Steve e seu plano genial

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Essa era sua semana de sorte. Steve estava certo disso.

Primeiramente, ele não teve que ir ao hospital e nem a nenhuma clínica para pegar receita de algum remédio que estava faltando. Na verdade, o rapaz sequer teve uma crise asmática! Sua bombinha continuava ali, no bolso da sua calça, completamente esquecida. Em segundo lugar, ainda não tinha se metido em brigas. Bem, é importante frisar o ainda, mas só de passar um tempinho sem um olho roxo já era maravilhoso. Steve estava sempre disposto a meter a mão na fuça de um cara otário aleatório, então o fato de ter menos gente otária ao seu redor era algo extremamente positivo também.

Steve ajeitou a alça da sua mochila e suspirou. Sam, seu amigo, costumava dizer que ele tinha um metro e cinquenta de pura raiva. Claro que as coisas não eram bem assim; ele media 1,55 em primeiro lugar, e não era sua culpa por existir muita gente babaca nesse mundo. Mesmo não sendo lá o maior exemplo de corpo atlético, ele se virava como podia. Steve ainda tinha esperança da sua puberdade estar atrasada e, de um dia para o outro, ele crescer até os 1,80. Ah, isso sim facilitaria tudo.

Além de tudo isso, sua mãe até conseguiu uma noite de folga e ficou com ele, fazendo aquela lasanha que Steve tanto amava e assistindo filmes ruins dos anos 80 que ele achava uma breguice. Em nenhum momento ela falou sobre sua saúde frágil, muito menos sobre as encrencas que se metia e coisas do tipo. Então, é, estava sendo uma boa semana.

E, para completar, ele tinha tido a sorte — que se fosse qualquer outro dia chamaria de azar, mas aquela era sua semana — de esbarrar em Peggy Carter.

Sim. A Peggy Carter.

Steve não se lembrava de quando tinha começado a ter uma quedinha por ela. Mas, lembrava-se exatamente do momento que notou que Peggy era incrível jogando futebol (a melhor do time, sem dúvidas), que seus olhos eram de um castanho majestoso e seus sorrisos — nossa, que sorrisos lindos! Principalmente aqueles que ela dirigia a Angie Martinelli, líder de torcida e sua melhor amiga.

Steve sabia que nunca conseguiria arrancar dela um sorriso daqueles, mas ele não precisava. Ele sabia que aquelas borboletas que incomodavam seu estômago morreriam logo, até porque eles nem tinham contato. Era uma quedinha boba, né?

Era do que ele tentava se convencer, mas estava cada vez mais difícil. Steve não gostava muito de Literatura, mas de uma hora para outra, os poemas do Trovadorismo passaram a fazer sentido demais para seu próprio gosto.

E tudo piorou naquele dia, no dia em que Steve estava andando distraído pelo corredor quando Peggy esbarrou nele sem querer.

Ele quase não acreditou quando viu os livros e papéis dela espalhados pelo chão. Sentiu-se no típico filme adolescente: nada ao seu redor importava além deles dois. Piscou, e ao ver a garota se abaixar, foi rápido ao se ajoelhar também para ajudá-la com toda aquela bagunça.

— Obrigada — agradeceu, sorrindo doce. Sim, ela estava sorrindo para ele! — Steve, certo? Me desculpe por isso. Estava com pressa e acabei não prestando atenção...

Steve, que sempre tinha uma respostinha preparada, ficou paralisado por um momento. Ele tinha ouvido certo? Peggy Carter realmente sabia seu nome?!

— Eu sou Peggy — apresentou-se.

— É, eu sei — soltou, corando em seguida. — Quero dizer, todo mundo conhece a melhor jogadora do nosso time.

Essa foi por pouco.

Ela riu e suas bochechas avermelharam. Steve sentiu que poderia morrer.

— Já estou com esse título, huh?

57 → stucky PT-BR ✔ (REESCREVENDO)Where stories live. Discover now