CAPÍTULO 25

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Eu deveria estar comemorando minha tão sucedida volta. Mas não. Todos eram donos de uma fúria sem fim.

Conversei com Beth, me falou como desmaiei e depois ocorreu um sangramento vaginal. As pílulas fizeram efeito.

_ Eles foram atrás de nós. Parece que Dawn mentiu, falou que estávamos mortas. Provou a eles usando duas garotas donas de uma aparência muito semelhante a nossa.

É, aquela vadia pensou em tudo mesmo. Dou bônus por isso.

_ Depois de verem nossos supostos corpos, vieram para cá. E quando nós viemos, os encontramos. Tinha que ver a cara do seu pai, Rose, foi uma linda expressão.

Beth tagarelava sem parar. Aquilo me irritava.

_ Me ajuda a sair desta cama, preciso ver todos.

_ Não é uma boa idéia.

_ Por quê?

_ O seu pai... bom, todos sabem das pílulas. O Daryl está magoado.

_ Não me importa isso agora. Tenho que fazer. Só me ajuda!

Beth levantou-se da cadeira, num gesto delicado me ajudou a ficar em pé.

Experimentei abrir a maçaneta, o grupo por completo na sala. Comendo. Entreolhei a janela, não havia sol, ou, qualquer tipo de claridade. Escuridão. Negra, sem estrelas.

_ Oi, papai. _ digo.

A minha garganta seca. Sinto uma dor no estômago. Queria mil vezes ter morrido.

_ Oi. Rose. _ papai fora frio. _ como se sente?

_ Bem fisicamente. _ respondo no mesmo tom.

Carol, Maggie, Glenn, Tyresse, Tara, Rosita, Abraham, Sasha, Eugene, Carl com Judith nos braços, até o inútil do padre Gabriel olhavam-me com indiferença.

Poderia aguentar aquilo tudo deles, menos o olhar de Daryl.

_ Hm... Eu quero conversar com você. _ papai se levantou. _ consegue andar por si própria?

_ Consigo.

Ele me olha dos pés a cabeça.

_ Daryl, quero que venha também. _ continuo.

_ Não, só nós dois. _ papai ainda mais frio.

Comecei a sentir um arrepio na espinha. Era uma ótima hora a conduzir um desmaio.

Eu saí pela porta. Papai veio atrás. A casa ainda estava de pé, com algumas coisas fora do lugar, mas servia. Onde fora o celeiro que abrigou todos aqueles zumbis, ainda estava em cinzas no chão. Fomos para um cantor mais afastado, perto do que costumava ser o galinheiro.

_ Rose, eu não sei mais quem você é.

Nada falo. Escuto apenas.

_ Agora isso? Abortar? Ficou louca? Poderia ter morrido, sabia?
Permaneço em silêncio.

_ Me responde.

_ Quais das perguntas? Foram 4.

_ Não. Me. Faz. Perder. A paciência. _ apertou meus braços me chacoalhando.

_ Vocês não apareceram! Um mês, um mês! Para eu, já estavão a meio caminho de Washington Dc. Eu não ia criar este bebê sozinha. Ainda mais em um lugar daqueles. Neste mundo! Não cometer os mesmos erros da mamãe. Esse é o objetivo.

_ Cometer os mesmos erros!? Agora é assim que trata a sua irmã!? Como um erro!? Eu não sei o que fizeram com você, e também não importa mais, mas é melhor você tratar de consertar isto.

_ Não tem como consertar um copo quebrado.

_ Não, não tem. Por isso jogamos fora. Cada caquinho.

Aquelas palavras, juntamente do olhar, sobre mim causaram um efeito de derrota. Em toda a minha vida, foi a primeira vez que papai havia dito algo tão furo a mim.

Eu queria chorar, berrar que eles não me deram escolhas. Mas meu orgulho era maior.

_ Eu não quis a deixar! Achei mesmo que estava morta. _ papai tentava me consolar. Em vão.

_ Só acreditamos no que desejamos. Queremos.

_ Está insinuando que a queria morta?

Minha respiração era rápida com pouco eficiência.

_ A minha Rose, a minha menina, não. _ continuou.

Vi uma lágrima escorrer. Era como se aquele oceano intenso nos olhos de papai sofressem um maremoto.

_ Mas esta que estar diante de mim agora, sim.

O observei virar as costas e ir para a casa. Eu, fiquei. Afetada pela minha estupidez suprema.

Me senti fraca. Sentei na grama fria, sinal dos dias de neve a vir. Comecei a chorar baixinho, uivando aos meus ouvidos. Uma mão pairou em meu ombro, era Daryl.

_ Rose... _ sussurrou.

_ O que quer? Me julgar também!?

Agora os olhos dele pesavam na minha consciência.

_ Eu estava só! Por favor, aguento isso de qualquer um menos de você. Daryl, eu o amo. Mas não poderia ter o bebê.

_ Rose, não posso julga-la. Falhei com você. Lamento por isso. Mas, me senti mal ao saber da sua gravidez. E até onde as coisas se juntam, estava vindo até nós. Tomou os comprimidos ontem. Poderia esperar mais. Se carregava consigo a certeza de me encontrar...

_ Espera. Deixa eu processar tudo isso. A única coisa com a qual se preocupa é a minha "impaciência"?

_ Eu não disse isso. O bebê pode... o bebê poderia viver, se tivesse dado uma chance.

_ Quantas chances? E se nós nunca tivéssemos nos encontrado? Acreditou na minha morte. _ a raiva corroia por dentro. _ Sai daqui.

_ Rose, espera, eu...

De impulso a boca dele encostou na minha. Eu o agarrei pelos cabelos, aceitando o beijo com voraz vontade.

Passamos assim a nossa noite de reencontro.

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GENTE! A Rose voltou!

Agora como no começo da fic a estória será narrada por ela.

Beijos. Com amor,

Johanna.

The Walking Dead: Algo para temer [CONCLUÍDA]حيث تعيش القصص. اكتشف الآن