27-Tudo novo.

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Dois meses se passaram. Hoje era meu aniversário. E virada de ano. Sim, eu nasci dia 31 de Dezembro.

No meu trabalho as coisas ficaram cada vez mais difíceis. Falei para a Vanessa que não queria mais saber de DEUS, e ela respeitou isso, ela é um dos maiores motivos para que eu não peça as contas. A D. Estefânia cada dia chega pior no serviço, chata e arrogante só tem até ali. A Ivete e a Claudia se tornaram grandes amigas e me ajudam sempre que preciso de algo. A D. Lavínia e o Dr. Victor ainda têm as briguinhas deles mais com menos frequência.

Uma semana depois do acidente do Bruno eu decidi sair da casa dele, já estava sendo insuportável conviver com a Maira, ela me odiava e não tentava esconder o quanto me queria longe da casa e do filho dela. Obvio que eu ainda vou visitar o Bruno sempre que posso, minhas folgas são dedicadas 100% a ele, que ainda não acordou mais já deve melhoras: não respira mais com a ajuda de aparelhos, os machucados cobertos com as gazes estão a cada dia cicatrizando, e a perna já está sem o gesso, mais ainda continua em estado grave. Cada dia ele fica melhor, os médicos não escondem o espanto, quando chegam com os exames. Todos os dias eu me pergunto se vai ser hoje que ele vai acordar, ou morrer, prefiro a primeira opção e me agarro com todas as forças a ela.

Eu abandonei as festas, não conseguia mais me ver nelas, o fato do Bruno não estar em nenhuma já é o bastante para que eu queira distância, nunca mais usei drogas nem bebi. Estou até mais saudável, posso sentir isso.

Hoje era uma sexta, eu tinha que trabalhar como de costume. Levantei e tomei um banho rápido, comi um pão com mortadela e tomei café com leite. Quando recebi meu primeiro salário, a primeira coisa que fiz foi ir ao mercado e comprar todos os mantimentos que precisava, já passei fome e sei o quanto isso é ruim, agora que tenho meu emprego não preciso mais me preocupar em passar fome. As contas, eu comecei a pagar, em especial a de luz e agua, que eram as que eu mais precisava. Até comprei uns moveis para casa (parcelei em 10 e 12 vezes), mais comprei.

Sai de casa e andei devagar até o ponto de ônibus, mais parei na calçada quando meu celular tocou tirei ele da bolsa a atendi sem me importa em olhar o número.

-Alô.

-Sophia, o Bruno acordou vem para o hospital, agora... Ele não para de chamar seu nome... – o Sr. Jefferson gritou do outro lado da linha.

-O que? Ele acordou... Eu tó indo para ai. –falei desligando o telefone, como o busão demorou de mais, eu fui de táxi, o transito ajudou e eu rapidamente estava no hospital, paguei o taxi e desci correndo. Só a certeza de que ia ver o Bruno já me deixava eufórica. Cada dia no hospital ao lado dele me fazia o amar cada vez mais, eu sabia que ele precisava de mim e eu estava ali, e não ia sair.

Dei meu nome na recepção e fui até o quarto, assim que entrei não me importei com os pais dele ao redor ou o medico e a enfermeira do lado. Corri e abracei-o,(ele tava sentado) passei meus braços em volta do seu pescoço (coisa que eu senti muita falta), e fui correspondida.

-Você acordou? –sussurrei no ouvido dele, que respondeu assentindo com a cabeça.

Soltei-o e o encarrei com um sorriso enorme no rosto e com as lágrimas deslizando nas minhas bochechas.

-Acordei... Graças a você. – ele respondeu baixo, e eu precisei olhar para os lados para perceber que estávamos sozinhos. Ele pegou minha mão e acenou para que eu me sentasse ao seu lado, e assim que fiz, ele puxou para um beijo, demorado, intenso e tão diferente dos outros beijos, um beijo que realmente me provou que eu amava ele, e que ele me amava.

-Oh meu amor. –sussurrei com nossas testas juntas. –Eu fiquei com tanto medo de que você não acordasse.

Ele sorriu e me encarrou, secou minhas lágrimas com as mãos.

Uma Garota Escolhida.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora