Cuidado, garotas bonitas podem ser perigosas

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Há mais perigo em teus olhos do que em vinte espadas.

- Willian Shakespeare



Quando Shasta acordou estava em uma cama de hospital, não se lembrava de muita coisa, apenas do laboratório secreto destruído, do sangue e da neve, agora se encontrava afivelada na cama e se sentia fraca demais, há anos não se sentia assim, sem muito sucesso tentou quebrar as amarras, alguém pareceu notar do outro lado do cômodo e provavelmente chamou o médico. Que não demorou a dar as caras, era um homem de meia idade com marcas de cansaço espalhadas por todo o rosto, ele deveria estar com muito trabalho,  estavam em plena guerra deveriam ter milhares de acidentados.

- Está tudo bem, se acalme – o médico tinha uma voz calma e serena, ele tirou as amarras e Shasta se sentou na maca – estava atormentada durante o sono, não queríamos que se machucasse.

- Eu entendo, e o que aconteceu? – uma ruguinha surgiu entre suas sobrancelhas – Eu não me lembro de muita coisa, apenas da neve...

- Minha mulher e meu filho estavam indo levar suprimentos ao acampamento norte e lhe encontraram, estava desacordada, eu apliquei muitos sedativos quando chegou, você estava um pouco violenta – ele pareceu notar a sua preocupação – Todos estão bem, o que fazia em plena área de guerra? – A garota ficou muda, não podia dizer nada, as pessoas ali provavelmente iam repugna-la.

- E-Eu não sei... – O médico sorriu como que a confortando e deu um tapinha em suas costas.

- Tudo bem, acha que consegue andar? – Ele deu espaço para que ela se levantasse.

- Acho que posso tentar... – Shasta desceu da maca sem muita dificuldade, um arrepio correu seu corpo quando seu pé descalço tocou o chão frio, ela deu alguns passos com dificuldade e sorriu – Acho que dá para o gasto.

O médico fez que sim com a cabeça e acenou para a enfermeira que antes o tinha chamado até ali, logo depois uma mulher também de meia idade entrou sorrindo de forma gentil.

- Oi querida, eu sou Rosalie Mustaff eu vou cuidar de você durante alguns dias até se sentir bem o suficiente. – A mulher sorriu e cutucou o médico com indicador.

- Essa é minha mulher, ah e Srta. Pode me chamar de Dr. Mustaff, você passará alguns dias sob seus cuidados em nossa humilde casa, eu vou te liberar quando achar que já está bem, somente assim.

Shasta fez que sim e acompanhou a mulher para uma sala adjacente, havia várias toalhas e instrumentos de higiene espalhados pelo cômodo além de uma banheira com chuveiro. Rosalie a instruiu a retirar a camisola e entrar na água. Após seu banho a garota se enrolou em uma toalha que cheirava desinfetante e chamou a mulher, a mesma lhe entregou uma blusa e uma calça de tecidos grossos e roupas de baixo. Shasta vestiu tudo sem dizer uma palavra, as roupas ficavam estranhas, em sua opinião, era algo de se esperar de quem sempre vestira grife.

- São temporárias, assim que nos informar seu endereço podemos pegar roupas para você, querida – a mulher disse e foi andando em direção a uma porta – Venha meu bem.

Shasta a acompanhou para fora, até um corredor e então até a sala de espera que estava lotada de pessoas, era uma cena bem forte. Parado perto da recepção estava um garoto de mais ou menos sua idade com um grosso casaco de lã nas mãos, quando as duas se aproximaram dele, ele sorriu e se ofereceu para coloca-lo na garota, ela queria dizer que quase não sentia frio, mas isso traria suspeitas então permitiu.

- Eu sou Ethan... – Ele sorriu para ela, tinha cabelo escuro, olhos de um tom verde azulado e a pele levemente bronzeada algo fascinante considerando a neve que caía lá fora, também tinha um sorriso de fazer as pessoas delirarem, e então ela notou, tinha marcas de mão em seu pescoço como se alguém tivesse tentado enforca-lo.

- Ah eu sou Shast – Ela sorriu em agradecimento, esse era o jeito que o pai a chamava, provavelmente fora ela que fizera aquilo com ele, ela se sentiu culpada.

Eles a levaram para fora até um carro de modelo um pouco antigo, ela se sentou sozinha no banco de trás e hora ou outra o garoto virava para trás e sorria para ela.

- Você pode apostar que vai adorar o lugar, tem cheiro de lar e é quentinho – ele riu de um jeito fofo – tenho certeza que vai se sentir em casa. Ah é mesmo, eu pretendo buscar suas coisas hoje.

- Ah sim, tudo o que eu tenho está no hotel Megerya na Avenida Principal...

- Uaau... Esse hotel custa uma fortuna!

- Fique quieto Ethan – a mãe o repreendeu rindo.



Gente avisinho, sempre antes de um cap. vai ter essas partes em itálico que são lembranças da Shasta. Ah e se você ainda está lendo, obrigado por gastar o seu tempo comigo, ssahushaus.

StoreStock - A Ordem dos ImperfeitosΌπου ζουν οι ιστορίες. Ανακάλυψε τώρα