Entramos no restaurante. Alice ia andando na frente um tanto quanto rápido e se sentou em uma mesa no fundo, me encarando com os braços cruzados, insatisfeita. Provavelmente me xingando muito mentalmente. Sentei à sua frente e observei o cardápio. Logo a garçonete se aproximou sorridente com um bloco de anotações e uma caneta.
– Boa tarde. O que vão pedir? – a mulher perguntou gentilmente.
– O que vai querer? – perguntei a Alice.
– Um pouco de liberdade, paz, sossego, ficar longe de você. Tem isto ai? – ela direcionou o olhar para a garçonete.
– Pode ser o prato do dia, por favor – ignorei o mau humor dela.
Ficamos nos encarando por um tempo. Eu com um quase sorriso e ela com a cara fechada, até soltar uma gargalhada gostosa.
– Você vai ficar me olhando desse jeito, caralho? – ela se desencostou da cadeira e apoiou os cotovelos na mesa.
– Desse jeito como? – perguntei distraído.
– Com esse sorrisinho aí.
– Eu estou normal.
– Ah! Então você é o Coringa, não é?
Fiquei calado diante de tal idiotice. A garçonete voltou com nossos pedidos e começamos a comer em silêncio. Depois de alguns minutos, resolvi puxar assunto.
– Então eu acertei. Você gosta de macarrão.
– Como se eu pudesse comer muito carboidrato – Alice respondeu sem nem me olhar.
– Então por que está comendo? Eu posso pedir outra coisa...
– Não – ela interrompeu, voltando a me olhar. – Está ótimo assim.
Um telefone começou a tocar e Alice imediatamente vasculhou a bolsa procurando o aparelho. A escolha do toque me agradou: Nick Minaj. Depois de achar o celular e mexer, um sorriso apareceu no rosto da garota.
– Ih, esse sorriso... quem é o carinha? – escondi a curiosidade no tom leve.
– Não preciso de homem para sorrir – soltou ríspida e rolou os olhos azuis. – Era uma mensagem da Hanna. Mas quer saber? Não te devo satisfações.
Ela deu uma última olhada no celular e o colocou de volta na bolsa. A chance de provocá-la mais me pareceu evidente.
– Você não sente vergonha não? – perguntei me desencostando da cadeira e a olhando fixamente.
– Vergonha de quê? – ela devolveu com uma pergunta, ansiosa.
– De carregar esse tijolo na bolsa e ainda exibir na frente de todos. Por favor, não me faça passar vergonha – sorri debochadamente e ela revirou os olhos outra vez.
– Eu estou usando esse celular velho porque o meu de ultima geração, comprado há pouquíssimo tempo, foi estragado por um idiota no corredor – ela aproveitou para me xingar.
– Pense comigo nervosinha... o celular caiu da mão de quem?
– Da minha, mas...
– Mas nada. A culpa não foi minha – concluí o raciocínio com um sorrio vitorioso.
– Eu deixei o celular cair porque fui praticamente atravessada por você Justin! – ela quase gritou, sem se importar em chamar a atenção dos outros clientes do restaurante.
– Como sou um cara legal, vou te dar outro celular. Um daqueles cheios de frescuras, bem feminino.
– Eu não preciso de nada que venha de você.
YOU ARE READING
Worst Behavior
General FictionJustin um garoto rico totalmente convencido, irônico e talentoso. Sempre teve tudo aos seus pés, na hora que quisesse e do jeito que desejasse. Carrega consigo a fama de pegador do colégio. Mas com a chegada de Alice, ele verá que nem sempre as cois...