Uma visita indesejada

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"Mas já adianto uma coisa, essa visita além de inesperada também foi completamente indesejada."

Tudo estava indo muito bem na minha saída da Faculdade. Ninguém esbarrou ou mim ou derramou meu lanche como sempre acontecia. Sei que falando assim parece que ainda estou no colégio comum e não em uma faculdade, porém coisas desse tipo também acontecem por aqui.

Estava sentindo hoje uma felicidade, uma segurança que eu admito que nunca senti antes. Agora sim acredito quando diziam que o tempo passa e com ele vem a maturidade, isso é tão verdadeiro que se eu pudesse bater um papo com a Rebecca de 6 anos atrás diria para ela:

" Acalma esse coração e sossega essa mente! Tudo vai ficar bem e vai acontecer na hora que tiver que acontecer. Não fique estressada antes da hora, não vai querer desenvolver uma gastrite nervosa."

Bom se eu pudesse voltar no tempo e escutar esse recado, eu o seguiria a risca, assim pelo menos não teria hoje essa gastrite que não me larga mais. É só eu desesperar um pouquinho que ela logo aparece me dizendo:

"Oi sua trouxa, estou aqui! Não vou te deixar em paz enquanto você não der um jeito de virar gente e aprender a lidar com as suas emoções."

Tenho certeza que se ela falasse diria isso. Sempre fui uma pessoa muito nervosa, porém hoje em dia tenho aprendido a ficar mais calma e sabendo lidar mais com as minhas emoções.

Como eu estava dizendo nada hoje vai estragar com o meu dia. Estou confiante, me achando, me sentindo a última bolacha do pacote.

Ia caminhando um pouquinho até encontrar o carro do Gui. Quando o vi de longe já abri um sorriso que quase tomou conta do meu rosto por completo, e fui me aproximando dele, intercalando os olhares para ele e para o chão... claro! Eu não queria levar um tombo na frente do meu namorado.

Quando faltava menos de 10 passos para encontrar meu namorado, tenho a visão do Gui coberta por longos cabelos loiros, uma voz irritante, uma sai mais curta do que a vergonha da Letícia, pernas compridas e um salto tão alto que se bobeasse a pessoa tocava o céu.

Esse ser humano estranho simplesmente se aproximou do meu namorado e o abraçou e o cachorro do Guilherme correspondeu. A minha vontade naquela hora ela jogar um tijolo na cabeça dele, engana você que eu queria apenas machucá-lo... eu queria era matar mesmo!

Como ele ousa abraçar esse cover de Vera Verão, porém loira, na minha frente? Ele perdeu o juízo, foi isso? Se ele tivesse o perdido um tapa no meio das fuças dele o fariam lembrar, rapidinho.

Refiz minha postura, e cheguei perto do Guilherme.

Nessa hora a voz horrenda fala:

"Primo, que saudades de você!"

Gente, não acredito que essa coisa estranha é prima do Gui! Como assim, de onde saiu isso? Da forma que ela apareceu, me lembrou aquelas pessoas ricas que passam a vida toda sozinhas, aí quando morrem, na hora do testamento surgem parente até de dentro do esgoto atrás da herança.

A forma como ela surgiu do nada foi igual a isso. Mas eu queria uma explicação, que prima é essa que eu nunca vi na minha vida?

— Oi Gui! – o chamei e pigarreie.

A "prima" do Guilherme continuo abraçando ele e ignorando minha presença ali.

Nossa essa garota não sabe o estrago que o meu tênis faz na cabeça dela, se ela continuar com essa palhaçada pra cima do MEU namorado.

Me cansei daquela palhaçada e puxei ela pelo braço e a descolei do Guilherme, ela saiu tropeçando e me olhando com cara de nada, e eu fui e dei um selinho no Gui. Ele me olhou e sorriu, e ficou me perguntando como havia sido a minha manhã e tudo mais.

20 PrimaverasWhere stories live. Discover now