Capítulo 14

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Desisto assim que vejo a altura que estou, o apartamento do Guilherme está entre os dos últimos andares. Viro-me rapidamente quando ouço o barulho da porta sendo destrancada, Guilherme entra caindo na gargalhada, seu rosto está vermelho de tanto que rí.

- Eu não sou um louco Ella, se você está interessado em uma pessoa...- Explica recuperando o fôlego. - Você tenta descobri o máximo de coisas sobre ela, pra poder ter uma conversa legal.

- Faz sentido. - Solto um suspiro aliviada. Amarro meu cabelo em um coque. - Então, voce esta interessado em mim?- Digo chegando a uma conclusão.

- Podemos ser amigos. - Ele se aproxima de mim, juntando minhas mãos as suas. - Só se afaste dele.

- Está falando do Pedro?

- Sim, ele é perigoso. - Separo nossas mãos.

- Engraçado você falar quem é perigoso. Não foi o Pedro que tentou matar aquela velhinha. - Digo ironicamente, ele cerra o maxilar.

Ando até a sala e pego minha mochila que estava no sofá. Eu não suporto quem diga em quem devo confiar, sei muito bem em quem devo acreditar e Guilherme não é um deles. Julgando pelas suas últimas ações posso ter certeza que devo acreditar mais em Pedro do que nele. Tenho que admiti que ele mexe comigo de uma maneira diferente, mas não posso ceder, tenho que usar a cabeça.

- Você vai me deixar em casa?

- Myrella, caramba! Você não escuta ninguém. - Bufou irritado.

Anda e segura a porta da sala para eu sair. Coloco a mochila nas costas e saio pisando forte no chão, odeio agir dessa maneira, me sinto meio infantil. Mas é difícil controlar algo que já vem de dentro de mim, mesmo eu que não lembro como era antes.

Entramos no elevador e continuamos em silêncio, fico um pouco incomodada por está com o Guilherme em um local tão pequeno e fechado. Estou começando a perceber que não estou chateada por que ele disse para eu me afastar do Pedro, e sim por que ele só quer ser meu amigo.

Chegamos ao estacionamento que fica no subsolo do hotel e vejo de longe a magnífica Bugatti. Entramos e me sinto confortável, Guilherme da a partida e logo estamos em meio ao trânsito.

- Minha casa não é por essa zona. - Digo quebrando o silêncio que reinava minutos atrás.

- Eu sei, fique quieta!- Começou a ultrapassar todos os carros aumentando a velocidade.

- Eu não quero brincar de novo Guilherme.

Passou rapidamente por um sinal que estava vermelho e carros freiam de forma arriscada para não baterem em nós. Olho pelo retrovisor e vejo que um carro também ultrapassou o sinal, ele está nos perseguindo.

Guilherme está com uma expressão preocupada. Está com o cenho franzido, olhando a todo instante pelo retrovisor.

O carro está em alta velocidade, mas mal posso sentir isso. Não ouvia os pneus, parecia que estávamos voando.

Passamos por uma ponte rapidamente e sinto medo de cair. Entramos em uma estrada de terra, e imediatamente um barulho de trem invadi meus ouvidos.
Guilherme sorri indo em direção aos trilhos, e já posso ver um trem que se aproxima em alta velocidade.

- Guilherme não vai da tempo. - Eu gritei desesperada. Ele apenas mordeu o lábio e acelerava o carro.

Fecho minhas pálpebras com força, temendo o pior. Mas abro os olhos automaticamente não aguentando ficar no escuro. O carro passa rapidamente pelos trilhos e em questão de segundos o trem passa, e consigo solta o ar que percebi que prendia.

Olhamos pra trás e vi que o trem continuava passando, e o outro carro ficou do outro lado. Guilherme da partida e seguimos nosso caminho.

- Sempre que andar com você será assim?- Pergunto rindo nervosamente.

- Talvez. - Sorri. Posso ver que ele está mais calmo, quem quer que estava seguindo a gente não era alguém bom e nada amigável.

[....]

Para o carro em frente a minha casa, ficamos em silêncio. Respiro fundo e tomo coragem para olha-ló, o mesmo já estava me olhando.

- Só quer ser meu amigo mesmo?

- Eu não tenho escolha. - abriu um meio sorriso, voltando seu olhar pra frente.

Saio do carro batendo a porta mais forte do que pretendia, senti uma dor no peito por descontar minha raiva no carro incrível.

Entro em casa e subo as escadas rapidamente entrando no meu quarto em seguida. Pego o celular pra ligar pra Emylle, mas lembro que ela está de castigo e sinto raiva dela por ter sido presa.

Tomo um banho rápido e visto um vestido soltinho básico, sento na cama. A porta se abri e Nicolas entra, encaro ele já impaciente.

- Ta com raiva né? Pelo que vejo sim. -Da de ombros sorrindo. - Já sei até porque.

- Então por que?

- Por que sou o mais lindo da família. - Deita na minha cama.

- Sai Nicolas. - Levantei puxando ele pelo seu pé. Nicolas segura no edredom que cobria minha cama instantes atrás, antes dele cair no chão e levar junto com ele o edredom e os travesseiros.
- Você vai arrumar.

Ele se enrola no edredom, só ficando a cabeça de fora. Solto uma risada com a cena.

- O que eles falaram na briga? - Reviro os olhos.

- Velha fofoqueira. - Digo. Ele se desenrola subindo rapidamente em cima de mim começando a fazer cócegas.

- Me diga- Pedi. Grito pra ele parar, já estou chorando de tanto rir. Finalmente ele para, mas me olha ameaçando a continuar.

- Eu não acho graça nisso , só sorrio porque sou forçada.
- Digo recuperando o fôlego.

Nicolas volta a fazer me fazer cócegas e começo a gritar rindo, mas para quando digo que vou falar.

- Ele só disse que você não é filho dele. - Digo enxugando meus olhos que estão cheios de lágrimas, solto um risinho.
Nicolas levantou, sua expressão está séria, isso é raro no meu irmão. Percebo a besteira que falei, não poderia ter dito isso.

- Nicolas ele não... - Meu irmão sai rapidamente do meu quarto, adentrando no dele em seguida. Bato várias vezes na porta, mas ele não abri. - Eu não queria ter dito isso...

Abraço meu corpo sentindo as lágrimas descerem violentamente pelo meu rosto, o que menos queria era tirar o sorriso do rosto do meu irmão. Era fazer surgir em sua cabeça essa dúvida, queria estar ao seu lado nessa hora dizendo que entendi errado a conversa, o que menos queria é faze-lo sofrer.

- Ella...Eu ouvi um barulho... - Neusa me olha preocupada- Querida, você está chorando.

-Querida você está chorando, princesas não podem chorar. -Neusa continua agachada no chão me abraçando.

-Oliver não quer namorar comigo. - Digo meio aos soluços, ela me afasta, pegando delicadamente em meu rosto.

-Você não pode ficar com o Oliver, um dia encontrá outro príncipe.

-Ele bati em todo príncipe que arrumo. - Faço biquinho, me sentindo inconformada. Neusa enxuga minhas lagrimas com os dedos. - Cadê minha mãe ?

- Está cuidando do machucado do Nicolas.

-Ela não gosta de mim.- Abraço a Neusa que retribui carinhosamente, me sinto confortável em seus braços.

- Neusa me abraça ? - Peço, depois que algumas lembranças surgiram. Ela fica meio surpresa, mas vem até mim imediatamente e me cerca em seus braços.

Então Eu Acordei ( Concluído )Onde histórias criam vida. Descubra agora