Conto: Desta água nunca beberei

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Ela não sabia do que a paixão e o prazer eram capazes, até encontrar o homem de sua vida .

"Não acredito que vocês me trouxeram até uma boate de strip-tease." Jô se sentiu indignada com a ideia que as amigas tiveram sem consultá-la. O que a deixava mais chateada era a impressão que ficava, as amigas não contaram nada com receio que ela reprovasse a escolha. Qual é meninas, eu poderia ao menos ter considerado o assunto. Pensou irritada.

"Strip-tease não, clube das mulheres." Anie suspirou a última parte com tanto entusiasmo que fora Jô, as outras não tiveram como evitar as gargalhadas.

Que diferença faz o nome? O problema é o lugar.

"Relaxa, Jô." Anie abraçou-a, tentando mudar o humor da amiga e confidenciou ao seu ouvido "Hoje a noite é toda sua, aproveite ao máximo. Não sabemos quando poderemos nos reunir num lugar destes novamente."

"Espero que nunca mais." Jô falou da boca para fora, mais por ainda estar magoada com elas. Depois ergueu a cabeça para contemplar o teto, onde as luzes coloridas proporcionavam um clima exótico ao local. A arquitetura picante explorava o erotismo em cada detalhe da decoração.

Anie, Carol, Rachel e Jô, mulheres que se conheceram quando a nova divisão da empresa farmacêutica Nova Origem se firmou no mercado. Não demorou nem duas semanas para que elas virassem amigas e depois de cinco anos, as quatro tentavam manter o hábito de pelo menos uma vez por mês saírem para beber e jogar conversa fora. Essas noites costumavam ser muito divertidas. Normalmente a escolha recairia sobre algum bar ou Pub, mais próximo ao centro da cidade, mas hoje era uma ocasião especial e as três excluíram Jô da eleição do local dos festejos. Elas saíram em um único carro onde Rachel assumiu o papel de motorista e só deixaram Jô tomar conhecimento para onde se dirigiam quando simplesmente já estavam paradas na recepção.

"Não acredito que deixei vocês me trazerem até aqui." Jô ainda insistia em se mostrar indignada, mas no fundo uma ponta de curiosidade surgia dentro dela, afinal nunca tinha ido a uma boate de strip-tease. Locais desse tipo ela só tivera oportunidade de ver em filmes. Então tudo estava sendo uma novidade.

"Jô!" Disse Carol, usando um tom carregado de repreensão. Jô, era o apelido carinhoso pelo qual todas se referiam a Joyce. "Você vai entrar de férias amanhã e hoje é seu aniversário, nada mais justo do que fazermos algo especial. Não seja estraga prazeres, relaxe a aproveite a ocasião."

Um homem apareceu ao lado de Jô. Com seu um metro e oitenta e cinco de altura, ele impunha respeito. Peitoral atlético e largo, barriga com os músculos definidos, usava seu sorriso, que destacava ainda mais seus olhos e cabelos castanhos, para cativar as mulheres. Despido praticamente da cabeça aos pés, seus únicos acessórios eram, uma gravata borboleta presa ao pescoço, botas pretas e uma cartola agarrada a cintura que cobria sua masculinidade. Em uma de suas mãos ele segurava uma varinha de madeira que movimentava com vigor. A cada golpe a madeira emitia um estalo e junto com ele pequenas faíscas brilhavam no ar.

Quando se aproximou seu cheiro viril não passou despercebido por nenhuma delas. Rachel suspirou como se quisesse sugar todo ele somente para si. O homem era uma tentação e isso ficou mais que evidente quando abriu seu sorriso e com sua feição de um Deus Grego se apresentou.

"Boa noite lindas meninas, meu nome é Alejandro Maranhes." Suas palavras vinham carregadas com um forte sotaque espanhol. "Sou mágico profissional e responsável por entreter as mais belas jovens que frequentam esta casa e creio que vocês se encaixam nesse perfil. Posso deixá-las de bocas abertas por horas." Suas sobrancelhas se levantaram. "Com minhas mágicas ou com algo mais CALIENTE, depende de vocês." Jô ficou sem jeito, não que não apreciasse o homem, muito pelo contrário, ele era bonito e seus dotes físicos saltavam aos olhos. É que ela ainda não conseguia engolir o complô das amigas contra ela, quis mostrar seu ressentimento afastando o mágico para longe. Rachel porém, foi mais rápida, colocou seu corpo ao lado do dela e deu um empurrão na amiga antes de perguntar.

12 Contos de tirar o fôlegoWhere stories live. Discover now