Sanoar 2-Guerreiros Alados- (DEGUSTAÇÃO)

Lisse

Um mês tinha passado e ela já conseguia se aproximar do dragão vermelho, mas não tinha logrado progresso com os outros. Já Inara tinha conseguido se aproximar e até tocar no dragão negro enquanto que Ana tinha conseguido o mesmo que Lisse com o amarelo.

Tinham ficado três dias tentando se aproximar as três juntas e eles ficavam nervosos e começavam a respirar rapidamente como se estivessem juntando ar dos pulmões para soltar suas labaredas.

Então Davi as fazia recuar e eles se acalmavam, logo ele teve a ideia de trabalhar com uma de cada vez. Então ele descobriu que cada uma delas conseguia se aproximar apenas de um deles.

Estava claro pelas palavras de Davi que eles tinham escolhido suas parceiras, e Lisse tinha ficado feliz ao ser escolhida pelo vermelho, já Inara também estava contente com o seu dragão negro e Ana ainda temia o seu amarelo, mas estava fascinada, mesmo demonstrando isso somente depois do treino, no quarto onde as três juntas iam ao banho. Ali elas demonstravam sua agitação plena com o que estava acontecendo com elas e nas mudanças de suas vidas.

Lisse com o vermelho levou dois dias a mais para conseguir ficar perto o suficiente para tocá-lo, sempre ia devagar, passo a passo se aproximando, e sempre nos treinos ela conseguia vencer a distância até dois passou ou três antes que ele ficasse agitado.

Cada uma delas passava o dia todo com os seus dragões, comiam perto deles liam para eles e conversavam com eles. E agora, com um mês de convivência, Lisse já conseguia passar a mão pelo seu dragão, era gelado e tinha partes que eram macias enquanto que em alguns lugares era como se estivesse passando as mãos em pedregulhos revestidos em couro.

Ela conseguia reparar que essas partes mais rígidas eram no peito, costas e na cabeça, e as partes macias eram no pescoço bem embaixo da boca e nas juntas.

Não eram macias como deveria ser, mas em vista do resto, poderia se dizer isso. Eram as partes menos protegidas por escamas em relação ao resto, e era ali que Lisse mais fazia carinho para que ele sentisse seu toque.

Ele aceitava o alimento de sua mão e era educado, Davi havia trabalhado bem com ele, mas seus olhos ainda eram curiosos como se tentasse entender porque ela estava ali, e o que ela queria com ele. Lisse já sabia, mas precisava que ele também soubesse e aceitasse. Ela queria poder passar disso com ele, queria tentar, mas sabia que era ainda cedo. Ele tinha que aceitar seu toque sem vacilar, procurar seu carinho quando ela chegasse perto e não o tocasse.

Ela queria ver ele fazendo o que fez para Davi no primeiro dia, quando ele descansou a cabeça amorosamente em cima dele, enquanto ouvia preguiçosamente a conversa dos quatro. Com Lisse ainda faltava isso, pois com ela ele ainda tinha alguma rigidez se ela fizesse um movimento que ele não conhecesse.

Era tarde, logo iriam servir o jantar, Lisse estava se acostumando com o lugar. Sentia saudade de Délia, ela aparecia uma vez por semana e não ficava mais que duas horas com elas, ela tinha chegado no primeiro dia com capitão Alaor logo que anoitecia, ficou ali até o outro dia e foi embora a tarde depois de ajudar as três a se instalarem na pequena casa que agora era delas.

Délia tinha contado sobre o sofrimento de Bianca e sobre o jeito triste que ela tinha sobre precisar de uma mãe e sobre Lisse a emprestar para ela. Lisse tinha ficado emocionada, sabia o quanto estava sendo difícil para Bianca ter que aceitar sua nova aparência e ainda a responsabilidade que estava em suas costas. Inara e Ana também tinham ficado emocionadas com o relato de Délia e apoiaram que ela cuidasse da pequena rainha, e agora as três estavam por conta, pois Bianca estava amparada pelo amor integral de Délia.

O trabalho estava sendo intenso e ocupando todo o tempo do dia, elas só se viam direito à noite e ficavam sempre conversando sobre seus dragões até pegar no sono.