de falar, a maneira como se entrega para um beijo.

Puta que pariu, só de pensar em seus beijos, meu corpo involuntariamente ganha vida. Não consigo dissociar a imagem dela trepando comigo. É muito hormônio para um homem de vinte e seis anos, que porra! Esfrego meu rosto exasperadamente.

O fato é que não sei se é apenas uma química extraordinária, ou se estou realmente gostando dela. Como pessoa, eu já gosto, porque ela é encantadora demais para não sentir, no mínimo, uma admiração. Como amante, ainda não sei, mas meu sexto sentido me diz que somos muito compatíveis na cama.

Não sei mais em que pensar. Cogitar hipóteses e achismos não adiantará de nada se eu não tomar uma atitude madura de conversar com ela sobre um possível relacionamento.

Toda essa reflexão só porque estou me sentindo cansado e acabado!

Pego meu celular e ligo para a Paula, a fim de saber se ela já chegou na casa de Laura.

Orgulho e Desejo (Revisando)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora