III - Trabalhando com Problemas

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Eu fiz um trailer para a história, se alguém estiver interessado é só clicar na miniatura ou aqui no link: https://www.youtube.com/watch?v=GmDFes1Myuw

Brandon ainda esperava uma resposta e eu tentava meu máximo para não olhar para ele. Eu estava encarando as figuras do tapete por muito tempo. Era interessante como os quadrados se misturavam com os triângulos, formando várias formas pelo tapete oval. Eu deveria comprar um tapete assim para minha sala, talvez escondesse as manchas de vinho no carpete. Na realidade, minha casa estava precisando de várias coisas novas.

Ouvi ele pigarrear e pelo canto do olho eu vi que Brandon estava me encarando, mas eu não tinha coragem para olhar ou responder sua pergunta. Ele ficaria bravo se eu respondesse sua pergunta com uma cantada antiquada? Ficaria estressado se eu dissesse que não tinha planos de abrir mão dele?

Minhas duvidas comprovaram que eu não tinha um conhecimento aprofundado sobre a sua personalidade. Eu precisava saber mais sobre os seus gostos e costumes. Se eu quisesse realmente ter uma chance de conquistá-lo será preciso que eu conheça ele tão bem quanto eu conheço a mim.

O problema seria saber sobre ele. Como eu poderia me aproximar dele se as circunstâncias em que nos conhecemos pessoalmente exigiam o meu afastamento? Olhei o apartamento novamente, eu não estava tão perdida assim. Eu já conhecia o andar e o apartamento que ele morava, já era o suficiente por agora.

Eu podia ver que ele estava ficando impaciente, ele tinha começado a bater o pé repetidas vezes no chão fazendo um som abafado. Eu tentava ignorar o fato de que logo ele iria brigar comigo novamente. Ele suspirou antes de começar a falar novamente:

—Seja lá qual foi o motivo, eu gostaria que você parasse — Ele falou calmamente e sem nenhum pingo de emoção na voz.

Foi como se tivessem jogado um balde de água fria em cima de mim. Todos os meus planos indo por água baixo quando ele falou essas palavras. Ele continuou me olhando como se quisesse ter certeza que eu tinha entendido o que ele havia falado. Eu não sei ao certo se ele disse algo após isso, minha cabeça estava em outra dimensão. Segurei as lágrimas que queriam cair e fiz um gesto concordando.

— Você tem a minha palavra — Eu tentei forçar a minha voz a soar forte e decidida, mas o que saiu foi um gemido junto com palavras.

Pigarrei para limpar minha garganta e decidida a não ficar nenhum momento a mais na presença dele me levantei e fui em direção à porta. Minha mochila ainda estava pendurada nas minhas costas e eu apertava a alça com demasiada força, tentando conter as lágrimas teimosas que insistiam em sair.

— Você não quer esperar antes de ir? — Ouvi ele perguntar e eu sabia que ele havia falado só por gentileza — Está muito frio lá fora.

— Está tudo bem — falei tentando segurar a tristeza na minha voz — Eu vou correndo.

Não dei tempo para ele responder, apenas abri a porta e sai correndo para o elevador. Não demorou muito para eu chegar ao térreo e logo eu estava de volta as ruas, com as pessoas me olhando torto por causa de minhas roupas. Não me importei com nada nesse instante, fui correndo em direção à entrada do meu prédio. Nunca fiquei tão agradecida pelo portão de segurança não funcionar corretamente.

Subi as escadas sem parar para respirar e quando cheguei ao meu andar notei que a porta do meu apartamento ainda estava aberta. Torci para que ninguém tenha entrado, principalmente o jovem suspeito que morava no apartamento do lado. Entrei na minha sala e respirei aliviada por ver que tudo ainda estava em ordem. Fechei a porta e a tranquei passando a chave duas vezes. Queria ter certeza que nenhum visitante aparecesse agora.

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