Conto: A Entrevista

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Sei que  prometi 60 páginas por história, mas acabei me empolgando...  esta tem 84, me desculpem. Eu ainda diminui e tirei algumas "cenas" por que estava na página 127 e ainda tinha muito o que escrever. Mas achei que ficaria muito longa... Então diminui e confesso que quis diminuir, mas pensei... por que não deixar com um pouco mais de história... (principalmente no começo). Espero que gostem.

E vamos a história!!!!!

O amor fala várias línguas, quando descobrimos qual é a nossa, o diálogo se torna muito mais prazeroso.

Pensem numa pessoa que está brava? Aqui estou, prazer meu nome é Rika. Agora pensem numa pessoa brava, segurando uma garrafa a ponto desta se tornar uma arma perigosa contra a integridade física de alguém? Prazer, Rika, 25 anos de idade, completamente dominada por um ódio mortal que me fazia perder o juízo (tudo bem, a bebida também colaborava com isso). Ai como eu queria atirar essa garrafa nele...

Bom, vamos a apresentação completa, meu nome é Rika, mais conhecida como Ice Woman, mas a razão desse 'rótulo' vou contar daqui há pouco, por que? Porque eu odeio esse apelido, odeio quem o deu e ainda mais as circunstâncias em que fui presenteada com ele. Então quanto mais tarde falarmos dele melhor. Deixe-me primeiro terminar aqui. Como disse, meu nome é Rika (Aff, mais uma vez... definitivamente não devia ter bebido aquele último copo... foi o quinto ou sexto? Quem se importa...), tenho 25 anos, com faculdade completa e em busca de um emprego. Tenho cabelos negros e ondulados que chegam próximos da minha cintura. Meus olhos são azuis e muitos dizem que quando você se fixa neles a primeira lembrança que se vem à cabeça é o mar. Sou vaidosa e esse sentimento me fez adquirir um hábito viciante, porém saudável, ser uma 'rata' de academia e confesso que não posso reclamar desse hábito, pois as horas gastas malhando e molhando minha roupa com suor (éca!) me permitem desfrutar de curvas muito bem distribuídas ao longo dos meus 1,73 de altura. Abdômen definido, coxas torneadas, seios duros e empinados, sem contar meu quadril que deixam as concorrentes com dor de cotovelo. Mas nem tudo são flores, meu comportamento não segue o mesmo padrão de beleza do meu corpo, muitos amigos me consideram uma pessoa bipolar, isso porque quando vejo que estou errada em um assunto costumo ser tímida e chego até a ser submissa, ouvindo tudo sem reclamar, com uma expressão de culpa no rosto e digo 'amém' quando a discussão acaba. Mas se me considero dona da razão, sai de baixo que o 'bicho' pega, me transformo numa fera e atropelo quem for que estiver em meu caminho.

Normalmente a primeira personalidade prevalece no meu dia a dia, digamos que ela tem uma forte tendência a me dominar. Mas hoje em especial, ela desapareceu e a segunda se apoderou de um jeito que talvez permanecesse por um bom tempo. Eu estava possessa, irritada e bêbada (qualquer outro adjetivo 'ruim' que você lembrar pode adicionar a essa lista), ao ponto de não conseguir andar em linha reta e com uma vontade danada de atirar uma garrafa em Cauê. Hoje seria um dia fatídico para mim, o dia em que eu seria rotulada com o apelido de Ice Woman e ele me seguiria por mais tempo do que eu desejaria. Eu confesso que ainda penso se isso poderia ter sido evitado, chego à conclusão que "se fizesse isso...", "se fizesse aquilo...", talvez o resultado se mostrasse diferente, mas como "se" não existe..., De qualquer forma, o que está feito, está feito e não tem volta!

Permitam-me que eu regresse um pouco no tempo para vocês entenderem toda a situação. Por conta disso vou precisar descrever também as três principais pessoas envolvidas nesse 'acontecimento' e como cada uma tem sua participação especial na sequência de eventos que vem logo a seguir.

Primeira - Cauê, por que uma mulher linda e inteligente como eu, estaria bêbada e com vontade de atirar uma garrafa em um homem?

Bem, isso é fácil de explicar, Cauê é meu ex-namorado, ex-noivo, ex-futuro marido (ex-futuro marido? Será que isso existe?) terminamos há pouco tempo, e isso me causou muitos problemas, mais até do que eu imaginava. Ambos somos da mesma cidade, uma cidadezinha do interior, conservadora ao extremo e que raramente aparece nos noticiários da TV. Pertencemos a famílias tradicionais de bairros muito próximos e nossos sobrenomes se citados em qualquer lugar logo recebem comentários como os a seguir:

12 Contos de tirar o fôlegoWhere stories live. Discover now