Capítulo 1 - Sofia

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Oi!

Então, esse é o primeiro capítulo! Eu tive várias ideias até encontrar uma solução e graças a Deus eu achei <3

Vão ser capítulos - meio curtos - que, em cada um deles, o narrador vai ser diferente. Hoje é o da nossa querida Sof, como vcs podem ver no nome do capítulo huahuah ♥

Desculpa escrever isso somente agora, mas a ideia concreta veio esses dias. Espero que gostem!

P.S.: Para fácil compreensão, leia a minha outra história: Às Avessas. Desfrute lá e depois vem pra cá!

Beijos e boa leitura

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Eu cheguei a conclusão de que eu estava mais feliz que o normal. Quero dizer, quem não fica feliz na época do natal? As luzes ficam espalhadas pelos prédios e casas, podemos desfrutar de um bom vinho quando ceiamos, e ficar com a nossa família, mesmo completando 6 anos que papai faleceu, nos deixando um vaziozinho no coração. Ele tinha falecido nessa mesma época natalina.

Todo o meu pensamento ficou nos ares quando Taís me puxou para dentro de uma loja de roupas caríssima.

Ela estava impaciente em comprar uma peça de roupa para agradar o namorado, Mateus. Com 22 anos, ela ainda não conseguia se decidir que roupa iria comprar e muito menos para o namorado.

— Você viu aonde estamos? — sussurrei para ela.

— É claro que sim, sua boba! — ela revirou os olhos.

— Vocês querem ajuda? — uma atendente nos perguntou, colocando-se em nossa frente à passe de mágica.

— Não... quer dizer, nós só vimos uma peça aqui, mas já vamos embora. Obrigada! — eu e minha boca grande.

Agarrei o braço da minha prima e marchei para fora da loja. Na verdade, eu quase voltei quando vi um vestido lindo de renda, mas me manti forte e entrelacei meu braço com o de Taís.

— Você já sabe o que vai comprar para Peter? — ela perguntou enquanto fitava o céu azul.

— Não... ele não disse nada sobre o que quer — bufei, mas depois esbocei um sorriso tímido. — Mas eu tenho uma surpresa que talvez ele ame.

— Que supresa?! — ela quase gritou.

— Você vai saber.

Ela resmungou alguma coisa sobre guardar-segredos-é-inútil e sorriu ironicamente. Ela nunca ia mudar esse jeito de menina.

Andamos até as nossas pernas não aguentarem mais e sentarmos em um banquinho da praça próxima à rua em que estávamos.

— Tenho medo que Mateus não goste do que eu vou comprar — Taís disse.

— Por quê? O que você vai comprar?

Ela olhou para o chão e seu rosto se iluminou com um sorriso.

— Eu comprei duas passagens de avião para Londres — ela suspirou.

Como ele não poderia gostar?

— Sério? Isso é muito legal. Tenho certeza que ele vai adorar! — eu sorri abertamente.

Taís concordou com a cabeça mecanicamente.

— É — sorriu.

Vi que seu comportamento mudou repentinamente, mas decidi não perguntar. Eu sabia que ela não iria dizer, mas eu iria perguntar em um momento que podemos ficar sozinhas, assim ela com certeza vai ficar mais a vontade.

A deixei em casa, e parti para a casa de minha mãe.

— Ah, querida! — mamãe passou as mãos no meu cabelo, antes de me puxar para um abraço aconchegante.

— Espero que não tenha incomodado em nada. Peter e Sarah foram fazer um passeio no parque e fiquei sem fazer nada depois que deixei Taís em casa — sorri, envergonhada.

— Nunca vai incomodar! Venha, eu e Amanda estamos fazendo biscoitos! — ela disse animada.

Quando entramos na cozinha, vi os cabelos dourados de Amanda presos em um coque desajeitado, com uma bandana o segurando. Ela estava cada dia mais bonita.

Seus olhos castanhos brilharam quando me viu. Correu e me recebeu com um abraço caloroso. Ela já estava do meu tamanho, fazendo com que ela segurasse os meus ombros de maneira reta.

— Como você está bonita, menina! — eu disse para ela, agarrando suas bochechas.

— Não é para tanto, Sof — ela fez uma careta, mas mostrou um sorriso brilhante, exibindo seu aparelho ortodôntico.

— Você já está uma moça, tem 15 anos! Nem parece mais aquela menina chatinha que ficava me azucrinando — ri e ela revirou os olhos. Sempre gostei de zoar com ela.

Ela mostrou a língua para mim, olhando para os biscoitos dentro do forno.

— São de chocolate, os seus preferidos. Aliás, estávamos falando de você agora a pouco — mamãe disse apontando para que eu me sentasse em uma cadeira da cozinha.

— Hum, e o que estavam falando?

— Sobre você conhecer o namoradinho de Amanda — o sorriso que minha mãe deu foi sarcástico.

— Mamãe! — o grito de Amanda ecoou pelo cômodo.

— Ah, minha filha. Estamos entre mulheres! — minha mãe olhou para mim e começou a dizer tudo.

Sempre fomos abertas para ela. Eu contava as minhas paixonites do tempo da escola e o meu primeiro beijo. Nós tínhamos feito uma promessa: não iríamos contar os segredos para ninguém. E isso agora acontecia com minha irmã mais nova.

— Ela não me contou todos os detalhes, mas disse que viu ele pela primeira vez em um festival que teve na escola.

Amanda estava que nem um pimentão, envergonhada demais para dizer alguma coisa.

— E aí disse que foi o amor à primeira vista. Você tinha que ver, Sof! Ela estava uma gracinha toda corada. E o namoradinho dela é tão bonitinho...

Escondi a risada com uma tosse forçada, que foi fácil para Amanda descobrir.

— Ah, ok então! — ela se levantou em um pulo da cadeira. — Olha, mãe, eu dei um beijinho nele apenas, e foi na bochecha. Ele não é meu namorado!

Ela cruzou os braços e fez uma cara de repreensão para mamãe. Ela só riu novamente.

— Tudo bem, filha — ela suspirou. — Não vamos mais falar isso, ok?

Amanda sorriu, agradecida e se sentou de novo.

Era minha vez de contar as novidades. Mordo o lábio e fitei cada uma pacientemente. Vi o rosto de minha irmã se inclinar, sua face gritava confusão.

— Eu estou bem. Peter e eu estamos bem. Sarah está bem. Tudo está bem. Estamos muito ansiosos para o natal — mostrei um sorriso forçado.

— Está faltando algo, não está? — minha irmã perguntou.

— Sim, mas vocês vão saber em breve.

Despistei-as em uma nova conversa e ficamos assim até eu olhar pela janela e perceber que havia escurecido. Era hora de voltar para casa.

— Eu preciso ir — me levantei rapidamente e uma escuridão me envolveu em poucos segundos. Me desequilibrei um pouco, fazendo um alarde para mamãe.

— Você está bem? — preocupada, indagou. Estava segurando firmemente meu pulso.

— Sim... eu comi pouco hoje. Acho que é fome — sorri amarelo.

Sua preocupação ainda estava estampada no rosto, mas me deu um beijo na testa e me conduziu até a porta. Me despedi de Amanda e prometi ligar em breve.

Enquanto chegava até o carro, me perguntei se o que estava fazendo era o certo. Não me sentia bem esconder algo de Peter.

Mas eu sabia que a hora certa estava chegando.




Às Avessas: Especial de NatalWo Geschichten leben. Entdecke jetzt