CAPÍTULO 34

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Terminamos de comer. Ajudei Carol com a louça. Peguei Judith dos braços de Carl dando um leve beijinho nele, alguns haviam saído para averiguar qual era a do pessoal "alexandrino". Eu dei um banho na pequena Miss Grimes - que se divertiu a beça na pia do banheiro.

Quando saímos, Daryl estava sentado no chão falando com papai que estava em pé, olhando. Parecendo uma águia. A assunto cessou ao me ver.

_ Aí estão _ me abraçou, dando um beijo em minha testa _ lindas e cheirosas.

Sorrio. Judith leva meus dedos a sua pequena boquinha - sinto alguns dentinhos nascendo - me dando conta que já estava crescendo. Rápido.

_ Vamos? _ continua.

_ Para onde? _ digo balançando Judith.

_ Carl? _ papai se aproxima da porta, com a voz alta. _ olhar o lugar. As pessoas. As coisas.

Dou de ombros. Viro para trás, Carl descia as escadas, esfregava os olhos. Parecia cansado.

_ Não dormiu, amor? _ digo carinhosa, colocando em volta de um dos meus braços. _ sua cara está péssima.

_ É, não consegui. _ retribui meu ato.

Papai o avalia. Pousando a mão no coldre.

_ O que foi? _ a pergunta era retórica. Ele levanta ainda mais a cabeça. _ O mesmo problema de ontem.

Carl assentiu. Chateado.

_ Como assim... "o mesmo problema de ontem" ? _ pergunto furiosa.

_ Nada. Rose. _ diz Carl. _ vamos.

Papai assentiu. Olhou para Daryl. Que respondeu o olhar com um aceno de cabeça negativo.
Descemos as escadas, papai ia nos guiando a frente. Durante o caminho, uma mulher loira - bonita, por sinal - acenou para papai. Ele não percebeu o sorrisinho bobo nos seus rígidos lábios. Reviro os olhos.

_ Rose e Carl podem ir. Vou falar com ela.

Nenhum de nós questiona. Achamos que mereça alguém.
Aproveito para fazer um convite a Carl, ir para o parque. Não havia um sol forte, Judith poderia brincar um pouco. Me sinto culpada por estar submersa a meus pensamentos, a mim. Esquecendo dos meus irmãos.

_ Vamos ao parquinho? _ faço biquinho. Ele não ver.

_ Pode ser. _ se faz de indiferente.

Dou um sorriso murcho.

Chegamos lá, tinha algumas crianças com cachorros. O que era estranho de se ver - quando um dia, aquelas criaturas adoráveis, serviram de comida a nós. Tudo para sobreviver - percebo o desconforto em Carl. Não sei se pelo mesmo motivo, ou por outro.

Coloquei Judith em um balanço em forma de pônei, dava para duas pessoas. Sentei junto com ela.

_ Pode nos balançar, maninho?

Carl sorriu.

_ Claro, maninhas. _ tocou o nariz de Judith, que sorriu docemente.

O ritmo estava lento. Um vento gostoso batia na gente, Jud, em um ato inocente, abria a boca, tentando engolir o ar.

_ Posso te confessar uma coisa?

_ Claro. _ diz ele, interessado.

_ Não achei que viveríamos tanto. Imaginei que morreria ainda naquela pedreira em Atlanta.

The Walking Dead: Algo para temer [CONCLUÍDA]Where stories live. Discover now