Assim como fez com Brando, Henrico apertou o alicate contra o dedo mindinho do soldado, ouvindo-o gemer, só que diferente de Brando, Evan não gritou, ele somente gemeu e ficou tão vermelho que Henrico esperou que ele desmaiasse por segurar o fôlego, mas não aconteceu. Evan se manteve de joelhos, com o sangue escorrendo do buraco do dedo. O mafioso se abaixou e segurou o rosto dele com as duas mãos.

— Não me decepcione mais, Evan.

Dessa vez ele não falou nada. Henrico abriu a mão livre do rapaz e colocou na palma da mão dele o dedo.

— A você, eu dou a chance de reimplantar seu dedo. — Henrico beijou o soldado na testa, depositando leves tapinhas contra as costas dele e ficou de pé. — Levem os dois ao hospital.

O mafioso jogou o alicate sobre a mesa vendo o sangue espirrar, pegou a garrafa de uísque e seguiu o seu caminho.

Catalyn necessitava dos seus cuidados.

oOo

Catalyn secou os cabelos com a toalha felpuda e os enrolou, logo em seguida sentou na beira da imensa cama localizada no centro do quarto do mafioso Henrico Velásquez. Após deixar a clínica, Lincoln a levou até o apartamento do mafioso e a deixou lá, com as ordens de que deveria tomar um banho e esperar. Esperou quase trinta minutos, antes de resolver tomar um banho. Agora lá estava ela, enrolada em um roupão, sentada na cama esperando. O que esperava não sabia ao certo.

O barulho da maçaneta da porta chamou atenção de Cat e Henrico apareceu. Com as mangas da camisa dobradas até os cotovelos, sem o paletó e uma expressão cansada.

— Você tomou banho.

Ela o viu sentar ao seu lado. Sabia que depois da outra manhã em seu próprio apartamento, manhã que ela dividiu o chuveiro com o mafioso e deixou claro, com um beijo, que o queria perto, não deveria se sentir tão estranha ao lado dele, mas era impossível. Henrico ainda era um desconhecido e seria loucura demais falar o contrário.

— Obrigada por me deixar ficar no seu apartamento. — Catalyn sentiu uma pequena ardência no corte do queixo ao falar.

— Sobre isso, você não precisa agradecer. Sinto muito pelo que aconteceu.

— Foi um assalto, Henrico. Isso acontece o tempo todo.

— O que eles levaram?

— Algumas gorjetas que consegui — ela respondeu sem realmente encará-lo. Henrico não a conhecia e nunca saberia quando ela mentia ou falava a verdade. — Se você me arrumar uma roupa e alguém para me levar em casa, eu o deixarei sozinho para aproveitar o resto da sua noite.

Catalyn se assustou quando Henrico se aproximou, havia um brilho diferente no olhar aquela noite, por não o conhecer, não sabia do que se tratava o tal olhar compenetrado.

— Pretendo aproveitar o resto da minha noite ao seu lado, ainda mais depois dessa semana insana que tive, mas se é da sua vontade ir embora, respeitarei a sua decisão.

Catalyn o viu ficar de pé e seguir em direção ao banheiro, já abrindo os botões da camisa. Ele entrou no cômodo e fechou a porta a deixando sozinha.

E lá estava o mafioso a deixando escolher de novo. Ir embora ou ficar, e Catalyn sabia que toda vez que ficava, Henrico deixava ainda mais marcas no seu interior.

Respirou fundo e se jogou de volta à cama, dessa vez ela não sentou, e sim deitou encarando o teto branco do imenso quarto. Não podia ouvir a água caindo no box, devido à porta fechada, mas ela esperou, não soube quanto tempo esperou, mas quando ouviu a porta do banheiro abrir novamente teve quase certeza que por pouco pegaria no sono. Sentiu quando o colchão cedeu com o peso do mafioso deitando ao lado. Catalyn se remexeu um pouco para dar espaço a ele, por mais que não fosse necessário, pois a cama era enorme.

HENRICO - Série:Homens da Máfia - Livro 02Where stories live. Discover now