III - Trabalhando com Problemas

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A primeira coisa que pensei em fazer foi tirar a roupa e ter um banho bem quente. Fui em direção ao banheiro tirando a blusa pelo caminho e entrando de cabeça no jato quente. Eu tinha que ser rápida e não podia ficar no chuveiro por muito tempo, a estrutura elétrica do prédio era muito velha, de forma que se eu demorasse muito o disjuntor cairia. E nesse instante, a última coisa que eu precisava era um banho frio.

Me lavei rapidamente e fiquei alguns segundos ainda debaixo do jato quente para me aquecer. Me dei por vencida quando comecei a sentir cheiro de queimado, normalmente isso era um indicio que a água não ficaria quente por muito tempo. Fechei o registro e puxei o roupão que ficava pendurado ao lado do Box. Vesti ele e enrolei uma toalha na cabeça antes de passar correndo para o meu quarto. Não existia nenhum jeito de eu vestir a blusa que eu estava, porque isso me lembraria de Brandon, então procurei no meu armário uma calça e uma blusa que pudesse me aquecer e logo eu estava envolvida nos meus cobertores.

Eu queria chorar mais segurei as lágrimas durante todo o tempo até que o sono chegou. Eu não ia chorar por alguém que eu não tinha trocado mais de vinte palavras. Proibi meu cérebro de pensar nisso e deixei minha mente vaguear pela terra dos sonhos. Me senti sortuda quando acordei por não ter sonhado com o meu vizinho.

Eu ainda sentia uma dor no peito quando levantei da cama e comecei a me preparar para mais um dia de trabalho. Tentei não pensar em assuntos que não envolviam meu trabalho ou meus pacientes e tomei meu café calmamente enquanto foleava o jornal do dia. Decidida a espairecer mais um pouco, resolvi ir trabalhar de bicicleta. Me agasalhei o máximo que eu podia e sai nas ruas de Amsterdã revestida pela metade do meu guarda-roupa.

Eu sou uma pessoa que sente frio com facilidade então o inverno holandês é uma provação para mim. Principalmente em Amsterdã. Nascida e criada na única região holandesa que possui um pouco de calor, enfrentar os ventos fortes e geadas de Amsterdã foi difícil, mas eu estava determinada a montar minha clínica na capital.

Algum tempo trabalhando em um hospital foi o suficiente para eu conhecer alguém que partilhava as mesmas ambições que eu. Minha parceira de negócios e minha amiga, Lisa Voyer. Apesar de que é Lisa que paga a maior parte das contas, nossa clinica é bem estável.

Sai na rua montada em minha bicicleta e aproveitei o vento que forte que fazia esvoaçar meus cabelos e as folhas no chão. Uma das maravilhosas coisas que existiam aqui, a facilidade de se locomover pela cidade. Eu odiava andar de transporte público por ter muitas pessoas ao meu redor, por isso, normalmente eu preferia ir a qualquer lugar de bicicleta.

Pedalei por alguns minutos até a fachada do prédio onde eu trabalho aparecer. Se você pegar a avenida principal e virar na primeira rua do canal, você irá se deparar com um prédio antigo de tijolos. Entrando nele e subindo as escadas até o terceiro andar você irá encontrar a melhor clinica psicológica da cidade. Quer dizer, estávamos nos esforçando para ser.

Entrei no consultório e minha secretária já estava sentada em sua mesa digitando furiosamente o teclado do computador. A primeira coisa que ouvi foi o seu grito de alivio quando cruzei as grandes portas de madeira.

— Graças a Deus, você está aqui! — Ela veio correndo na minha direção e segurou meu braço — Estamos com problemas!

— O que aconteceu, Anne? — perguntei preocupada. Ela parecia agitada demais nessa manhã.

— A Dra. Voyer foi viajar mais cedo e não temos alguém para substituí-la — falou exasperadamente.

Viajar mais cedo? Isso não parecia ser coisa da Lisa, ela era alguém tão responsável que eu não conseguia vê-la indo viajar sem avisar ninguém. Tirei meu celular da bolsa e disquei o número dela rapidamente, por sorte ela atendeu após o primeiro toque.

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