Capítulo 4 - Amanda

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Eu estava apaixonada.

Você pode dizer que eu só sou uma adolescente com hormônios e que eles estão à flor da pele nessa fase de puberdade, mas... eu me sentia viva.
Quero dizer, eu estava gostando de um garoto. Qual é? Tenho 15 anos e eu não controlo meus sentimentos.

Mas, na verdade, vou primeiro contar como aconteceu.

Havia um festival muito famoso na escola na época do mês de novembro. Isso era a sensação desde o século passado e toda a escola sempre estava ansiosa por participar.

Mamãe me deixou na porta da escola, me alertando coisas de sempre: sem bebidas alcoólicas e não aceitar drogas no banheiro feminino. Ok, eu já sabia aquilo de cor, mas apenas deixei que ela falasse para que eu ficasse mais tempo dentro do carro, aquietando minha ansiedade no meu estômago.

Aquela seria a minha primeira festa só com minhas amigas e eu estava super nervosa. As coisas que elas falavam também não ajudavam em nada. Diziam sempre que iriam beijar os meninos mais bonitos da festa e beber. E eu nunca tinha feito nenhuma dessas duas coisas.

Engoli em seco quando percebi que minha mãe finalmente tinha dito um animado 'divirta-se!' e beijado minha testa.

Apenas concordei e contorci meu rosto em uma tentativa falha de sorrir. Me apressei em subir as escadas do primeiro andar, até chegar no grande salão social que havia lá. Eu tinha combinado de encontrar Pérola e Giulia ao lado da porta do salão, onde iria ter o bar de coquetéis. Olhei para baixo, vendo as horas no meu relógio. Estava tudo certo.

Comecei a soar frio e balancei a cabeça, tentando colocar um sorriso na minha cara.

Quando cheguei, tudo estava quase escuro, a não ser pelas luzes coloridas e os holofotes na pista de dança. Caminhei até o bar, visualizando duas silhuetas dançando discretamente.

— Oi! — disse para elas.

— Oi! Ai, meu Deus, como você está linda! — Giulia tentou dizer por cima da música alta.

— Obrigada, vocês também estão! — agora comecei a sorrir de verdade.

Pérola sorriu e pegou meu cabelo, esfregando a mecha com os dois dedos.

— Amo seu cabelo — e riu.

Ri e olhei em volta do salão.

Alguns estavam vestidos a rigor, mas em uma coisa com mais liberdade. Tinha meninas que vinham com modelos bem mais casuais, o que era o meu caso. Já minhas amigas vestiram-se como se estivessem em um casamento.

Fomos até o bar e eu pedi um coquetel de morango sem álcool. Vi o barmen sorrir para mim. Sorri de volta. Ele era muito bonito.

Sentamos em uma mesa e suspirei. Vi o pessoal na pista de dança, onde tocava uma música eletrônica, totalmente envolvente.

— Vocês vão me desculpar, mas eu vou dançar — Giulia disse antes de tomar o último gole do seu coquetel de abacaxi e se levantar.

— Eu também vou — Pérola disse e se virou para mim. — Você vem?

— Eu vou ficar aqui um pouco — disse.

Elas apenas esboçaram um pequeno sorriso e se encaminharam para a pista.

Tirei meu celular do pequeno bolso do vestido e olhei as mensagens que tinham na caixa de entrada.

Mãe: Oi, filha. Quando ficar cansada e quiser ir embora, me ligue para eu ir te buscar, tudo bem? Se for tarde, peço para Dan. Beijos

Às Avessas: Especial de NatalWhere stories live. Discover now