IV - Doce Café da Manhã

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Definitivamente, eu não era uma pessoa matinal.

O que provava ainda mais o meu interesse pelo meu vizinho. Ele deveria se considerar muito importante por eu ter acordado bem antes do horário normal só para vê-lo. Mandei uma mensagem para a minha secretária pedindo que ela cancelasse os pacientes das primeiras horas da manhã. Eu tinha algo de muita importância hoje.

Acordei com os olhos pesados de sono e com várias mechas de cabelo me tampando a vista. Me arrastei pela cama e enrolei o lençol ao redor do meu corpo, fazendo um capuz que tampava minha cabeça. Saí a passos bem lentos do meu quarto e relutantemente fui para a cozinha colocar água no fogo para fazer café.

Voltei para o meu quarto e larguei o lençol. Um pouco mais desperta, peguei minha toalha e fui à direção do banheiro para poder tomar um banho e me preparar para a tarefa mais difícil do dia. Convencer Brandon a não me expulsar. Não seria algo fácil de fazer dado o motivo da nossa separação.

Tomei um banho rápido, mas o suficiente para me deixar completamente acordada. Saí tremendo e me enrolei na toalha enquanto procurava uma roupa no armário. Sorri ao achar o conjunto da minha legging preta com minha saia marrom, procurei a seguir uma blusa e um casaco que combinasse. Eu queria estar o mais apresentável possível, visto que, quando nos conhecemos eu vestia apenas uma grande camisola branca.

Senti minha autoconfiança ser renovada ao ver as peças que eu escolhi em cima da cama. A blusa branca que minha irmã tinha me dado de aniversário que por algum motivo, que eu não me lembrava, eu não havia gostado. Meu casaco favorito que eu tinha paquerado na vitrine até ser anunciado que estava na promoção.

Eu sempre tentava o meu máximo para gastar menos dinheiro. Eu tinha meu aluguel e o aluguel da clínica para pagar. Sem contar o dinheiro que eu enviava para minha mãe no interior, mas eu sempre contava com a ajuda da minha irmã para isso. Lembrando demais da minha irmã fiz uma nota mental para que eu contatasse Mia sobre o seu paradeiro.

Vesti minha roupa e voltei à cozinha para terminar o café. Beberiquei um pouco antes de derramar o resto do conteúdo dentro de uma garrafa térmica. Coloquei a garrafa em uma sacola, apaguei as luzes acesas e fui em direção à porta. Eu ainda tinha que ir à padaria comprar os pães salgados e os doces.

Saí do apartamento depois de ter a certeza que a porta estava bem trancada. Desci correndo as escadas e logo eu estava na rua à procura de uma padaria decente. Eu não saía muito pelos arredores então eu não tinha certeza de onde as lojas ficavam. Respirei aliviada após finalmente encontrar uma padaria. Entrei e fiz meus pedidos, por sorte, a atendente foi rápida e não demorou muito para eu estar nas ruas novamente, mas dessa vez em direção ao prédio do meu vizinho.

Convenci o porteiro a me deixar subir sem avisar ninguém e fui caminhando feliz em direção ao elevador. O andar era fácil porque era o mesmo que o meu, o terceiro, e o apartamento mais fácil ainda por ser o único que não tinha número pregado à porta.

Levou poucos minutos para eu chegar ao meu destino. Eu encarava a porta como um obstáculo que deveria sumir. Meu nervosismo atingiu níveis alarmantes. Reuni toda a minha coragem e toquei a campainha. Esperei que ele viesse atender, mas nada aconteceu. Impaciente, toquei novamente repetidas vezes. Ouvi o barulho de passos no outro lado e ensaiei meu melhor sorriso para quando ele abrisse a porta.

Brandon abriu a porta e ficou me encarando com olhos arregalados. Ele mexia a boca como se tentasse falar algo, mas nada saia. Ele provavelmente achava que não me veria depois que eu havia saído de seu apartamento correndo feito uma louca. Eu também não achava que teria coragem para voltar.

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