Chapter 30

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LAUREN POV

Quando o telefone tocou essa manhã e ouvi o choro de minha mãe sair cortado do outro lado da linha e era obvio que algo me corroeu por dentro, os soluços e agonia dela se espalharam pelos meus tímpanos me deixando nervosa quase que instantaneamente. Após ouvir o que a mulher falara, tratei de me vestir o mais rápido e elegante possível, se é que isso é possivel para ir até o que eu chamaria de "O evento triunfal".

O meu triunfo.

De longe, através do portão cor de marfim da mansão da minha família eu já avistara vários carros de policia, dirigi o mais devagar possível para poder captar tudo o que estava acontecendo. Pequenos raios de sol pairavam sobre meus olhos através do vidro dianteiro do carro me fazendo fecha-los por causa da sensibilidade das minhas pupilas. Parei meu veiculo de frente á um chafariz e desci, com meus saltos de 15 cm pretos e um vestido longo de cor vinho, que modéstia á parte me modelava tão bem quanto vasos de barro, claro que bem esculpidos. Liguei o celular e já havia duas mensagens de Camila, preferi lhe dar atenção depois, no momento eu só queria apreciar o que viria a seguir.

Alguns policiais estavam de guarda, andei devagar a passos curtos e bem calma para dizer a verdade, porém, ansiosa juro que meu nariz não se empinou de propósito e minha postura arrogante foi quase como um alter ego lutando para se mostrar e então eu deixei ele se fazer aparecer porque eu sabia que havia ganhado, tudo isso era apenas para uma pessoa. Preferi não entrar em casa, preferi ver meu irmão ir me cumprimentar do lado de fora. Ouvi um grito.

"SOLTEM MEU FILHO!".

Engoli em seco e senti pena, queria abraçar minha mãe, mas estávamos de mal ainda por incrível que pareça, sim, duas adultas de birra uma com a outra. Parecia o século XVIII, mas não era. Era século XXI mesmo e as pessoas colhiam o que plantavam, mais cedo ou mais tarde, é a Lei do Retorno. Christopher estava colhendo o que plantou e ele nunca plantou coisa boa. De dentro da escuridão para encarar os raios quentes de sol, Chris saiu algemado acompanhado pela xerife e por dois policiais negros e muito fortes, de postura rude e séria. Meus olhos pairaram sobre os do meu irmão mais velho que ainda estava vestido com roupas de dormir e a única coisa que eu pude sentir era alívio, nada mais do que isso, por dentro eu sei que ele estava possesso de ódio, raiva, por nada dos seus planos darem certo, eu sabia, tanto que ao parar na minha frente a ameaça veio igual vento, devagar para logo para se transformar em um furacão.

"Irmãzinha, você sabe que eu volto não sabe? Não vai cantando vitória, eu vou atrás de você e daquela safada até no inferno se possível".

Tentei manter minha postura e ser a mulher educada que eu sou, mas a vontade de retrucar foi mais forte.

"Boa estadia na cadeia." Disse sorrindo. Meu Deus, eu nunca me senti tão poderosa em toda a minha vida, parece que havia uma nuvem me carregando para o paraíso, tão leve e tão suave, mas era assim que eu me imaginava quando tudo acabasse.

Sonhar acordada. Quem nunca?

Meus olhos doiam por conta do cansaço, retirei os óculos de descanso e os esfreguei sentindo um alívio imediato, o telefone tocou, ao atender fiquei feliz em saber quem era.

"Lizzie, meu amor. Como andam as coisas por aí? Em breve quero lhe fazer uma visita."

"Está tudo em mais perfeita ordem, Madgge já me ligou tanto querendo saber quando você voltará e temos campanhas aqui para você tomar á frente."

"Fique tranquila, já me estabilizei bem na América, quando você menos esperar estou pisando em Londres novamente, sinto sua falta."

"Também sinto patroa, e as coisas com Camila, como estão?"

A cunhadaWhere stories live. Discover now