9>> Proposal (Part Two)

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Courtney Lauren's POV

Eu não sabia o que fazer. Claro que não queria aceitar a proposta de April, mas ela mataria o Justin. Não conseguiria conviver com esse peso na consciência.

- Não tenho o tempo todo do mundo, Courtney. - disse April me apressando. A todo momento evitava olhar para o Justin. Eu podia sentir seu olhar fulminante sobre mim, aquilo estava me matando.

- Me dê um prazo para pensar. Não tenho condições de responder agora. - conclui.

- Não tem nada para pensar! Sim e você entra para o meu time. Não e seu amado Justin morre.
É pegar ou largar, gata. A não ser que você não o ame tanto quanto diz. - ela disse colocando lenha na fogueira. A olhei com todo ódio que tinha naquele momento. Eu não posso aceitar, mas estou em uma sinuca de bico.

- Já te pedi um tempo. Ou você me dá, ou fica sem resposta.

- Courtney, você está brincando demais com a minha paciência. Quer uma prova de que estou falando sério? - desafiou. Neguei com a cabeça. - Tudo bem, te dou uma semana para pensar na minha proposta. Quero que pense com carinho enquanto estou em Miami a trabalho. - ela disse pegando sua bolsa - Não tente nenhuma gracinha. Deixarei alguns homens na cola de vocês dois. - ela disse apontando pra mim e para o Justin. - Podem soltá-lo. - ordenou - Um semana, gata, uma semana. - ela disse em meu ouvido quando passou por mim rebolando.

Corri até o Justin e tentei abraçá-lo, mas ele não deixou. Abaixei a cabeça e saí dali com os pensamentos à milhão.

Dois Dias Depois...

- Precisamos pensar em algo. Não pode aceitar a proposta dela. - Justin disse. - Para com isso! Tá me deixando tonto com todo esse vai e vem. - brigou por eu estar andando de um lado para o outro há mais ou menos meia hora.

- Não dá, tô muito preocupada.
O que vamos fazer, Justin? É a sua vida que está em jogo. - meu coração se apertou.

- Você ainda não entendeu, não é? Ela só está te testando. Você aceitando ou não, nada vai acontecer comigo. O máximo que ela pode fazer é mandar me darem uma surra, mas não vai me matar. Ela quer saber se o que você sente por mim é tão verdadeiro ao ponto de você se sacrificar por mim. April é como o Troy: apenas uma criminosa mal amada. Ela quer que você tome a decisão certa, que não aceite, porque ela sabe que você nunca se juntaria a ela. Qual é, ela precisa de mim vivo, não me mataria tão cedo. - Justin disse.

Pensando por esse lado, até que fazia sentido tudo aquilo que ele disse. April não nos mataria agora, ela quer nos fazer sofrer, quer nos testar primeiro. Pode ser que mais pra frente ela tente algo mais radical, mas por hora ela só quer nos assustar. Preciso bolar um plano para enrolá-la o máximo que der.

- Eu já sei o que vamos fazer. - comentei - Eu vou aceitar a proposta dela e nós vamos chamar os garotos e montar uma gangue maior que quatro pessoas.

- O quê? Claro que não!

- Me escuta. Vamos montar nossa própria gangue. Entrando pra máfia dela vou ter acesso a tudo que ela fizer, vou poder manipular suas ações.

- Ela vai saber que você está aprontando e vai te matar. Fora de cogitação, Courtney. - discordou.

- Tem razão. - me joguei na cama exausta. - E agora? O que vamos fazer? - perguntei sentando e olhando diretamente para seus olhos cor de mel.

- Vamos chamar os garotos e contar tudo. Com certeza o Chris vai ter algum plano. - Justin disse confiante.

Não sei o que fazer da minha vida agora. Estou com o coração pequeno. A todo momento fico preocupada com meus filhos, cada um em uma parte do mundo. Converso com eles todos os dias via Skype, mas não é a mesma coisa que está perto deles. Sinto tanta saudade...

- Os garotos chegarão amanhã. - Justin disse depois de ter falado no celular com o Chris.

- Temos cinco dias para bolar alguma coisa. A puta da April só me deu uma semana. - apoiei os cotovelos nos joelhos e abaixei a cabeça - Estou perdida. - meus olhos marejaram e quando percebi já estava chorando.

- Calma, meu amor. Estamos juntos nessa. - Justin disse me abraçando forte. - Eu te amo, não se esqueça disso. - me deu um beijo na testa.

- Obrigada, eu também amo muito você. - o olhei com os olhos cheios d'água. Justin enxugou minhas lágrimas e me deu um beijo na bochecha.

- Por que não toma um banho quente? Descanse, amanhã teremos um dia cheio e os próximos prometem serem bem piores. - propôs.

- Não quer vir comigo? Quero dizer, não teremos mais tempo pra isso, se é que me entende... - eu disse desabotoando a calça de forma provocante.

- Courtney...

- Shh... vem cá. - o chamei com o indicador. Justin veio correndo e sorrindo. Mesmo em meio a um turbilhão de coisas acontecendo conseguimos encontrar um tempinho para nos amar.

Não sei o que seria de mim sem esse ser humano. Ele é a pior e a melhor pessoa. Foi a pior e a melhor coisa que já me aconteceu. Eu o amo com todo o meu coração mesmo quando deveria odiá-lo por ser um completo babaca às vezes. Mas eu sou grata por tudo; tenho dois filhos maravilhosos e sou feliz apesar de todas as coisas.

- Sabe do que eu lembrei agora? - perguntou.

- Não. O que foi?

- Lembrei do dia em que nos conhecemos. - ele disse sorrindo enquanto passava a esponja por minhas costas.

- Nossa. Foi longe, hein?! - sorri.

- Muito.

- Então, do que lembrou exatamente? - perguntei sentando de frente pra ele na banheira.

- Da parte em que te encostei naquela árvore e do jeito que nos olhamos. Foi tão intenso que naquela hora eu tive certeza de que um dia ficaríamos juntos. - foi tão lindo o que ele disse. Um flashback de anos atrás me veio à mente me fazendo sorrir que nem uma retardada.

- Eu lembro que fiquei morrendo de vontade de te matar. Você trapalhou meu assalto aquele dia! - eu disse soltando uma gargalhada, Justin fez o mesmo.

- Pois é, e logo depois você me deu uma facada na perna, ou não se lembra disso? - disse sendo irônico.

- Bem feito! Quem mandou atrapalhar uma criminosa? - joguei água nele.

- E apesar de tudo estamos aqui, felizes embora em perigo e com muita gente nos odiando. Eu acho que nunca vou entender o que você fez pra mim.

- Do que você tá falando?

- O jeito que você me prendeu. Você foi a primeira e única pessoa a conseguir esse feito, sinta-se lisonjeada por isso. - ele disse sorrindo com os olhos.

- Muito obrigada, senhor. - fingi me curvar.

- Vem cá, palhacinha. - ele me puxou pra perto e me deu um beijo molhado na testa. - Te amo, sabia?

- Só faltam os nossos filhos pra esse momento ser perfeito.

- Verdade, mas um dia ainda seremos felizes por completo.

- E a propósito, também te amo. - e lhe dei um beijo de tirar o fôlego.

Continua...

A Criminosa IIIWhere stories live. Discover now