III

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III

 Império de Raython, sexto mês do ano 22 da Quarta Era

“–Você não deveria tocar este Orbe, menina.

Ela empacou com os dedos finos a um centímetro da esfera que brilhava levemente. Fora descoberta. Girou no próprio eixo e olhou pra cima.

A um metro de altura, os olhos cinzentos e gélidos de Phyreon Thrower a encaravam. Ela tentava não ter medo dele, mas era difícil. O rosto era pálido demais, com as marcas negras da Maldição no lado direito. Era jovem demais para quase setecentos anos de idade. Uma mecha de cabelos brancos longuíssimos descia pelo ombro e morria perto dos tornozelos. Ele estava todo de negro, e segurava um livro.

Lyra tinha sete anos naquele dia. E como nunca teve tento na língua, franziu o cenho e questionou:

— Por quê? Que bola é essa? Você disse Orbe

Phyreon manteve o tom.

— Chama-se Orbe de Reidhas. – ele passou ao lado dela e cobriu o objeto com veludo vermelho. – é forte em demasia, e você é jovem demais para tocá-lo sem morrer. Não que eu ligue pra isso, veja bem. Mas a sua avó me traria dores de cabeça por anos.

Lyra deu um passo para o lado, tentando ver o que ele fazia com o orbe. Ela sempre foi louca para desbravar o escritório do tão temido Lorde Phyreon. E fora descoberta em menos de dois minutos.

— Pra que serve? – ela tornou a perguntar.

— Não sei bem. Estudá-lo-ei um dia.

— E onde você conseguiu?

— Mestre Zephirus presenteou-me.

— Ah… é bonito. – ela realmente estava admirada.

— Sim. Agora desapareça do meu recinto, menina. E tente não voltar aqui enquanto eu viver. – o tom dele não se alterou.

— Mas você é imortal! – ela abriu os bracinhos.

Phyreon abaixou-se e olhou o fundo dos olhos azuis dela.

— Exatamente. – ele sorriu levemente e acenou a porta com a cabeça.

Lyra saiu correndo por ela, e não entrou mais.”

Mas aquilo foi há dez anos.

Lyra trancou a porta magicamente. Olhou os dois lados e desatou a correr, carregando aquele orbe nas mãos.

Virou duas vezes à direita e desceu as escadas aos pulos. Ela podia muito bem usar a magia de teletransporte, mas gostava de correr. Principalmente dentro do castelo.

Num dos corredores encontrou Youko Hawking, o elfo comandante supremo da Ordem de Arqueiros. Ele não se importou com a correria dela.

— Bom dia, Lyra. – ele sorriu, o cabelo dourado reluzindo.

— Olá tio! – ela gritou, já longe.

Depois de outro lance de escadas, viu uma criaturinha de vestidinho branco transitando calmamente. As maria-chiquinhas também eram brancas, e iam até os ombros.

— Lyra, papai disse pra não correr assim! – ela fez sua típica cara de choro com aqueles olhões anis.

— Vá à merda, Anne! – ela trovejou, e ao passar por ela, fez um movimento leve com o braço.

Anne caiu de costas no chão, empurrada por aquela magia simples.

Lyra riu malignamente por um tempo. Estava estupidamente feliz por ter conseguido o orbe.

O Orbe de Reidhas - Legend of Raython, spin-off #1Kde žijí příběhy. Začni objevovat