❤Capítulo 3 ❤

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Mais tarde escuto minha mãe me chamando:

___ Isa filha, você vai querer jantar?

Como sempre eu não respondi,
então ela veio ao meu quarto.

___ Isa filha, eu falei com você!  Você vai jantar?.

___ Não!___ Eu disse, abrindo a boca pela primeira vez depois que eu perdi o sentindo pela segunda vez.

___ Por que não filha?

___ Você perguntou se eu queria comer, eu respondi que não! O motivo? Não estou com vontade!

___ Você precisa se alimentar!

___ Mas eu estou sem fome!

___ Filha, não fica assim não, a única coisa que irá nos ajudar agora é a fé, tenha fé que Deus vai te ajudar Isa!

___ Mãe, Deus não existe!

___ Não fale assim Isa, Deus existe sim! E ele vai nos ajudar, você tem que ter fé Isa!

___ Preferia ter morrido!

___ Isa, nunca mais fale uma coisa dessas! Se você está viva, é por que Deus tem um própósito na sua vida!

___ Eu não acredito no seu Deus mãe!  Ele não existe! É cada um por si, Deus nunca existiu!

___ Se você continuar falando assim, Deus vai ficar muito triste!

___ Mãe,  preciso ficar sozinha, vou dormi.

___ A enfermeira que irá lhe ajudar vai chegar amanhã.

___ Sai mãe,  estou cansada!

___ Ok, durma com Deus filha!

Eu não respondi, apenas fechei meu olhos, muitos dizem que a fé move montanhas, mas desde pequena eu nunca acreditei nisso, bem passei a não acreditar quando tinha sete anos de idade, mas isso não  vem ao caso agora, a última coisa que eu quero é virar uma pessoa que vive orando, e conversando com "Deus". Quando o dia amanheceu, eu tentei levantar sozinha, mas a única coisa que consegui foi cair de cara no chão. Vi que a cadeira de rodas estava á cinco centímetros de mim, tentei chegar até ela, e consegui, mas pra sentar nela era muito difícil, E claro que eu não consegui! Mas não gritei por ajuda, tentei chegar até a cama novamente, me arrastando, mas consegui, mas não consegui subir, fiquei com uma raiva enorme por não conseguir fazer nada sozinha, agora sou uma inválida! preferia mil vezes ter morrido!

___ Por que eu não morri?

Quando eu disse isso, uma forte pancada de vento entra no meu quarto, e derruba um quadro que eu insistia em deixar caído, lá tinha a foto das pessoas que já não fazia parte da minha vida, e isso me abalava profundamente. Era o meu pai e a minha irmã mais nova, que estavam na foto, eu e minha mãe também estamos na foto, mas a diferença é que eles morreram, sim, meu pai e minha irmã mais nova morreram, na época eu tinha acabado de fazer sete anos, meu pai tinha esquecido uma parte da decoração da festa que iriam fazer para mim, minha mãe estava ocupada, então não podia ir buscar, meu pai foi junto comigo a escolinha da Amanda, e depois fomos os três a casa de festas, lá tinha todo tipo de decoração, compramos tudo o que precisavamos, quando terminos já era noite, e faltava uma hora para a festa começar, meu pai teve que almentar um pouco a velovidade, mas não chegou a ultrapassar o limite, estavamos todos cantando e sorrindo, eramos muito felizes, sempre fomos uma família únida, e naquela época eu acreditava que Deus existia, toda a família acreditava, alguns minutos depois apareceu um carro em alta velocidade, meu pai tentou ao máximo desviar, mas não conceguiu, eu estava com cinto de segurança e a Amanda estava na cadeirinha, ela tinha apenas dois anos, já o meu pai não estava com sinto de segurança, com o impacto ele foi arremeçado para fora do carro, Amanda estava chorarando muito, e tinha um corte na cabeça, eu apenas cortei a perna, em um movimento rápido eu me soltei do sinto, e logo em seguida soltei o sinto da cadeirinha da Amanda, peguei ela no colo e sai do carro, Nessa hora ela tinha perdido o sentido, eu entrei em pânico, não sabia o que fazer, ainda com a Amora no colo fui até meu pai, com um pouco de dificuldade por causa da perna, mas eu nem ligava para a dor, só queria salvar o meu pai e a minha irmãzinha, quando cheguei perto do meu pai, ele ainda estava conciente, eu entrei em pânico, eu falava com ele, mas ele só gemia de dor, mas em um momento ele criou forças para falar, e até hoje me lembro de suas palavras...

