CAPÍTULO 12

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Uma forte chuva resolveu despencar do céu no início daquela noite. Pela janela conseguíamos enxergar as nuvens acinzentadas que hora ou outra recebia uma intensa luz emitida por raios e barulhos estrondosos de trovões.

Estávamos aparentemente seguros dentro da casa de Liz, mas as incertezas dominavam a nossa mente, ainda mais agora que as coisas estavam claras e explicadas para todos os membros envolvidos, mesmo que indiretamente.

Espalhamos colchões e almofadas por toda a sala afim de nos mantermos unidos e tomarmos decisões do que poderia ser feito, e as escolhas que nos conduziriam a um caminho certo, ou pelo menos na tentativa de encontrar o certo.

Por um lado, eu tinha um grupo especial do exército atrás de mim e de todos os meus familiares e contatados, do outro lado eu tinha que encontrar o Peter e quem sabe uma resposta, uma luz no fim do túnel que pudéssemos recorrer e deixarmos esse campo de batalha ilesos. Mas na guerra o risco é inevitável. Você assume as conquistas e a culpa, assume a bala que mata e as lágrimas das incertezas, de poder estar a qualquer instante do outro lado do jogo. Um dia você é o caçador, e no outro você é a caça.

Havia algo que estava cooperando com os nossos planos, ao menos sabíamos da existência dos rastreadores, mas e "ele" ou seria "eles"? Quem eram "eles"? De onde era aquele homem que assombrava os meus sonhos e de todas as mulheres amaldiçoadas por esse tormento? De onde vinham aquelas "orbs" de luz? Porque se comunicavam com imagens em plantações? Seriam "eles" nossos aliados ou inimigos?

Conforme o tempo passava não encontrávamos respostas, apenas mais perguntas que brotavam incansavelmente como uma semente jogada na terra brotando galhos e flores que quase podiam alcançar o céu.

- Tá, então você acredita que um garoto que foi abduzido há anos atrás está sobre o poder do exército e que ele tem informações valiosas sobre tudo isso...o que te faz acreditar que ele está no Arizona e ainda por cima vivo? – questionou Claire com as pernas entrelaçadas tomando uma xícara de chocolate quente.

- Eu o vejo em alguns dos meus sonhos, e isso me faz ter a esperança de que ele ainda está vivo, esperando por alguém que possa tira-lo daquele lugar.

- Mas isso não faz sentido Cate. Sonhos são apenas sonhos! Pode ser um desejo reprimido, uma memória armazenada... – retrucou Frederick ao lado da esposa.

- Ou pode ser uma mensagem que nem todos são capazes de receber. – disse de maneira enfática. – Que tipo de memória armazenada faz com que Willy, Jerry, eu e tantas outras pessoas sonhem com o mesmo homem?

- Isso pode ser uma histeria coletiva. – disse Fred ainda incrédulo com toda a história.

- E os agroglifos nas plantações? Vai dizer que foi eu em um momento de surto que fiz aquilo? Ou melhor, vai dizer que a pequena Willy saiu de madrugada e fez tudo sozinha?

- Sinceramente? Pode ser você como qualquer outra pessoa que tenha o conhecimento de sua história no passado e queira assustar, ou causar algum tipo de impacto.

- Frederick não faz sentindo. Tudo bem, digamos que foi uma pessoa que fez tudo isso, ela precisaria de máquinas, técnicas, e meu irmão não escutaria nada?

- Olha, eu acho que vocês estão ficando louco em me tirar de Nova York fazendo com que eu corra o risco de perder o meu emprego por conta de óvnis, um menino que desapareceu há anos e que o exército estaria atrás de você e toda a família. Você é louca! Amanhã bem cedo eu volto para Nova York.

Além do Céu (Volume 2) Projeto DeusOnde as histórias ganham vida. Descobre agora