Intruso

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Cassie e eu acordamos com um barulho de uma caminhonete parando na frente da casa, levantei rápido sem fazer barulho, vesti minhas roupas e dei as da Cassie para ela vestir.
Olhei pela fresta da porta e tinha um homem na cozinha pegando coisas no armário.
Peguei minha M16 e fui caminhando devagar até a cozinha.
Ele também estava armado.
Quando me viu apontou a pistola dele na direção do meu rosto.
Era a minha M16 contra a pistola dele.
Ele disse com uma voz tremula.

-largue a arma.

-largue você. eu disse com um tom de voz maior.

Ele deixou a arma no chão devagar e disse:

-olha eu sei que você é um humano

E eu respondi:
-como você sabe?

-porque se não fosse já teria me matado ele disse.

Fazia sentido, ou fazia sentido porque eu queria que fizesse.
Eu não sabia mais em quem confiar.

De repente ouço um tiro vindo de traz de mim e acertando, o homem.
Me viro e foi Cassie quem atirou.
Ela foi se aproximando e mandou eu olhar nos bolsos dele e na sua mão esquerda.

Nos bolsos tinha munição para a pistola dele, e na mão esquerda tinha outra arma. Ele queria que eu largasse a arma para poder atirar sem riscos.
É assim que a humanidade vai acabar? Um matando o seu semelhante? ninguém mais pode confiar em ninguém, qualquer um pode ser um deles, se você quiser extinguir a raça humana da terra, tire o senso de humanidade deles primeiro.
É isso que estão fazendo com a gente. Essa historia de guerra, esse virus, não parece que isso tudo está acontecendo sozinho, acho que tem alguem por trás disso tudo.
E se tiver não sei qual o plano deles, ou dele, mas se for para diminuir a população mundial rapidamente, está funcionando muito bem.

Cassie me ajudou a levar o corpo para fora, colocamos ele na parte de trás da casa para não cheirar muito.
Já eram cinco horas da tarde, quase anoitecendo, acho que nessa casa estamos seguros por hoje.
Amanha cedo saímos para procurar outro lugar.
Acabamos de ganhar uma caminhonete vermelha nova de um cara que nem sei o nome.
Cassie sentou na mesa e começou a falar.

-e se formos os últimos John? Não quero passar o resto da minha vida assim, matando pessoas, que não sei se são inocentes ou assassinos, oque vai ser de nós John? nossa antiga vida acabou, e não tem mais volta. Estou com medo.

Ela levantou e começou a chorar, eu dei um abraço nela e disse no seu ouvido.
-Cassie, está tudo bem, nada vai acontecer com a gente okay? Eu vou proteger você, vou descobrir oque está acontecendo e vou tirar a gente dessa, eu prometo, nunca vou te deixar.

Cassie olha bem nos meus olhos e diz:
-obrigado john, você foi a melhor coisa que aconteceu pra mim. Voltando a me abraçar.
Eu não consigo parar de pensar, e se eu não for o suficiente para cuidar dela?
Toda vez que você encontra alguém, não sabe se ela é uma pessoa ou uma criatura, você pode estar olhando para uma agora mesmo e não sabe.
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Cassie e eu não dormimos direito a dias, e essa noite era uma oportunidade.
levei Cassie até a cama cobri ela e disse que ela podia ir dormindo já, que ia daqui a pouco, ia olhar se estava tudo bem primeiro.
Ela disse okay e fechou os olhos.
Dei um beijo em suas bochechas e fui para a sacada. Sentei no banco que tinha lá, e comecei a pensar, em todos, e em tudo que poderia estar acontecendo.
Podia ser o governo querendo acabar com os hereges e fazer um novo planeta com a nova ordem mundial, ou aliens querendo o nosso planeta, mas não estavam afim de dividir espaço.
Muitas teorias vieram a minha cabeça. Algumas mais realistas do que outras.
Pensei também em jade e erica. Onde elas estariam agora? Se ainda estariam vivas por ai, como eu e Cassie.
E também não conseguia parar de pensar naquela geladeira para cervejas vazia. Oque eles tem na cabeça para pegar só as cervejas?
Meu pensamento foi interrompido com uma luz no céu e outra na estrada.
Me abaixei na sacada para não me verem, seja la quem for.
Quando chegaram mais perto vi que eram do exercito, eles tinham um helicóptero e cinco carros blindados pintados de um verde escuro.
Pararam na frente da casa e saíram do carro.
Apontaram uma luz para mim na sacada e me levantei com as mãos para cima.
Eles se aproximaram e disseram que estavam vindo de um abrigo de refugiados e que era para mim ir junto com eles.
Eles me levaram a força até um dos carros.
Cassie ficou na casa, não queria que eles soubessem que ela estava lá.
E então me levaram para o abrigo.

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