Mel

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Well baby I am overly attracted

And terribly convinced that she could be my lover

But I think I lost my chance.

- Jane Doe - Never Shout Never


As vezes acordo pensando em como vão ser as coisas daqui a alguns anos, se eu vou ser a mesma, se meus amigos vão ser os mesmos, se ainda vamos ser amigos, se as minhas musicas favoritas ainda vão ser ouvidas. É, são muitos Se's,  mas quem nunca ficou apavorado ou entusiasmado com um único SE. SE, uma palavra, duas letrinhas, e um significado enorme.

Pode fazer alguém deixar de ter fé, e muitas vezes desistir. E uma pessoa sem fé é o que? Sem f''e uma pessoa deixa de acreditar e a primeira coisa a se fazer para alcançar algo é acreditar, tanto em si mesma quanto em todas as outras coisas.

E nesse momento é um enorme SE que está me abalando. Um SE talvez simples aos olhos de muitos, mas pra mim é algo difícil.

SE eu quiser continuar a cantar, eu preciso de um emprego!

É isso! Tudo o que me incomoda (mentira, não é tudo, só um pouco, mas me expresso melhor sendo exagerada!) é a questão de eu precisar trabalhar.

Eu não tenho experiencia nenhuma em emprego nenhum, e nenhum curso profissionalizante ou técnico, eu só estudei musica a minha vida inteira. A unica coisa que fiz além de musica foi ajudar no orfanato e eu já passei minha vida toda nele, então sei que eu quero algo mais daqui pra frente, algo que tenha a ver com... musica!

É isso! aposto que se isso fosse um desenho animado apareceria uma lâmpada acesa em cima da minha cabeça agora mesmo, mas isso não é desenho, é vida real... Então nada de lâmpadas!

Eu só sei fazer musica e é musica que eu vou fazer. Mas agora outra questão: Oque vou fazer com a minha musica?

Posso dar aulas? Posso cantar ou tocar em casamentos? Posso entrar em uma banda famosa e me tornar famosa? Posso cantar em uma movimentada avenida com um chapéu no chão recebendo moedas?  É, são tantas opções, e eu ainda não sei o que fazer. Durmo sonhando com minhas milhares de opções e não opções do que fazer da minha vida no tempo que passo fora do colégio.

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Acordo cedo, pela primeira vez na vida, acho. Pensar demais antes de dormir deveria ter me feito dormir mais pesado e não me acordar mega cedo e sem necessidade.

Olho no relógio ainda são 6:25 da manhã, mas o Sol já está no céu, então saio e resolvo ir fazer uma caminhada.

Começo a andar e resolvo ir na praia, não sei porque não acordei Emma e a chamei, ou não liguei pra Mack e pedi pra ele vir, mas eu resolvo andar sozinha.

E pés descalços na areia olhando aquela praia toda me faz sentir gratidão. Há um tempo eu não tinha nada, hoje eu tenho amigos que posso chamar de familia, descobri que Maria é mais que uma mãe pra mim, é uma super-mãe, tenho minha musica. Só me falta uma coisa, aprender a acordar cedo, e isso meus amigos, eu deixo pra bem mais pro futuro.

Passo em frente a uma barraquinha de Smootie que uma garota morena está abrindo, e então vejo uma garota parecida com ela só que loira entrar brigando por alguma coisa com a morena, a morena a ponta pra fora, como que expulsando a loira, esta senta no balcão e fica observando a outra garota, e então ela me vê, me dá um sorriso lindo e encolhe os ombros como se pedisse desculpa por eu presenciar a briga, a morena me vê e pergunta se quero um smootie, digo que não e continuo andando, é cada coisa que presencio. Saio da orla da praia e ando no centro, e é então que ouço uma música, uma muito conhecida, e sigo o som.

Rumo ao TopoWhere stories live. Discover now