Capítulo 5

1.2K 146 22
                                    

Olha quem voltou, então, o último capítulo antes do epílogo.

Então, esse capítulo era para ter saído no natal, mas como fiquei sem internet...

Desejo a todos um feliz natal e um prospero ano novo, beijos e até o epílogo. Boa leitura

Meses depois

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Meses depois...

Ainda era madrugada, Dorothy alisou os braceletes que Tobias a presenteou meses atrás. Eles estavam no shopping, e com seu jeito nada discreto, a perguntou o que eram as marcas em seus pulsos. Mesmo constrangida, ela o contou de quando tentou se matar, mas Filip havia chegado a tempo e a levou ao hospital. Ela não conseguiu tentar mais vezes contra sua própria vida, pois Filip havia retirado de todos os seus alcances objetos cortantes, e para ela não valia mais apena. A dor nunca passou, Dorothy apenas se acostumou. Ela também lhe contou que se arrependia, pois sempre que olhava os pulsos cortados, lhe davam vontade de chorar.

Depois que ela acabou de contar, eles ficaram alguns minutos em silêncios e ele a levou para uma loja de bijuteria, onde comprou os braceletes para ela.

- Agora você não chorará mais. - ele dissera na ocasião. Eles sabiam que não era tão fácil assim, mas fora um ato tão lindo e importante para Dorothy.

Quando ela completou seus seis meses de gravidez, viu quando Margareth chamou Tobias e Adrian para conversar.

Margareth finalmente contou seus planos de adotar Dorothy, Adrian ficara calado o tempo todo, até que Tobias dissera o motivo para que não quisesse ela como irmã, que ele tinha planos de pedi-la em namoro. Adrian se exaltou. Dorothy conseguiu ouvir tudo o que ele dissera. Ele a humilhou, dizendo que não era digna de amor. Culpou Margareth de que tudo isso era culpa dela de ter permitido que ela ficasse tempo de mais e, que ele jamais chamaria uma impura de filha, menos ainda nora.

Dorothy ouviu tudo o que ele dissera. Poderia dizer que nunca fora humilhada daquele jeito, mas não era verdade. Era sempre a mesma coisa, a história se repita. Ainda no ensino médio, ela já sentia a rejeição daqueles que descobriam o que ela fazia. Quando suas amigas descobriram, ainda no ensino fundamental, ela fora impedida de chegar perto das crianças, e ao se mudar de escola, nada mudou. Ela sempre pensava: "Nós que temos um passado doloroso. Somos sem cura. Prontos para se isolar".

Porém, as palavras dele a pegaram de surpresa. Ela achou que ele estivesse a ajudando por querer. Mas não. Ele tinha razão, estivera muito tempo na casa deles. Deveria ir embora. E foi o que ela fez. Não tinha nada para ela levar, já que as roupas que estava usando era de Ruth, outras foram Margareth que comprou para ela.

Não tinha para onde ir, mas ela daria seu jeito. Quando estava no meio do caminho, Tobias e Margareth a encontraram sentada no banco da praça. Eles a convenceram de que seria melhor que ela morasse no apartamento que Tobias havia comprado. Então ela cedeu.

Ela balançou a cabeça, afastando os pensamentos. Guardou a garrafa d'água e caminhou de volta para o quarto. No meio do caminho um choro a fez parar. Era Isabel.

Há uns dias atrás, ela não suportava ver o bebê, muito menos ouvir o choro daquela criança, era irritante. Ela se sentia excluída, a atenção era toda para o bebê. Isso a irritava. Não via a hora da família que Tobias escolhera chegar logo. Mas há dois dias, ela sentia vontade de pega-la no colo e nina-la sempre que via Tobias ou a ajudante que Tobias contratara para ajuda-lo desde que Dorothy dera à luz. Ela queria ver a criança, senti-la em seus braços. E foi isso que ela fez.

Sua filha estava deitada no berço que Tobias comprara para que ela pudesse ficar, até que eles achassem uma família para adota-la.

Dorothy, pela primeira vez - sem sentir repulsa ou vontade chorar -, pegou Isabel no colo, no mesmo momento, o bebê parou de chorar e ficou olhando para sua mãe, logo em seguida riu, passando as mãos em seu rostinho.

