Capitulo 1 - Jeniffer Carolina

78 7 0
                                    

  ★ 29/02/1889  ✠ 12/06/1902

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

★ 29/02/1889
✠ 12/06/1902

> Bibliografia Humanizada

Filha de Roberto Amadeu e Sarah Cristina, Jeniffer era uma menina de muito bom comportamento, gostava de brincar nos campos em meio às flores e de ajudar sua mãe nas tarefas de casa.
Quando tinha apenas cinco anos, ela mostrava um talento incrível para música. Tinha uma bela voz que encantava a todos que à ouviam. A primeira música que ela cantou foi uma cantiga de ninar que sua mãe cantava para ela quando ela nasceu.
Com sete anos, ela começou a escrever histórias para que pudesse ler para seu irmãozinho que havia acabado de nascer. Essas histórias eram na verdade seu diário, que ela narrava todo o seu dia para o irmão, que à ouvia atentamente até pegar no sono.

Ao completar nove anos, seu pai Roberto Amadeu, veio a falecer devido a peste negra que havia chegado ao Brasil em meados de 1899.
Sua mãe preocupada com o sustento da casa, começou a trabalhar fora, para que pudesse pagar a comida de seus filhos, e deixou a pequena Jeniffer cuidando de seu irmão.
Dia 12 de Junho de 1902, quando Jeniffer tinha 13 anos, a menina estava cozinhando para seu irmão, já que a Sarah estava em seu novo emprego. Ao se distrair, a casa começa a pegar fogo. Jeniffer falece no local junto à seu irmão José Augusto.
Sarah, inconformada com o acontecimento, se enforca dois dias depois.


> Visão da Morte

Em uma tarde, enquanto caminhava através dos humanos, eis que aparece em minha lista, o nome de Jeniffer Carolina. Seria este somente mais um dia de trabalho, somente mais uma alma que encaminharei para seu devido lugar. Bom, era o que eu pensava.
Ao chegar na casa de Jeniffer, vi algo que não via a muito tempo, uma alma que aparentava ser pura, sem vícios, sem arrependimentos ou infeliz. Era uma alma que eu questiono as vezes porque eu tenho que levar.
Vi a pequena garota, cozinhando o pouco do arroz que tinham na casa para seu pequeno irmão. A garotinha estava fazendo tudo de bom coração, enquanto seu irmão estava brincando com o ar e dando rizadas. Quando recebo as minhas instruções de como levar esta alma.

"Jeniffer Carolina, morte por incêndio."

Era algo que não era muito comum acontecer, estava me perguntando o porque isto estaria acontecendo com uma alma tão leve, tão serena. Mas meu trabalho é seguir atentamente o que é informado pelo meus superiores. Se ela deve morrer por incêndio, então é o que vai acontecer.
Me esgueiro devagar entre as sombras e paredes da casa, chego bem próximo ao fogão onde está aceso com a comida no fogo e começo a alastrá-lo.
Jeniffer, em desespero, tenta apagar o fogo, mas eu não posso permitir, então começo a piorar o incêndio. Seu irmão, vem tentar ajudá-la, mas também não consegue. Sei que não posso permitir que esta alma escape, e no momento em que Jeniffer pegou seu irmão e tentou correr eu fechei o local com fogo, impedindo que fugissem, só conseguia ouvir o desespero dessas duas almas implorando por ajuda, até que por meio de seu corpo em chamas, a alma de Jeniffer vem até mim.

- Onde eu estou? Quem é você?
- Eu sou o responsável por tudo que aconteceu! Eu sou a morte!
- Porque você fez isso conosco? * Pergunta a alma de Jeniffer aos prantos *
- Não chore pequena, era sua hora. Chegou a sua vez de partir. Sua alma sera encaminhada para o seu devido lugar conforme suas ações tanto nesta vida, quanto em outras.
- Como assim? * Pergunta a alma de Jeniffer ainda chorando *
- Um dia você irá entender. Mas até lá...
- O que está acontecendo?
- Você está sendo levada para onde sua alma deverá permanecer!

A alma da garota começa a ser levada para baixo, e por mais que ela tenha lutado, foi em vão, as trevas em seu coração não permitiram que ela fosse para cima.

Para a minha incrível surpresa, ela não foi encaminhada para o lugar onde achei que ela iria, talvez ela devesse realmente ter morrido em um incêndio. Mas o real motivo dela merecer isso, eu não posso lhe contar, pois eu não sei, e afinal, julgar uma alma não é o meu papel, e sim só levá-la a onde ela deve ir, quando ela deve ir. E somente depois que ela é levada, eu descubro o real motivo de seu julgamento.



"Me culpam! Dizem que eu sou mal! Pois deixem de ser tolos meus amigos, eu só faço meu trabalho, nunca te levaria se não tivesse que levar. Só levo você comigo, se sua hora chegar"

Atenciosamente
A morte

A Vida da MorteWhere stories live. Discover now