CAPÍTULO 7 - Psicodélico

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O cara se levanta. Ele não supera John em altura, mas é muito maior em músculos. Droga! Não devemos chamar atenção ou isto irá parar nas redes sociais, e aqui não mais será o refúgio de John. Olho para Lya em busca de ajuda, porém ela já está acenando para alguém na porta.

Espero que seja para aquela montanha de músculos que também se chama John.

O segurança não chegará a tempo e só tenho um segundo para agir antes que eles partam para a briga. Preciso fazer alguma coisa! Olho para o meu copo, só sobraram algumas pedras de gelo... terão que servir.

Pego-o e jogo o conteúdo na cara do homem, que desvia seu olhar de ódio para mim. John se põe na minha frente, protegendo-me.

– Saia daqui e vá para trás do bar com a Lya! – ele me ordena.

O cara me dá um olhar maligno.

– Não vá tão longe! Você será minha depois que eu acabar com esta bonequinha.


John parte para cima dele com o punho levantado e dá um soco. Antes que o homem revide, é interceptado por três seguranças do clube. Dois arrastam o brigão pela porta dos fundos e o amigo dele nos leva para uma sala reservada. Ele se debate furioso. Minhas pernas estão bambas, parecem feitas de gelatina. Me forço a acompanhá-los.

– Porra! Por que você não me deixou bater mais nele? – John empurra o amigo com raiva – Você sabe que eu daria conta!

– Calma, J! Isso só traria encrenca. Primeiro viria a imprensa, depois o cara iria te processar para arrancar grana... E ninguém aqui quer polícia envolvida, não é? – John Fortão fala em tom apaziguador – Olha, se preocupe com sua garota, que vou limpar esta bagunça.

Ele sai e nos deixa sozinhos. John está encostado na parede e respira pesado. A minha adrenalina ainda está tão alta que me sinto tonta.

– Você está bem?

Não me aproximo dele. Não sei se ele já recuperou o controle ou se ainda está na vibe da briga.

Ele inspira e expira profundamente, tentando se acalmar:

– Sim, e você? Ele te machucou?

– Não, ele não tocou em mim. – mas me sinto estranha, meu corpo ainda treme de emoção.

John desencosta da parede e vem em minha direção.

– Vamos dançar um pouco mais antes de ir. – não sei se consigo, mas o sigo mesmo assim.

Do lado de fora tudo parece normal, como se nenhuma confusão tivesse acontecido. Ainda bem que apesar dos ânimos exaltados, nada havia sido destruído.

O único resquício estava na música. Ao invés de algo agitado, os alto falantes executavam uma antiga melodia sensual: Glory Box, da banda Portishead.

– Vamos para o hotel? – pergunto para John.

John me leva até a pista de dança e segura minha cintura, unindo-nos. Seu corpo ondula contra o meu, seguindo o ritmo. Minha cabeça está muito leve, o cheiro dele e sua proximidade, junto desta música, fazem minha mente divagar.

"I'm so tired of playing

(Eu estou tão cansada de brincar)

Playing with this bow and arrow

(Brincar com este arco e flecha)

Gonna give my heart away..."

(Vou dar meu coração por aí)

Jogo minha cabeça para trás, deixando-o me conduzir na dança. Ele se inclina e sua barba arranha meu pescoço. Abro meus olhos e ele está me observando atentamente. As luzes se intercalam iluminando seu rosto: claro e sombrio, assim como ele.

John passa a mão em meu rosto, deslizando até a base da minha garganta.

– Ah, Elle...

"Give me a reason to love you

(Me dê uma razão para te amar)

Give me a reason to be... a woman

(Me dê uma razão para ser... uma mulher)

I just wanna be a woman."

(Eu apenas quero ser uma mulher)

– Você vai me beijar agora? – meus pensamentos ganham voz em um suspiro que não consegui conter.

Eu espero que John não me ouça, mas ele o faz. Sinto-o encostar levemente os lábios em meu pescoço.

– Por mais tentador que seja, eu não vou te beijar, Helena. Você começou com a trégua, agora vai ter que pedir para acabar com ela.

Enquanto fala isto, John continua a me torturar dançando ao som dessa música hipnótica. Minha mente nunca esteve tão nublada, as luzes parecem dançar ao meu redor e a voz da cantora penetra em minha alma. O meu corpo se encontra adormecido ao resto do mundo, mas hipersensível à presença de John. Sinto-me estranha, entorpecida.

Quando levanto meu rosto e finalmente encaro John, ele franze a testa para mim.

– Elle, você está bem?

Sua voz está distante e preocupada. Meu cérebro parece ter sido preenchido por algodão. Não consigo articular uma resposta coerente. John segura minha cabeça com as duas mãos, me forçando a encará-lo.

Porra! Suas pupilas estão dilatadas!

Eu não consigo processar direito o que isto significa antes que o mundo inteiro vire um grande nada.


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 Abraços, Aretha

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Elle - sombras do passado (Série Jack Rock - volume 2) AMOSTRA!Where stories live. Discover now