Capítulo 9 - Pietro Vargas

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- Meg, você está bem? - perguntei num tom de desculpa, se ela lesse as entrelinhas.

- Estou - ela sussurrou com os dentes batendo, era notável o frio que ela estava passando.

- Você não pode continuar com tanto frio, uma hipotermia no meio da floresta, seria fatal para você - argumentei.

- Então me passa minhas roupas - ela continuou com os dentes batendo.

- Suas roupas estão molhadas, seria muito pior para você - comentei.

- Então o que eu posso fazer, só me cobrir e esperar que essa chuva passe...

Passei a mão na cabeça, tentando encontrar uma maneira de ajudá-la, a fogueira estava esquentando mais não o bastante, o interior da caverna era gelado e o frio da chuva e dos ventos só piorava, na bolsa dela só tinha aquela coberta, nada mais. Cocei a cabeça mais algumas vezes e descobri que teria uma maneira de ajudá-la, mesmo que ela fosse contra tudo aquilo.

Me aproximei de Magda, me deitando ao lado dela.

- O que você pensa que está fazendo?

- Preciso te aquecer, não vou te deixar desse jeito.

- E pra isso precisa ficar tão grudado? - ela perguntou ironicamente.

- Precisa, já te falei que não costumo agarrar mulheres a força, quero apenas te ajudar, será que dá pra você cooperar? O meu corpo está mais quente e não será problema para mim, ficar o mais perto possível para te aquecer.

- O meu corpo está mais quente, não será problema te aquecer, traduzindo te agarrar - ela falou numa voz tão fina que me fez cair na gargalhada.

- É serio.

Escorreguei para dentro da coberta e a pedra realmente estava gelada, senti um calafrio que percorreu minha espinha, daqueles que faz seu corpo todo tremer. A pele de Magda estava muito fria, ainda bem que tinha pensado naquela forma para ajudá-la. Colei meu corpo ao dela, de forma que ela ficasse como num casulo, escorreguei minha mão por sua cintura na busca por sua mão, e segurei-a firme.

No início ficamos um tanto sem saber como agir, mas meu único interesse real era em aquecê-la, estava bem preocupado, aos poucos ela passou a se soltar um pouco mais. Sua respiração estava entrecortada, como se não soubesse como se mexer nem nada com meu corpo tão colado ao dela. Podia sentir o cheiro doce do seu perfume que ainda impregnado na pele e no cabelo. Passei a acariciar seus cabelos e me aproximei ainda mais dela, sentindo sua pele macia.

Podia sentir a junção do meu calor com o frio dela, eram dois opostos se unindo, pelo menos já notava que seus dentes não se batiam tanto, ela estava começando a ser contagiada pelo meu calor, também com o corpo tão colado não teria como.

- Está se sentindo melhor? - perguntei baixo, bem próximo ao ouvido dela.

- Estou melhor, já não sinto mais tanto frio.

- Tá vendo que não foi tão ruim assim? - comentei, com um sorriso de vitória.

- É... - ela não deu muita atenção.

- Se aquele seu namorado ciumento, descobre que eu estava assim com você, acho que não teria mais vida, muitas mulheres ficariam tristes e sozinhas.

- Mais é muito convencido - ela riu - E quanto ao namorado, acho que não tenho mais... - ela comentou para minha surpresa.

- Como assim, vocês não iam casar?

- É como te falei, nem tudo são flores e talvez, Robson tenha muitos espinhos.

Rendidos de Amor 1Onde as histórias ganham vida. Descobre agora