Capítulo 3

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O Luís agarrou a minha mão, e começou a correr, as minhas pernas pareciam já não saber andar de tanto tempo que tinha estado sentada, mas não podia ficar para trás. Sinceramente não sabia o que fazia o Luís aqui. Ele conhecia o meu namorado, mas não tinha sentido ser ele a vir salvar-me, mas sim ele, o Filipe, o meu namorado, mas ele não estava lá. Três corpos estavam estendidos no chão, mortos ou inconscientes, na entrada daquele esconderijo, teria sido o Luís? O pensamento arrepiou-me mas não havia tempo para lhe perguntar.

Corremos por mais de vinte minutos por estradas e caminhos que me eram desconhecidos, estava cansada e ele não estava muito melhor.

Finalmente paramos numa rua deserta, as minhas pernas cederam e sentei-me no chão tentado normalizar a respiração.

-Estas bem? – Perguntou-me sentando-se ao meu lado.

-Sim. – Respondi ofegante.

-Temos de continuar, eles já devem saber que fugis-te, eles vão vir atrás de ti

 -Porque estas aqui? – Perguntei ignorando o que ele dizia. - Foi o Filipe que te mandou? - Ele riu-se demasiado alto e quando percebeu a minha cara pouco amigável virou o rosto na direção oposta por alguns segundos.

-O Filipe? Eu vim porque o Eduardo me contou, vim por ti. Não faria nada pelo Filipe.

-Mas ele vai aparecer, ele vem buscar-me.

-Tu acreditas mesmo no que estas a dizer? Ele fugiu de carro, eu e o Eduardo vimos, ele é um covarde!

-Eu não te admito, quem é que tu achas que és para falar assim? Ele vem buscar-me, eu tenho a certeza!

-Se não fosse eu ainda estavas presa naquele buraco, será que não entendes que ele não quer saber de ti?

-Eu não preciso de ti para nada, eu tinha me safado sozinha!

Comecei a correr em direção a saída da rua, ele estava a mentir, o Filipe não me podia ter deixado para trás, simplesmente não podia.

-Anabela! Anabela não vás por ai!

Ignorei-o e continuei a correr, não conhecia aquela parte da cidade, mas estava melhor sozinha do que com o mentiroso do luís. Do nada apareceram três homens na minha frente, e reconheci logo o Afonso, eles não podia aparecer agora, eles não me podiam voltar a apanhar.

Comecei a correr na direção oposta e bati contra o peito de um outro homem.

-Afinal não foi assim tão difícil encontrar-te. - o meu olhar encheu-se de raiva, porque é que eu fui tão estúpida? Como é que eu me podia ter deixado apanhar?

-Anabela! - Ouvi a voz do Luís que corria na direção.

-Vai-te embora! - Gritei.

-Eu não te vou deixar sozinha.

-Se te tentares armar em herói outra vez eu disparo nela! - O Afonso gritou para o Luís, eu não acredito que o arrastei para esta situação.

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