O diário (internacional) de Babi 2 -New Americana

Em breve

Sexta-feira é, no geral, o dia do alívio. Onde você já começa a fazer planos para um fim de semana perfeito.

No meu caso, juro que se eu soubesse o que iria acontecer nessa sexta-feira, não teria nem saído da cama.

Hoje Theo me pegou em casa e não conversou muito comigo. Nos levou até a escola, batucando nervosamente o volante do carro e continuou aéreo a manhã inteira.

Como ele me disse que estava esperando o resultado da escolha de quem iria trabalhar na rádio, tentei não pegar em seu pé.

Mas sem Theo no seu humor original acabou deixando o meu tão ruim quanto. Até melhorei um pouco durante o break de quinze minutos, pois algumas garotas que nem mesmo me conheciam pararam para elogiar os brincos que comprei com a indicação de Mac. Não achei que eles tivessem nada demais. Porém acabei fazendo um certo sucesso na aula.

Valeu, Mac!

No corredor Juan me encontrou enquanto eu estava arrumando meus livros dentro de meu armário e se apoiou nele.

"Responda rápido: DC ou Marvel?"

"Hã?"

Ele estava com uma camisa escrito Civil War (Guerra Civil).

"Do que você gosta mais?"

Parei para pensar um pouco. Não lia quadrinhos, mas gostava do Homem de Ferro e dos X-men então...

"Ándale!"

"Marvel. Marvel!" Respondi me sentindo pressionada.

"Ótimo." Juan sorriu.

"O que isso significa?"

"Que você se provou digna de entrar no meu círculo de amizade."

"Sério que você escolhe seus amigos baseado no gosto que eles tem em quadrinhos?"

"Falou a garota que só falta jogar rosas pelo chão para Mackenzie Philips passar."

Fechei o armário fazendo cara de má, mas no final ri um pouquinho.

Caminhamos juntos a caminho do refeitório e só não chegamos nele, pois Mrs. Souza nos encontrou pelo caminho e pediu para falar comigo.

Dei um olhar nervoso para Juan que apenas ergueu os ombros sem entender nada.

"Olá, Bárbara. Não irei tomar seu tempo. Prometo, mas..."

Oh, não. Ferrou! Quando um professor sabe seu nome e quem você é significa ou que ele gosta muito de você ou que a coisa é séria.

"...Terminei de corrigir a atividade que fizemos no primeiro dia de aula e fiquei um pouco preocupada com você. Seu nível de letramento em inglês não é satisfatório. Na verdade, em comparação aos seus amigos você interpreta e escreve textos como uma criança da elementary."

"O que isso significa?"

"É como se fosse o nível fundamental 1 no Brasil."

Aquilo rebaixou minha auto estima a números negativos.

"Não quero que isso te desanime, no entanto. Venho querendo dizer isso a você, mas são tantos alunos e tantos problemas para lidar que nunca tenho tempo. Mas se você precisar de aulas extras a escola tem um ótimo programa de tutoria. Eu mesma posso ajudá-la se for preciso depois das aulas. Infelizmente não darei conta em guiar você o tempo todo em ESOL. Tenho muitos alunos e com diferentes níveis de inglês na mesma sala. É um absurdo, mas por enquanto tenho que me programar pedagogicamente para dar conta de tudo. Ainda assim, se precisar, é só falar comigo. Minha sala sempre estará aberta a você."