Capítulo Dezesseis

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Luana sentiu o coração parar de bater ao ver o cano frio da pistola encostado em seu estômago. Centenas de pensamentos passaram por sua mente numa rapidez espantosa e nenhum deles demorou o suficiente para tomar forma racional, exceto um: nunca mais veria Caleb outra vez. Assustada, fitou os olhos escuros e alertas de Chace. Ele não dava a impressão de querer matá-la. O agente apontou para a porta com a cabeça, indicando o caminho a seguir.

- Eu disse vamos embora, e agora. -

- Será que não podemos...? -
Decidido, Chace a segurou pelo braço e empurrou-a porta afora, olhando de um lado para o outro como se esperasse companhia.

Talvez os agentes inimigos atirassem nele. Não, seria pouco provável. Se os terroristas tivessem escutado a conversa dos dois dentro de casa, estariam aguardando-os agora. Oh, Deus, eles iriam usá-la como refém para forçar Caleb a trocá-la por Wilmer.

- Ei! - Chace chamou ao chegar no portão. - Vamos fazer um trato rapazes, estou pretendendo sair do jogo são e salvo. -

- Seu traidor! - Luana gritou furiosa, as lágrimas a ponto de engasgá-la.

- Que tal uma trégua? - O agente propôs calmamente.

- Nós já o ouvimos. - respondeu uma voz com forte sotaque.
- Quanto você quer em troca da mulher? -

- Deixem-me me aproximar e acertaremos os detalhes, nada de tiros. -

- Está bem. - Ao perceber uma figura sair das sombras, Chace começou a caminhar na direção da calçada, arrastando Luana consigo.

- Mantenha o controle, não vá desmoronar agora. -

- Não sou do tipo histérica, mas não vou permitir que você me entregue àquela gente sem resistir. -

- Ótimo, ah, não comece a lutar até que eu lhe dê o sinal, ok? Consigo respirar melhor sem dois buracos no peito. Agora ande depressa. -

- Espere! Pare onde está!- Gritou a mesma voz com sotaque. Sem dar importância ao aviso, Chace saiu correndo, puxando Luana pela mão.

- Não se mova! - Berrou o terrorista. - Não tente entrar no carro! -

- Por que não? Está uma bela noite para uma corrida. - O agente parou com uma das mãos na maçaneta e a outra segurando a arma.

- Ei, o que você está fazendo? -

- Pensei que fosse óbvio, estou indo embora. -

- Mas você tinha concordado em negociar, entregue a garota e ficará livre para partir. -

- Me obriguem. - Chace empurrou Luana para dentro do carro e saiu em disparada. Uma olhada rápida no espelho retrovisor não lhe deixou dúvidas: estavam sendo seguidos. Ao perceber que os dois árabes atiravam em sua direção, pisou fundo no acelerador.

Luana sentia-se nauseada. Encolhida junto à porta, procurava se convencer de que talvez não morresse caso se atirasse pra fora do carro, apesar da alta velocidade. As atitudes de Chace eram cada vez mais incompreensíveis. Será que ele a estava poupando para conseguir um preço melhor na barganha?

- Não seja tola. - O agente falou com firmeza, embora ele sequer a fitasse, parecia saber o que lhe passava pela cabeça. - Você não teria chances de escapar com vida. -

- Por que? Por que tudo isso? -

- Você logo descobrirá, seja uma boa menina e fique quieta, não se preocupe, tudo acabará bem. Prometo que não sairá ferida. -

- Caleb vai matá-lo. -

- Provavelmente sim, de qualquer forma o Sr. Lopez terá que esperar na fila, foi a melhor ideia que me ocorreu no momento. -

A BailarinaWhere stories live. Discover now