2. Ela Quer o Colo da Mamãe

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A área C ficava um pouco afastada, propositalmente, pois caso fossemos invadidos as mulheres e enfermos estariam mais seguros, mas o lado bom de já ter mandado em toda essa geringonça que chamamos de Base Central é que somente eu conheço cada milímetro dela, incluindo os esconderijos e túneis secretos que se encontravam por toda a base, eu mandei coloca-los na planta ainda na construção, e como uma medida de segurança, no término da obra, eu dei uma ordem de execução á todos que trabalharam nela, se quer saber, na época até que foi bem poético, agora que é bem capaz que nunca sejam usados eu bem que me arrependo um pouco, mas afinal era meu trunfo e meus inimigos deveriam desconhecer caso precisasse usa-lo.

A C-15 fica bem escondida na área médica, é a sala particular de Rosalie e ela costuma ser bem reclusa, eu não a culpo, também seria se tivesse passado pelo oque a mesma passou. Quando entrei na sala houve uma mudança drástica na minha visão e demorou um pouco para ela se acostumar á presença de pouca luz, pude ver a mulher de meia idade entre as pilhas de papéis e fichas graças á iluminaria ultrapassada que iluminava a escrivaninha. Tudo naquela sala era de fato desconfortante, o som monótono da batidas do relógio, o cheiro de papel velho e o cheiro de desinfetante, que me nauseava.

- Sra. Mustaff – Me aproximei da mulher, a sala era pequena além da mesa havia um pequeno consultório na parte de trás e um sofá perto da entrada.

- Shast, isso é um pouco formal querida, não acha? – Ela sorriu afetuosamente e se levantou para poder me abraçar, seu abraço dentre outras poucas coisas é uma das únicas coisas que me fazem sentir em casa – Quando Ethan me disse que pretendiam te tirar de lá eu fiquei tão aliviada... – Ela me segurou pelos braços me olhando de cima a baixo, e então parou em meus olhos, ela acariciou meu rosto com carinho – Minha menina não mudou nada, deve ter sido tão horrível...

- Ah Rose, você sabe que não estão me dando liberdade, não de verdade, estão me mandando para minha possível morte - Me sentei no sofá colocando as mãos na testa.

- Pare de drama querida, tudo vai dar certo, e se não der, é melhor do que passar o resto de seus dias exilada, numa cela no fundo do mar – ela soltou uma risada meio abafada e me puxou pelo meus pulsos me fazendo olha-la nos olhos, quase não podia vê-la agora, mas a sentia me vasculhando com o olhar.

- Eu andei revendo minhas memórias, meditando, e talvez eu saiba como finalmente me matar... – eu sussurrei um pouco depois em um tom quase imperceptível

- A gente não pode falar sobre isso aqui – Ela me repreendeu baixinho enrugando a testa pensativa – Precisamos examina-la agora, Ethan pretende te mandar para o distrito central ainda hoje – Rosalie se levantou afastando totalmente o assunto, antes de eu ser exilada nós estávamos procurando alguma brecha que pudesse me fazer finalmente morrer, mas acabamos não conseguindo muita coisa.

Ela foi até a entrada e tocou com a mão no painel e todas as luzem se acenderam quase me deixando cega, depois foi para os fundos do cômodo e eu a segui, eu me despi e deitei na maca, um tipo de cápsula se fechou sobre mim por alguns minutos, e assim que se abriu eu voltei a me vestir, Rose em seguida olhou meus dentes, olhos, nariz e ouvido e quando acabou me deu um tapinha nas costas.

- Acabamos, como esperado você está apenas ferrada mentalmente, mas isso não é novo – Ela sorriu e me deu um beijo delicado na testa.

- Promete continuar pesquisando? – Eu encarei com esperança – Tente algo relacionado a Adagas.

- É claro que vamos dar um jeito – Ela piscou e me abraçou – Ethan deve estar a esperando...

- Certo... Mustaff deve me acompanhar até ser seguro me deixar sozinha mundo afora.

StoreStock - A Ordem dos ImperfeitosWhere stories live. Discover now