Capítulo 25 - Apenas amigos, até quando você quiser.

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Finalmente chegava à hora de visitar Anny, Samuel não se aguentava de vontade de encontrá-la, de ouvir sua voz doce novamente, de sentir seu cheiro suave. Dirigia o mais rápido que conseguia, às vezes chegava a se controlar, pois como tinha dormido na casa dela na noite anterior estava dando uma carona para senhora Lory, que muitas vezes chegava a arregalar os olhos e pôr a mão na boca, fazendo comentários como: - Ai meu santo Deus! - Olha o moço, menino! - O sinal vai fechar, não vai dar tempo!

Assim que chegaram ao hospital Lory fez questão de dizer:

- Próxima vez, não deixa esquecer-me de nunca pegar carona com você. - Ela falava, enquanto arrumava os cabelos que estavam despenteados.

- Anotado... Vamos? - Indicou a entrada, mas antes pegou um DVD que tinha trazido.

Entraram e como só podia entrar um de cada vez Lory foi à primeira, demorou bastante e ele ficou inquieto com medo das horas de visita acabarem e não poder vê-la. Lory saiu com a cara abalada e os olhos vermelhos, com certeza a princesa Ny não estava nada bem e ele daria o apoio necessário, seria o mais compreensível de todos e quem sabe um dia ela o amasse.

Ele levantou vagarosamente e a cada passo rumo à porta do quarto aumentava sua ansiedade, abriu a porta e viu uma Anny de olhos vermelhos, embora nenhuma vermelhidão ou inchaço fossem capazes de fazer desaparecer aquele olhar que só ela possuía, aquele que o encantou desde o primeiro momento.

- Oi... - Ele disse um pouco sem jeito.

Ela já fez uma cara de choro e mordeu o lábio inferior. - Oi!

Ele andou até a cama, colocou o DVD no criado-mudo, sentou-se na beira da cama e colocou uma mecha do cabelo dela atrás da orelha, encostou suas testas. - Eu sempre estarei com você, se me permitir.

Ela o abraçou de uma forma amigável, nunca admitiu, mas sentia falta daquele abraço, do amigo que trocava confidências, do companheiro de anos. - Obrigada...

Anny começou a chorar, e Samuel passava a mão por seus cabelos. - Calma, estarei aqui com você, sempre... - Ele desfez o abraço. Colocou as mãos em forma de concha no rosto de Anny. - Não chora, eu não suporto... Te ver chorar... - Ele controlava a vontade que tinha de beijar aqueles lábios, nunca esqueceu o sabor daquele beijo, namorou algumas mulheres, mas nunca encontrou uma que o fizesse esquecer-se de seu primeiro amor.

Ele voltou a abraçá-la antes que seus instintos vencessem e estragassem tudo.

- Dói tanto... - Era um verdadeiro desabafo da parte dela.

- Eu sei princesa, sei também que não vai passar tão cedo, mas... Olha aqui nos meus olhos... Eu jamais te abandonarei novamente, entendeu? - Ficaram um encarando o outro.

- Você não me abandonou, precisava ir...

- Tudo bem... Não vamos falar disso... Poderia dividir essa maravilhosa cama com seu velho amigo e assistir uma comédia romântica? - Ele tentava parecer empolgado.

- Eu não estou com ânimo para comédia Samuel.

- Não me diga que vai recusar-se a assistir esse filme aqui! - Ele tentou fazer graça, mostrando o filme favorito deles quando mais novos.

- Não vale... - Ela fungou. - Esse é o meu preferido.

Ele já foi se levantando e colocando o DVD, no aparelho, voltou com o controle na mão e se ajeitou em um lado da cama, colocando o braço em volta de Anny.

- E que comece a palhaçada! - Ele deu play.

Anny não estava com ânimo para rir, mas precisava tentar esquecer ao menos por um minuto que fosse, precisava fugir daquela dor que insistia em lhe atormentar.

Samuel tentava a todo custo fazê-la sorrir, mas apenas algumas vezes ela esboçou um meio sorriso. Ao terminar o filme ele a abraçou e beijou sua testa, nesse momento Flávio entrou para avisar que havia acabado o horário de visitas e ficou surpreso com a intimidade que viu ali.

- Desculpem atrapalhar. - Ficou um pouco sem jeito, não sabia o que fazer.

- Você não atrapalha doutor, estava tentando animar essa princesa. - Ele se levantou enquanto falava.

- Tenho que ir, amanhã venho novamente, fica bem minha guerreira - Deu um beijo na bochecha dela.

- Não vai... Fica aqui, não quero ficar sozinha, não me deixa... - Começou a chorar, tinha medo que a solidão lhe sufocasse. - Flávio ele pode permanecer? Por favor, não quero ficar sozinha.

- Sua tia pode ficar com você. - Flávio tentou evitar aquela situação.

- Ela tem um compromisso hoje à noite, me disse antes do Samuel entrar, é algo importante da empresa. - Falava com uma cara tristonha.

- Sendo assim, não vejo problemas, só não pode demorar a dormir, nem passar por fortes emoções, as 20:00 hs, venho aplicar seu remédio. - Não estava gostando daquilo e com toda certeza seu amigo também não gostaria.

Iii sujou... Antoni não vai gostar nada dessa proximidade... Obrigada a cada uma de vocês por me acompanharem nessa caminhada! Deus abençoe suas vidas..

As voltas que o mundo dá {CONCLUÍDO}Onde as histórias ganham vida. Descobre agora