Na mesma paragem que eu, saiu uma rapariga um pouco mais alta que eu, de olhos castanhos e cabelo igualmente castanho liso.Fiquei parada enquanto a via entrar na floresta sem receio, com uma faca em cada mão. Fiquei a olhar para ela até ela desaparecer na escuridão. Como é que há pessoas tão corajosas quando eu estou aqui a cagar-me completamente? Eu mesmo carregada de armas estou cheia de medo. Nunca me deparei com nenhum eater, é isto que chamamos às pessoas infetadas, mas eu sei que quando isso acontecer eu vou ser a sua refeição. Man, eu não fui feita para estas situações. Fui feita para ficar num canto a empanturrar-me de bacon.Bacon...Só o pensamento dele me faz babar. Mas em vez disso estou numa floresta, à procura de alimento e abrigo, mas quem vai servir de alimento sou eu. Comecei esta minha aventura porque os meus pais decidiram que como eu e o meu irmão éramos os únicos jovens,e como tal de momento estava ferido na perna,eu deveria ir buscar alimento.Fiquei durante uma semana fora de casa e só tinha arranjado a puta de um coelho  e algumas barritas que eu tinha encontrado num acampamento abandonado, e quando voltei a casa deparei-me com um horrível cenário. Os meus pais estava pálidos cheios de feridas e a esvaiar-se em sangue e da minha pequena irmã apenas tinha sobrado a sua boneca. Toda a gente sabe que os eaters preferem carne fresca. Desde aí que tenho estado a fugir, e nunca cheguei a encontrar o meu irmão mais velho. Mas eu tento não pensar muito nisso porque isso vai-me fazer tornar mais fraca e vulnerável. Tenho de ser arrogante e fria. Neste momento não há tempo para condolências e tristezas.

Entro na floresta e passados nem 20 minutos deparo-me com um acampamento abandonado.Entro com cuidado, sempre com a arma preparada, para o caso de um eater estar aqui. Depois de fazer a ronda inteira, vou buscar a comida. Pego em algumas sopas e uma dúzia de barritas e abandono o acampamento. Continuo a andar, tentando fazer pouco barulho para não chamar atenção a nenhum eater ou até rebeldes. Já estava a escurecer e como sempre, eu vou andando para a estação para adormecer perto dela para de manhã ser mais fácil.Já conseguia ouvir pessoas o que indicaria que estaria perto da paragem, mas eu andava e andava, as vozes ião tornando-se mais altas e estavam cada vez mais perto, mas sem sinal da estação.E num ato de estupidez e de loucura gritei-"Aonde é que está a merda da estação?". Realmente só me apercebi que isto tinha sido uma horrível ideia quando um bando de rebeldes tinha as suas armas viradas todas para mim, e reparei ainda com a pouco luz do sol que ainda se infiltrava pelas árvores, que um desses rebeldes era a rapariga do comboio.No espaço de segundos senti uma mão fria no meu pescoço e já eu estava caída no chão.

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