Por conta de todas as suas complicações durante a gravidez, ela entrou em trabalho de parto aos sete meses. Quando deram sua filha para que a segurasse, tudo o que ela sentiu ao vê-la, foi repulsa. Ela chorava enquanto gritava para que tirasse a criança de perto dela. Para o completo desespero de Tobias, dias depois do parto, Dorothy foi diagnosticada com depressão pós-parto.

Durante os seis meses que se passaram, ela ia se consultar com sua psicóloga, a Liss, para que pudesse aceitar o bebê. Ela ia a todas as consultas, mas sabia, jamais aceitaria aquela criança como filha.

No entanto, naquele momento, ela estava segurando sua filha, observando-a sorrir. Dorothy sorria abertamente. Isabel não lembrava nada Filip, era um retrato de Dorothy quando pequena.

Isabel voltou a chorar novamente, e Dorothy não sabia o que fazer. Imaginou que fosse fralda suja, mas ela não sentia cheiro ruim. Talvez estivesse estranhando seu colo, já que nunca a pegara. Talvez fosse fome. Ela sentou em uma poltrona que ali tinha, abaixou a alça direita de sua blusa, deixando em amostra seu seio direito, depois aproximou o rosto de Isabel.

O sorriso de Dorothy aumentou enquanto amamentava Isabel. Ela achou que isso doía, mas não estava sentindo dor, apenas sentiu uma fisgada quando ela começou e depois, apenas uma pequena pressão enquanto Isabel sugava. Nunca achou que seria assim. Sentiu uma vontade de chorar, mas não era de tristeza.

Da porta, Tobias assistia a cena mais linda que ele já vira, a qual ele sempre sonhou. Sua namorada - sim, namorada, ele finalmente deixou a vergonha de lado e mesmo em poucas palavras, se declarou - finalmente estava segurando a filha, não só a segurando, quanto a amamentando. Sorriu e voltou para seu quarto, deixando-as aproveitar o momento a sós.

◦◦◦

Já de manhã, quando Dorothy acordou, foi ao banheiro, escovou os dentes e foi ao quarto em que Isabel ficava. Estava ansiosa para vê-la.

Quando chegou, a bebê já estava acordada. Ela ria enquanto observava as estrelas, corações, balões do móbile em seu berço rodarem. Dorothy sorriu.

- Bom dia, querida. - Isabel parou de olhar o móbile e olhou para sua mãe, ela sorriu e começou a bater palmas. Dorothy a pegou. - Dormiu bem? - perguntou, enquanto caminhava em direção à sala.

Quando ela chegou, notou que havia um casal conversando com Tobias. Quando eles notaram sua presença, se levantaram. Tobias ficou surpreso ao ver Isabel em seu colo, se aproximou de Dorothy.

- Bom dia, amor. - disse Tobias, dando um beijo na testa dela. - Dormiu bem? - perguntou, ela apenas maneou a cabeça positivamente.

- Quem são eles, Tobias?

- Vem, vou apresenta-los a você - ele falou, chegando mais perto do casal e Dorothy o acompanhou. - Esse é o casal que eu escolhi para adotar Isabel, é o casal de Chicago que enviou a carta na sexta-feira passada. Esse é Charles Johnson e ela é Charlotte Johnson. - falou, apontando para o homem negro e a mulher loura, eles sorriam abertamente. Dorothy deu um sorriso amarelo.

- Dorothy Smith. -falou, enquanto sentava de frente a eles, endireitando Isabel em seu colo.

- Estamos felizes em conhecê-la, Srta. Jones! - Charles falou, sorrindo.

- Você não sabe o quanto está nos fazendo felizes. - Charlotte disse, olhando para o bebê no colo de Dorothy que sorria para o casal.

Tobias pegou os papéis que estavam sobre a mesinha de centro. - Aqui, Dory. Esses são os papeis que a agencia nos deu para que assinassem, eles já assinaram, agora só falta você. - falou, entregando os papeis e uma caneta.

Dorothy olhou para os papeis e para o casal a sua frente, antes de apertar sua filha em seus braços.



ReviverWhere stories live. Discover now