Capítulo 6

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Fui buscar respostas e voltei com minha cabeça toda confusa, não sei mais nada. O taxi está quase chegando à casa que abriga Pedro, e os irmãos Jones. Sei que não vou conseguir nada com eles, mas tenho que tentar.

Quando entro na casa todos os três estão sentados com uma conversa que parece ser tão envolvente que nem notam a minha presença, então vou até um quarto vazio. Alice Jones entra no quarto e se senta ao meu lado, mais não diz nada, apenas olha para as paredes. Eu me perco em seu rosto, sua beleza é de perder o folego. Parece que ela foi pintada a mão.

Alice Jones me encara, e sorri com o canto da boca. Eu retribuo o sorriso. Mais ela continua sem dizer nada, e assim ficamos por algum tempo.

- Onde você estava todo esse tempo? – sua voz é mansa, ela fala como se estivesse tentando domesticar um animal.

- Fui conhecer o local

- Eu sei que não é só isso

- Eu não posso ter segredos, só vocês três? – eu estou um pouco desconfortável com a situação

- Eu estou sentindo um pouco de tensão no ar – ela coloca a mão no meu ombro – amanhã eu quero fazer um passeio com você

A noite passa diante dos meus olhos. Eu não consigo dormir e nem sei o real motivo do meu desconforto. Se é a bruxa. Os segredos do Pedro em relação a tudo isso. Minha família. São muitas questões sem respostas em minha vida, mas eu fico feliz em saber que Alice quer sair comigo. Ela nunca me deu muita condição nem pra ser amigo, acho que ela foi mandada pra me distrair, mais eu aceito essa distração.

***

Ao amanhecer Pedro e Ben já saíram. Alice me espera para poder sair, por esse país desconhecido. Ela sorri quando me vê e pega sua bolsa e vamos em direção à porta. O sol está tão agradável, quente mais de uma maneira boa não desconfortante. Começamos a caminhar apenas observando a paisagem rustica, rural.

- Porque desse convite tão inesperado? – pergunto sem olhar pra ela

- Pedro e meu irmão saíram para fazer algumas coisas importantes. Então eu pensei porque ficar aqui trancados enquanto tem um país inteiro a ser explorado – sua voz saiu fraca e sem emoção, quase que já decorada. Alice não consegue transmitir o entusiasmo que pretendia

- Sei... Mas o que vamos fazer hoje?

- Na verdade eu pensei em apenas caminharmos por ai e nos conhecermos melhor – ela sorri e me puxa para frente

Alice parece ser bem experiente, quase que nascida aqui. Alice sabe todos os pontos do país. Ela me leva a um terraço lindo, o prédio não é muito alto, mas a vista é linda, parece que só existe nós dois e nada mais. Os problemas parecem não existir. Sentamos no parapeito do prédio, a brisa que passa por nós é tão gostosa. Ela está sentada ao meu lado, me olhando nos olhos tentando achar minha humanidade, tentando esquecer meu lado vampiro. Eu faço isso sempre que me olho no espelho, tento achar a minha humanidade, mas a única coisa que vejo no meu reflexo é um monstro sanguinário.

- Porque bruxas e vampiros não se dão bem? – pergunto quase que sem querer

- Porque o vampirismo não é algo natural, é algo que desafiou a natureza. E porque sangue de bruxa tem certos efeitos nos vampiros – ela sorri

- Como assim desafiou a natureza e seu sangue me faria andar de dia sem precisar de feitiço?

- Tudo que existe na terra tem a supervisão da natureza. As bruxas tem o dever de cuidar e manter tudo em seu real equilíbrio. Nascemos, crescemos, damos frutos e morremos isso é natural, mas os vampiros é algo que foi criado com morte e magia neg...

- Pelo que me lembro você mesma me disse que não sabia como surgiu isso

- Eu não sei ao certo como que ocorreu, mas eu sei que foi um bruxo que estava querendo poder, ele queria viver pra sempre para poder governar o mundo e fazer dele um lugar com um único soberano ou algo do tipo.

- Mas o que aconteceu?

- Você mesmo sabe que essa eternidade tem um preço, essa maldição lhe custa muito e ele conheceu esse preço. O sol que o esquentava passou a queima-lo até a morte, o coração que bombeava o sangue que corria por suas veias parou, e sua sede por sangue se iniciou, seus instintos ficaram ampliados. Mas isso é só uma das lendas de como surgiu os vampiros.

- Sei muito bem como é essa historia do sol, quase fui morto por causa do sol – faço uma pausa e a encaro com mais frieza – o que Pedro e Ben estão aprontando?

- Tem coisas nessa vida que preferimos ficar de fora, antes que sejamos queimados junto. Mas vamos tentar não falar neles, não vamos estragar nosso dia.

- Tá bom desculpa – disfarço minha decepção

Eu estou sentindo algo forte em relação à Alice, não sei bem o que é mais tem algo acontecendo, e é bom. As nuvens são sopradas pelo vendo, e suas formas é o entretenimento de Alice, ela fica vendo formas nas nuvens e pra ela isso parece ser muito divertido. Tudo na vida de Alice é estranho e desconhecido, eu não sei absolutamente nada sobre ela. Até porque Alice é bem fechada e muito misteriosa, acho que isso é o mais atraente nela.

- Alice Jones eu gostaria de saber mais sobre você, sua vida parece ser fascinante.

- Minha vida não tem nada de fascinante – cabisbaixa diz ela

- Mais me conta sobre você – eu me sento e fico fitando seu rosto

- Eu nasci no Brasil mais meus pais são Franceses, eles foram para o Brasil para fugir de Russell Gust. Parece que a vida de muitos bruxos são correr de Russell.

- Mas o que aconteceu que eles estavam fugindo de Russell?

- Eles fizeram um feitiço contra Russell e ele os caçou até conseguir acha-los e tirar a vida deles – ela se senta a minha frente – minha mãe nos deixou com uma família de amigos.

- Onde surgiu a parceria com Pedro Mull?

- Já ouviu falar do ditado, o inimigo do meu inimigo é meu amigo, é exatamente o que aconteceu. Pedro Mull e Russell Gust são os mais antigos que eu conheci ou que ainda exista.

- Eu nunca soube qual a real idade de Pedro, qual seria?

- Pedro tem 500 anos... Eu acho – ela ri

- Nossa eu sabia que ele é velhos mais isso – debocho – Continua falando sobre sua vida

- Bom depois que minha mãe deixou eu e meu irmão no Brasil, ela volto pra França e foi lá que minha mãe morreu junto do meu pai – vejo seus olhos se encherem de lagrimas – eu e meu irmão crescemos sabendo o que tinha acontecido e a vingança foi crescendo junto conosco.

- Vocês foram atrás de Pedro?

- Nós ficamos sabendo que eles eram inimigos. Tipo... Inimigos mortais, então nós nos unimos a ele.

- Onde eu me encaixo nessa historia. Pedro me disse que Russell ficou sabendo da nossa amizade e queria me usar para atingi-lo, por isso ele foi para longe, mas eu acho que não seja só isso.

- David meu querido, você é mais importante do que você pensa – diz ela – quer dizer Pedro te vê como um irmão.

\A

A 1ª MaldiçãoWhere stories live. Discover now