Eu te amo muito Isa, você e a Mandinha são tudo pra mim, mas agora o Papai vai ter que ir, não se preocupe, iremos todos está juntos um dia, cuida da sua mãe, e diz que eu a amo muito, e ajuda a Mandinha, ela precisa de você,  e não se esqueça, Eu amo vocês, e sempre irei amar!

Naquele momento eu gelei, meu pai estava morrendo, e eu não podia fazer nada pra ajudar, vi meu pai fechado os olhos, então gritei:

Paaaaaaai, não morre agora, eu preciso de você,  a Mandinha e a mamãe também, não morre pai, Nós te amamos.

Naquele momento eu começei a orar, falei com Deus, como uma criança inocente faz nesses momentos...

Deus você está aí? não leva o meu pai não,  ele é tudo pra mim, o que vai ser de nós sem ele? Eu o amo tanto, por isso Deus, eu te peço, não leva o meu pai!

Minutos se passaram, eu só sabia chorar, e de repente começou a chover muito forte, parecia que a chuva estava na mesma síntonia que meu choro, então eu olhei para o meu pai, e ele já estava morto, eu chorava descontroladamente, e a chuva caía na mesma síntonia, olhei para a Amanda, e ela ainda respirava, então com ela no colo ainda, cheguei perto do carro, tirei minha jaqueta e enrolei ela, para proteger da chuva, em seguida peguei o celular e disquei emergência, meus pais tinham os números gravados no celular, para emergências, liguei e falei com a voz quase falha, mas conseguiram me entender!

- Onde está o seu pai? Questionou o homem que atendeu, ele tinha a voz calma.

- Ele... ele...morreu! Eu Disse chorando e soluçando.

- Calma, onde você está?  você está sozinha?

- Não, estou com minha irmanzinha, mas ela está morrendo, eu preciso de ajuda!

- Olha, fica calma, me explica direito, onde você está?  diz o nome da rua, tenta ver alguma placa!

- Eu não  sei... só sei que estou perto da casa de festa, eu não sei o nome da rua...

- Procura uma placa... tenta achar!

- Avenida principal!

- Ótimo, estamos indo para aí, fica calma, vamos salvar a sua irmanzinhã

. - Você promete?

- [...]  Prometo!

Depois que desliguei o telefone eu fui orar novamente, e ainda segurava a Amanda, protegendo ela da chuva, assim como fiz  com o celular.

Deus, por que você levou o meu pai? isso não é justo! você não podia ter levado ele, ele tinha muita coisa pra fazer ainda, e nós, o que vamos fazer? E a Mandinha, você vai levar ela também? Ela é o meu tesouro, você não pode levar ela! Por favor Deus, Deixa a Mandinha aqui, ela é muito novinha pra morrer, leva a mim então,  deixa ela aqui, e me leva no lugar dela! Eu a amo Deus, e faria qualquer coisa por ela!

A ambulância não demorou muito pra chegar, eu fui levada junto com a Mandinha, eles cuidaram da minha perna, e levaram a Mandinha para a emergência, eu liguei para a minha mãe que foi correndo para o hospital, Uma hora depois os médicos apareceram com cara de enterro:

- Infelizmente a pequena Amanda não resistiu, ela teve uma parada cardíaca e não resistiu.

Neste momento minha mãe se jogou no chão, e desabou a chorar, e eu a abraçei e chorei junto com ela, aquela noite choveu muito, até a tarde do dia seguinte, quando saímos do velório da Amanda e do meu pai, desde então eu nunca mais acreditei em Deus, pra mim ele não existe, e nunca existiu, se ele existisse não teria levado o meu pai e a Amanda de mim! Se ele existisse mesmo, não tinha feito isso, mesmo depois de eu ter pedido tanto, já a minha mãe, sempre orava e agradecia por eu está viva.

Percebo que o quadro quebrou, mas a foto continuava intacta. Minha mãe entrou no quarto com a enfermeira, elas me colocaram de volta na cama, e perguntaram o que aconteceu. Expliquei tudo, e elas disseram que eu devo ter mais cuidado, e sempre chamar alguém para me ajudar, eu preferia mil vezes ter morrido, do que está em uma situação como essa!

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Olá Galerinha como vocês estão, Espero que bem ❤, E aí? o que estão achando?  deixem seus votos e suas opniões. Se vocês estivessem nessa situação, preferiam morrer ou lutar e ter fé para melhorar?

A foto da mídia é o Bryan. Um grande Abraço, e até a proxima!

Luh_Theeodoro ( Ana Souza )  ( 1510 Palavras )

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