Treze

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16h00.

"Você veio pra ficar na minha casa, Flávia!"

"Não vou ficar aqui depois do que você fez!" Falei, pegando minha mochila.

Bruno segurou meu braço.

"Pensei que fosse minha amiga." Ele falou, meus olhos estavam marejando.

"Eu também pensei. Acho que estava errada, não?" Ele olhou para baixo e me soltou.

"Desculpa."

Assenti, deixando uma lágrima cair.

"Não é o suficiente. Tchau." Saí do seu quarto, já em prantos.

Rafael estava me esperando fora da casa de Bruno, o abracei assim que o vi.

Ele é meu amigo, como pôde fazer isso comigo?

Meu celular começa a vibrar, uma chamada de Mila.

"Vou atender, ok?" Falei, limpando minhas lágrimas e Rafael assentiu.

Atendi na quarta chamada.

"Mana, você não me ligou mais, me esqueceu?!" Mila falou, o que me fez sorrir um pouco.

"Nunca te esqueceria. Só estava um pouco...desligada, digamos assim." Falei, seguindo Rafael até sua casa.

"E como tá aí em Floripa?"

"Ah...Não estou em floripa" Falei dando uma risadinha, entrei no quarto do Rafael e me sentei em sua cama, ele guardou minha mochila em seu guarda roupa.

"Quê? Aonde você tá?" Mila perguntou, agora com um tom de preocupação.

"Carazinho." Sussurrei.

Ela riu.

"Mentira! Como assim? Meu deus! Porquê não contou antes?" Soltei uma risada.

"Um...amigo." Meu sorriso se desfez. "Poderíamos nos falar depois? Eu tô meio ocupada."

"Tá bom, me conta TUDO Flavinha." Ela disse, eu suspirei. "Beijos, te amo!"

"Também te amo, tchau." E desliguei.

Voltei a chorar assim que olhei para o rosto de Rafael, que estava sentado na sua cadeira legal à minha frente.

"Calma, vai ficar tudo bem, você mesmo disse que ele iria se arrepender." Ele disse, sentando ao meu lado e me abraçando.

"Obrigada por deixar eu ser sua amiga." Murmurei.

"Quê?" Ele perguntou.

"Nada." Sussurrei.

Rafael levantou da cama e me estendeu a mão.

"Quer sair ou ficar por aqui?" Dei um sorriso.

"Vamos." Saí da cama.

Limpei meu rosto e saímos.

Rafael resolveu me levar em uma praça bem perto da casa dele, uma praça bonita e alegre, apesar do frio, crianças brincavam no playground.

"Aqui é bem bonito." Ele sorriu. "Obrigada por me ajudar nesse momento, Rafa."

"Imagina. Você me ajuda, eu te ajudo." Dei uma risada.

"Como você está com a sayu?" Ele abaixou a cabeça, desfazendo seu sorriso.

"Terminamos ontem." Meus olhos arregalaram.

"Rafael! E você nem me falou nada!" O forcei a sentar em um banco, para ele me explicar a situação.

"Calma, Flavi" Ele sorriu, minha cara de tacho ainda era evidente. "Fui eu quem terminou com ela."

Separados Por Um CanalWhere stories live. Discover now