Rendidos de Amor 1

Capítulo 6 - Magda Bosso

O que quase tinha feito? Eu estava ficando louca, ainda bem que Pietro saiu daquele quarto, precisava de ar e tudo estava quente demais ao meu redor, tudo parecia me sufocar.  Aquilo não podia tornar a acontecer, eu estava noiva, estava brigada com ele, mas deveria respeitá-lo, o que ele e minha família pensariam de mim. Chorei e me culpava, porque daquela vez a culpada era somente eu, ele só tinha feito o que tinha prometido que ficaria longe de mim, mas se eu quisesse essa distância acabaria e eu mesmo dei caminho para tudo aquilo.

O telefone continuava tocando parecendo me culpar. O nome de Robson brilhava, mas não tinha com atender. Entrei no chuveiro e retirei a parte de baixo do biquíni e me entreguei na água, para que ela levasse o toque e o desejo que tinha por Pietro. Deslizava o sabonete, e sentia o percurso que a língua dele tinha feito ainda estar quente, como se fossem marcados a fogo em mim. Sentia seu toque em meus lábios, em meu pescoço, em meu corpo, em minha mente. Ele estava mexendo comigo e eu não poderia me entregar assim.

Não imaginava como o encararia. Sai do banheiro e sentada na beira da cama para secar meu cabelo, e ali minha memória trazia os flashes que não queria, olhando para a cama via a imagem de nossos corpos se unindo numa perfeita sincronia. Seu beijo não parecia com nenhum outro, seu toque também era diferente. Nada acontecera rápido, tudo estava indo no ritmo dos nossos corpos.

O celular tocou mais uma vez, e fui obrigada a atender, Robson começou a gritar querendo saber o porquê de não ter atendido, tentei manter uma linha de raciocínio que não me fizesse gaguejar nem nada, ele não podia perceber nada.

- Porque você não me atendeu?

- Amor, estava resolvendo alguns assuntos, estudando para segunda-feira. Não tinha visto o celular tocando – tentei mentir.

- Em que hotel você está mesmo? – ele perguntou com aquele jeito ciumento, não podia imaginar que ele estaria pensando em vim para o Rio para me perseguir.

Antes que raciocinasse a pergunta dele, Pietro entrou no quarto com a camisa no ombro. Baixei os olhos, não tinha coragem de encará-lo e do outro lado da ligação Robson chamava meu nome, tudo parecia ter parado e Pietro parecia estar andando em câmera lenta. Ele seguiu para o banheiro. Pude ouvir o chuveiro sendo ligado e a água caindo lentamente, até começar a cair sobre o corpo dele, porque o som estava ficando mais abafado.

Me concentrei na conversa e respondi o nome do hotel que estava, e aproveitei para avisá-lo que estaria voltando em breve.

- Ele não está pensando em vim para cá? – a voz de Pietro vinha atrás de mim.

Virei-me e ele estava em pé como veio ao mundo, na porta do banheiro ainda se ensaboando. Girei a cabeça para longe daquela figura e ele continuou balbuciando algumas palavras, que não dei importância. Robson tentou ficar conversando e antes que ele começasse a me perguntar sobre o pedido de casamento, avisei que estava cansada, já passava das quatro horas da madrugada, desliguei a ligação e me deitei, querendo pegar no sono antes que Pietro saísse do banheiro.

Quando ele saiu do banheiro, estava com os olhos fechados para nem olhar pra cara dele, mas percebi ele se deitando na cama. Continuei quase prendendo a respiração para ele não perceber que estava acordada.