Capítulo 4

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 -Ela não tem aquilo que tu queres, deixa-a ir. - Pediu-lhe o Luís.

Ele aproximava-se mais de nós, o olhar dos seguranças do Afonso estavam atentos, e Imóveis, uma das mãos do Afonso prendia a minha cintura e a outra segurava a arma apontada à minha cabeça, não podia estar mais assustada, mas ao mesmo tempo estranhamente segura porque sentia que o Luís não ia deixar que nada me acontecesse.

-Ela não sai das minhas mãos enquanto eu não tiver aquilo que eu quero, o namoradinho dela vai ter de aparecer.

-Ele é um cobarde, eu viu-o fugir da cidade, vai atrás dele, ela não tem nada a ver com isto!

-Se ele não aparecer, ela vai pagar, nem que seja com a vida.

Esta última frase pareceu mudar a expressão do rosto do Luís, como se os seus olhos faiscassem raiva, e num movimento rápido vejo o Luís envolvido numa luta com os dois Guarda-costas do Afonso, o terceiro já se encontrava algures numa das suas viaturas, sinceramente não sei o que lhe passou pela cabeça, para além de se encontrar em desvantagem, ainda havia uma arma apontada a minha cabeça que temia que fosse disparada a qualquer momento. Mas para minha surpresa, Afonso tira a arma da minha testa e Guarda-a no bolso, sinto o meu coração parar quando percebo a sua intenção, sinto um objeto metálico aproximar-se do meu pescoço, uma faca, e num movimento rápido sinto-a cortar, e não consegui evitar um gemido de dor. Os punhos do Luís pararam de imediato ao ouvir-me, os dois perderam os seus pulsos e ele nem se tentou soltar, o seu olhar estava paralisado em mim, e o meu olhar estava também preso nele, havia sangue no seu rosto, nas suas roupas, ele estava magoado mas os outros dois não estavam melhores, ele é mais forte do que imaginei.

-Eu avisei-te para não te armares em herói. - Exclamou com um sorriso. - Eu vou leva-la parar a Torre e vocês dêem cabo dele, não preciso de mais ninguém para atrapalhar o meu caminho. Eu não o podia deixar, a culpa disto tudo era minha, fui eu que causei tudo isto, eu tinha de o ajudar. Num movimento rápido a minha mão agarrou a arma do Afonso e disparei numa das suas pernas antes que ele pudesse reagir, as suas mãos envolveram a sua perna e caiu por terra largando-me. A arma continuou na minha mão, e apontei-a na direção dos homens que prendiam o Luís.

-Larguem-no! - Ordenei.

Eles entre olharam-se confusos e ao afim de alguns segundos o decidiram largar, e a minha mão disparou automaticamente duas balas, uma direção do barço de um deles e a outra num pé do segundo. As minhas mãos estavam tremulas e deixei a arma cair no chão, eu não acredito no que acabei de fazer.

-Anda, temos de ir, eles não vão conseguir ir atrás de nós.

Os seus dedos prendem-se aos meus e voltamos a correr, em poucos minutos estávamos na frente da sua Mota, nunca tinha andado numa antes e confesso que a ideia me estava a assustar, mas eu queria apenas sair dali, eu estava demasiado assustada com tudo.

-Não precisas de ter medo, eu não vou deixar que nada te aconteça, nem agora nem nunca. - Disse-me com o olhar focado no meu, e depositou um beijo na minha testa. -apenas não me largues.


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Espero que estejam a gostar, deixem as vossas opiniões e criticas :) beijinhos :*

Depois de tiWhere stories live. Discover now