— Cuida da sua vida. — resmunga de volta. 

— Parece um gatinho bravo. Little kitten

— Cale a boca, imbecil. Não entendeu que eu não quero falar com você? Que merda. 

Harry sorri, fazendo as covinhas afundarem nas bochechas pálidas, e encara o mais novo.

— Está vendo? Rawr. — tenta imitar um rugido, com direito à mão levantada, nariz franzido e tudo. — Gatinho.

Embora ainda esteja com muita, muita raiva, Louis não consegue esconder o sorriso que faz o canto dos seus lábios repuxar. 

— Para. Sai daqui. 

— Não. Cale a boca. — repete.

Harry o obedece pelos próximos cinco minutos e finge estar observando as estrelas quando, na verdade, está procurando alguma maneira de puxar assunto com Louis. O que encontra rapidamente.

— Está vendo aquelas estrelas? — ele aponta para cima e espera receber a atenção do menor para poder continuar. — Se você as ligasse, formaria um cachorro. 

Louis morde o lábio inferior e afirma com a cabeça, tirando as mãos da grama para colocá-las em cima da barriga.

— Aqueles de orelhas grandes, não é?

— Sim. — ri baixo, apertando os dedos nas próprias coxas para não entrelaçá-los aos de Louis. — Lou...

O menor busca uma forma de fugir do assunto.

— Olha aquelas dali. — aponta para outra parte do céu. — Formaria uma flor. Uma rosa, provavelmente. 

— É. 

— É.

— Onde está seu namorado? — Louis pode quase soltar veneno por sua voz, mas ele não o faz.

— No banho. Ele está indo embora hoje á noite. — Harry faz uma pausa. — Amanhã mamãe e Mark voltam. Vou embora ao amanhecer, quero me despedir deles primeiro.

O silêncio desconfortável os envolve rapidamente como uma pequena bolha, não permitindo que nenhum dos dois se levante e vá embora. Um não quer sair da presença do outro. Mesmo desconfortável, parece certo. Exatamente como deve ser.

O infinito não é nada quando os dois estão juntos.

— Me desculpa. — Harry suspira, suavizando o tom de voz. — Esquece o que eu te disse. Suas calcinhas, cinta-liga e todas as suas roupas são maravilhosas. Você é maravilhoso. 

Louis quer dizer que sabe disso, mas sua garganta trava, formando um caroço gigante que o impede de pronunciar uma única palavra. Ele também não diz nada quando Harry passa o braço em torno da sua cintura e o puxa para perto, fazendo-o deitar a cabeça no seu peito. 

— Me desculpa. Por favor. — repete mais gentilmente, passando os dedos pelos cabelos lisos e bagunçados pelo vento. — Você é tão importante pra mim que às vezes fico com medo de tudo isso, Louis. 

Lou fecha os olhos mais uma vez, apertando as mãos em cima do abdômen do mais velho e se segurando para não tocar nele da forma como realmente quer, ele não está confiando cem porcento em seu irmão, no entanto, a segurança que sente chega a ser assustadora, e não tinha absolutamente nada a ver com o laço sanguíneo os envolvendo.

— Não vai dizer nada? —pergunta com calma, escovando a franja com as pontas dos dedos. 

— Não quero. 

— Tudo bem. 

Louis umedece o lábio inferior com a ponta da língua e inspira uma longa lufada de ar.

Kamikaze | l.sWo Geschichten leben. Entdecke jetzt