23 de fevereiro de 2016

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Algumas semanas atrás eu acordei em um lugar desconhecido cheio de máquinas e paredes brancas. Era um hospital.

Minutos depois de eu despertar, um casal entrou no local. Aparentavam estar tristes, mas a feição de ambos mudaram após olhar pra mim. O que ocorreu nos minutos seguintes pode ser resumido a gritos, choro e enfermeiros tentando conter a mulher que não parava de agradecer por seu filho ter acordado. Eu não sabia, mas eram os meus pais.

Eu estava tão perdido. Vi pessoas entrando e saindo daquele quarto, mas eu não conseguia reconhecer ninguém. Eu estava com amnésia, e os médicos não podiam me dar certeza se era reversível ou não.

Depois de vários dias fazendo exames e mais exames eu fui liberado. Meus pais me levaram para casa, a casa deles. Um local aconchegante, mas que não era o suficiente para me fazer sentir confortável ali. Eu estava convivendo com pessoas que, de certa forma, eu não conhecia.

Dois dias após o meu retorno minha mãe me entregou um caderno. Disse que havia conversado com o psicólogo do hospital e que ele havia recomendado que eu escrevesse um diário. Não vi sentido nisso, mas não questionei. Eu não tenho passado, mas ainda posso ter um futuro.

My Dear DiaryWhere stories live. Discover now