Capítulo 66

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A expressão dele se desfez rápido. Acho que foi só impressão, uma má impressão.

- Eu te levo sim. Você quer ir agora ou mais a noite?

- Pode ser agora. – respondi.

- Combinado então. – ele falou.

O ensaio havia terminado mesmo, me despedi das meninas, Felek e eu subimos as escadas do porão.

Atravessamos o pátio, havia algumas pessoas conversando por ali. Felek seguiu calado do meu lado. Não sabia que ele ia ficar incomodado, que não gostasse do Pedro, pelo menos ele nunca demonstrou. Se eu estava com ele é porque eu gostava dele. E o Pedro era só um amigo.

Subi na moto, o Felek ligou a moto, e seguimos até o endereço que o Pedro havia me passado via celular.

- Até que não fica longe o lugar. – Felek falou olhando para trás, a voz abafada pelo capacete.

- Se você diz, conheço pouco São Alfeu. – ri. Ele também riu. Sinal de que o mau humor havia passando.

Chegamos a um condomínio fechado.

Paramos na recepção. O homem da guarita perguntou:

- O que vocês desejam?

- Viemos visitar a família Polizar. – falei.

- Ah sim, só um momento. – ele pegou o interfone, clicou em um número, disse algo breve, desligou o telefone e voltou sua atenção a nós. – Podem entrar. Casa número 5 à direita.

- Obrigado. – Felek respondeu.

O portão se abriu. Felek acelerou a moto.

Contamos quatro casas, e a próxima seria a do Pedro.

Ele estava de muletas esperando na porta. Felek estacionou a moto em frente à casa.

Desci rápido.

- Eu não falei que eu vinha. – o abracei entre as muletas.

- Pior que falou. Brincadeira. Que bom que você veio. – Pedro falou.

- E aí cara? Firme? – Felek surgiu atrás de mim e me abraçou.

- Está caminhando Felek, obrigado por perguntar. – Pedro respondeu.

- Que bom. – Felek falou.

- Vamos entrar. Minha mãe acabou de fazer um bolo.

- Adoro. – falei.

Felek pegou na minha mão e caminhamos para dentro da casa. Que era bem bonita por sinal.




- Boa tarde, Dona Carmem. – a cumprimentei enquanto passava pela cozinha e seguia até a sala.

- Sem Dona, por favor. Só Carmem.

- OK. – falei.

- Quem é esse bonitão do seu lado, me apresente mocinha. – Carmem perguntou.

- Esse é o Felek, meu namorado.

- Prazer Felek. – ela falou.

- O prazer é todo meu. – Felek se aproximou e pegou em sua mão.

CINCO (Livro 1)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora