Capítulo 48

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É o último, eu tô chorando!

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Harry's POV

Malia insistiu em voltar dirigindo, ela e Callie conversaram por um bom tempo no hospital e desde que ela saiu do quarto tenho a sensação de que ela tá com a cabeça cheia de alguma coisa. Já perguntei se está bem, mas ela simplesmente sorriu e balançou a cabeça afirmando. Acho que ela insistiu em dirigir como uma forma de desviar o foco do que está pensando, só que pelo silêncio no carro e seu olhar perdido, sei que não está funcionado muito bem.

-Posso fazer uma pergunta?

-Claro que pode. – ela respondeu sem tirar os olhos da rua.

-Eu não queria trazer isso de volta, mas é algo que sempre me incomodou e que hoje não consegui tirar da cabeça. Sei que alguma coisa que aconteceu naquele quarto está te incomodando, mas eu preciso falar disso.

-Fala de uma vez!

-O que aconteceu na noite da festa do Louis quando a Ronda me ligou? – ela finalmente me olhou parecendo assustada com minha pergunta, como se não esperasse que eu soubesse sobre isso. Depois ela relaxou a expressão quando compreendeu como eu descobri.

-O que ela te disse? – respondeu depois de pensar por algum tempo.

-Porque você fugiu da resposta?

-Porque quero saber o quanto ela te contou antes de falar, afinal, o que aconteceu não é sobre mim. – não esperava por essa, por ela se importar em não dizer mais do que Ronda quisesse que eu soubesse. Por essa atitude e essa preocupação, tenho certeza que Ronda não me contou a história certa. O alivio tomou conta de mim imediatamente, era tudo que eu precisava saber.

-Ela disse que você atendeu, que te contou que estava drogada e perdida, mas você a mandou parar de me ligar e de vir atrás de mim, depois desligou e a deixou sozinha nesse estado, para se virar na madrugada de Londres. – Malia freou o carro de vez, fui jogado para a frente, mas o cinto me puxou de volta com força, me fazendo perder o ar.

-ELA DISSE O QUE? – tomei um susto com seu grito, ela estava furiosa. Seu rosto ficou vermelho e ela me encarava sem parecer acreditar no que tinha ouvido. – Foi isso que a Ronda te disse? – ela falou mais baixo dessa vez e eu confirmei com a cabeça. Ela olhou para a frente e voltou a movimentar o carro. – Não foi isso que aconteceu. – ela finalmente disse depois de um longo silêncio, antes de entrar em uma rua que não levava a nenhuma de nossas casa.

-Onde você tá indo? – ela não me respondeu, olhei para frente tentando entender onde ela ia, até que a ficha finalmente caiu. – Malia, onde você vai? – perguntei um pouco mais exasperado e continuei sem uma resposta. – Você não tem que me provar nada, tá bem? Eu já entendi que não foi dessa forma e acredito em você. Se não quiser me contar o que realmente aconteceu, não tem problema, mas não faz isso, por favor! – ela me ignorou completamente e continuou dirigindo na direção da casa da Ronda. – Malia! – chamei seu nome com mais firmeza para faze-la prestar atenção em mim.

-Isso não é sobre você, tá bem? É sobre tudo o que eu fiz por aquela vagabunda para depois ela inventar uma história dessa. – ela praticamente soltava fumaça pelos ouvidos de tão irritada. Fiquei em silêncio o resto do caminho, pedindo a Deus para que Ronda não estivesse em casa. Finalmente chegamos a casa dela, Malia já abria a porta do carro antes mesmo que tivesse terminado de pará-lo completamente. Saí correndo atrás dela. Precisava colocar um pouco de juízo em sua cabeça, antes que ela a perdesse, mas não tinha ideia do que dizer.

ALMIGHTYOnde as histórias ganham vida. Descobre agora