Capítulo 26

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Como essa Sofia conseguiu me tirar do sério. E o pior é que conseguiu me deixar mal também. Ela tinha que me fazer lembrar desse bendito beijo. Já fazem quase dois meses que terminei com o Poncho e pouco mais que um mês que vi essa cena horrorosa.

Por falar no Poncho, despois daquela nossa conversa nossa conversa no dia da minha formatura, não o vi mais e nem falei com ele. Mas fiquei com aquela frase na cabeça:

"Quem dera se você afirmasse que sim."

O que ele realmente quis dizer com isso? Sou muito lerda, eu sei.

Achei estranho ele não me procurar mais. E depois do que aquela cínica da Sofia disse hoje, to começando a desconfiar de algumas coisas não muito agradáveis. Será?

Aquelas palavras finais dela me destruíram. "Se eu não ficar com ele, mais ninguém fica." - ela acha que tá podendo... mas será que tá mesmo? - "E farei de tudo para conquistá-lo e para ele esquecer você." - com essa eu me assustei... to com medo. Será que ele ainda não me esqueceu? Será que ela vai faze-lo me esquecer mesmo? Será que vai conquista-lo? Será?

Palavra da minha vida no momento: SERÁ?

Vou dormir... não posso ficar pensando nisso. Anahí... pensa que você amanhã precisa levantar cedo e procurar um trabalho. Pensa nisso viu. Obrigada, de nada.

...

" - Que bom que nós estamos felizes, que deixamos os problemas de lado.

- Adoro isso de estarmos casados...

- Um brinde a nossa felicidade!

- A nossa felicidade!

- Sabe Alfonso... nunca pensei que formariamos assim, nossa família.

- Nem eu... aconteceu tanta coisa.

- Mas o que importa agora, é que estamos juntos e eu te amo...

- Eu também te amo SOFIA!"

NÃÃÃOOOO!!!

Acordei desesperada... que sonho foi esse? Ou pior... que pesadelo foi esse?

No pesadelo eu via a imagem do Poncho conversando com uma mulher, com todo o carinho do mundo, mas não conseguia ver quem era. Parecia feliz e conquistado. Quando consegui ver o rosto dela e ouvi-lo pronunciar seu nome, levei um susto tão grande que se deu a isso: acordar no meio da madrugada, assustada e desesperada por causa de um pesadelo.

Céus... o que tá acontecendo? Não posso ficar desse jeito. Nem nos sonhos me livro dessa sonsa. Preciso esquecer... preciso esquecer... não posso nem imaginar como seria essa família feliz que me dá nojo e ao mesmo tempo medo. Medo de pensar que talvez quem devesse estar no lugar dela seria EU! Se acalma... isso não vai acontecer, não vai. Volta a dormir que amanhã não vai nem lembrar.

E então me deitei, depois de tomar um copo d'água, e acabei pegando no sono de novo.

...

" - Eu disse que te amava e você não levou a sério.

- Poncho, não é bem assim.

- Como não é bem assim? Quantas vezes eu disse que te amava e você só dizia 'não sei'.

- Mas...

- Você não sabe o quanto eu te esperei... não sabe o quanto eu te amei!

- Eu sei... porque eu também te amo.

- Annie não precisa mentir. Não vem me dizer que me ama agora que estou pronto pra casar e ter uma família com uma mulher que me ama de verdade.

- Mas eu não to mentindo... Poncho por favor, me dá uma chance.

- Não Anahí. Chega. Perdi a conta de quantas chances pedi pra você e não deram em nada. Adeus."

POONCHOOOO!!!

Ai meu Deus... agora eu já estava em lágrimas. Dois pesadelos em uma noite só! Não vou aguentar... essa dor tá me tomando. Eu o amo e não posso, não consigo viver nessa situação. Desse jeito vou ficar louca, vou sofrer mais e mais; preciso fazer algo.

Olhei o relógio e marcavam 05h23m. - sim, eu acordei as 5 da matina. - levantei e fui tomar um banho.

Ao voltar, fui até o armário peguei uma mala que estava na parte de cima e depois fui pegando o maior tanto de roupas possíveis, acessórios, sapatos... tudo o que uma pessoa precisa. Quando terminei de colocar tudo dentro da mala, fui até uma gaveta que era trancada com chave e peguei umas econômicas que tinha guardado, para usar quando precisasse. Também peguei uma coisa muito importante pra mim... um objeto no qual me era especial. E que com certeza não deixaria pra trás, por mais que fizesse parte da minha história com o Poncho. Era um colar que ele me deu onde estavam gravadas nossas iniciais "AyA" dentro de um coração prateado.

Estava tudo pronto. Respirei fundo e passei por aquela porta. Olhando o momento em que deixava meu apartamento. Não o venderia... em nenhum momento pensei nisso. Ele ficaria ali... a minha espera.

Desci. No elevador vinha em minha memória, os lindos momentos que tive ali dentro. Tantas recordações que jamais serão esquecidas... inclusive algumas que eu quero esquecer mas não consigo.

No hall do prédio, falei com o porteiro; um senhor muito educado e que sempre falava comigo. - Pedi-lhe que entregasse a carta que eu estava lhe dando, a primeira pessoa que viesse me procurar em meu apartamento. E que era pra dizer que não estava em casa, somente.

Me despedi dele com um abraço. Ele me perguntou se eu voltaria e com um sorriso amarelo no rosto eu lhe respondi:

"Quem Sabe."

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Não pude postar ontem, no aniversário da Mai ❤ então só quero parabeniza-lá por mais esse ano de vida... 33 não é mole, e ela continua linda como sempre. Parabéns pra nossa super madrinha do Trauma... #TeAmamos!

Creo En Tus Ojos (Livro I)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora